SINOPSE:
Cinco adolescentes comuns descobrem moedas de poder que proporcionam dons extraordinários, mas logo eles percebem que a pequena cidade de Alameda dos Anjos e o mundo inteiro está a beira de ser extinto por uma ameaça alienígena e eles são a única chance de salvação.
Nessa nova aventura baseada na clássica série, os jovens heróis escolhidos pelo destino descobrem rapidamente que são os únicos que podem salvar o planeta.
Mas, para isso, eles terão que superar os problemas pessoais e encontrar um meio de se unir para se tornarem os Power Rangers.
CRÍTICA:
'Power Rangers: O Filme', em exibição em 578 salas em todo o Brasil, talvez seja a melhor história do grupo, surpreende no desenvolvimento dos personagens e não se leva a sério como esperado - e justamente por isso poderia ser mais um grande filme de super-heróis.
Pena que o longa erra no tom da vilã e não investe como deveria no clima 'Tokusatsu' - das séries japoneses e de onde vem a inspiração da franquia.
Abusando da nostalgia, com direito a participações especiais dos icônicos Jason David Frank (Verde) e Amy Jo Johnson (Rosa), a nova versão tenta atualizar a franquia e reapresenta os heróis como protetores galácticos, cuja origem remonta a pelo menos 65 milhões de anos no passado, na época dos dinossauros (daí o visual dos Zords), quando alienígenas chegam à Terra em busca de um cristal responsável por toda a vida no universo.
Zordon, que era o Ranger Vermelho, tem seu time é destruído pelo meteoro que eliminou os dinossauros, sua mente é transferida para o computador de sua nave e Rita Repulsa, a Verde, foi esquecida no fundo do mar.
Becky G, Dacre Montgomery, Ludi Lin, Naomi Scott e RJ Cyler, em cena do filme - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Paris Filmes
Tudo fica calmo até os dias de hoje, quando cinco jovens são escolhidos pelas moedas do poder para enfrentar o retorno da agora vilã, que acontecerá, claro, na cidade da Alameda dos Anjos.
O filme tem um discurso interessante de inclusão social e todos os protagonistas se encontram em momentos de virada em suas vidas.
Jason Scott (Dacre Montgomery) é o jogador de futebol preso por uma brincadeira, Billy Cranston (RJ Cyler) é o nerd antissocial que sofre a perda do pai, Kimberly Hart (Naomi Scott) era popular até cometer um erro e agora vive entre a culpa e o ódio, Zack Taylor (Ludi Lin) é impulsivo para esconder a tristeza pela doença de sua mãe e Trini Kwan (Becky G.) é a recém-chegada na cidade com problemas de comunicação.
Montgomery, Cyler e Scott ganham mais atenção de forma justificada, já que eles são os mais carismáticos.
Suas boas atuações transformam papéis simples em pessoas interessantes, com angústias verdadeiras.
Cyler, em particular, deve conquistar a todos como Billy e Trini e Zack têm pouco espaço, são introduzidos depois e não tem tempo de evoluir.
Becky G. ao menos tenta em uma curta cena na qual sua personagem revela ter dúvidas sobre sua sexualidade.
Além dos cinco jovens, a lenda Bryan Cranston e Bill Hader foram muito bem escalados como Zordon e Alpha 5.
Bryan Cranston é Zordon |
A bola fora é a sempre boa atriz Elizabeth Banks, que não convence como Rita Repulsa, grande vilã do seriado.
Se a personagem é caricata, como esperamos, a atuação de Banks é exagerada ao ponto de descaracterizar a inimiga e ainda é incapaz do básico: "destruir o mundo por vingança".
Esquisita e bizarra, ela nunca se mostra a vilã que gostaríamos de ver e fica difícil acreditar que aquele ser patético ameace mesmo a vida na Terra.
Elizabeth Banks não convence como Rita Repulsa |
Mas é claro que quando você tem cinco jovens vestidos com armaduras coloridas, um robô tagarela, uma parede falante, uma vilã que come ouro, monstros e robôs gigantes, o melhor a fazer é não levar as coisas a sério, e quando o filme vai por esse lado ele acerta em cheio, apesar de nem sempre encontrar esse tom em sua narrativa.
O clima leve com momentos pastelões é bem próximo da série dos anos 90 - a grande diferença é o CGI de qualidade para mostrar tudo com realismo necessário para levar à loucura qualquer fã da franquia ou do gênero.
E apesar da trilha deixar a desejar ao longo de todo filme, quando a plateia ouve "Go, Go Power Rangers" se empolga a ponto de cantar junto.
Apesar disso tudo, a trama demora demais para realmente mostrar os heróis em ação.
O treinamento é interessante, da primeira vez, mas quando eles retornam para a quinta sessão já não aguentamos mais vê-los na mesma situação.
Quando eles finalmente vestem as armaduras e vão para a porrada, o filme já está no final. As cenas de ação são muito boas, porém curtas, e o clímax é bem decepcionante, não só pelo combate com mechs nunca empolgar de fato, mas também pela resolução simplória de todo o problema.
O filme abusa da nostalgia para conquistar aqueles que conheciam a franquia, mas deve soar bem fora de tom para os novatos que nunca assistiram a uma série Tokusatsu na vida.
Apesar de seus problemas, boas atuações ajudam a cobrir falhas narrativas, mas o mais importante é que o longa é divertido e, mesmo quando se torna arrastado, não chega a incomodar - afinal, os personagens são capazes de manter o interesse do espectador até o final.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'POWER RANGERS: O FILME'
Título Original:
POWER RANGERS
Gênero:
Ação
Direção:
Dean Israelite
Roteiro:
Ashley Miller, Burk Sharpless, Haim Saban, John Gatins, Matt Sazama, Max Landis, Shuki Levy, Zack Stentz
Elenco:
Anjali Jay, Becky G., Bill Hader, Bryan Cranston, Dacre Montgomery, David Denman, Elizabeth Banks, Ludi Lin, Naomi Scott, RJ Cyler
Produção:
Brian Casentini, Haim Saban, Marty Bowen, Wyck Godfrey
Fotografia:
Matthew J. Lloyd
Montador:
Martin Bernfeld
Trilha Sonora:
Brian Tyler
Duração:
124 min.
Ano:
2017
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
23/03/2017 (Brasil)
Distribuidora:
Paris Filmes
Estúdio:
Lionsgate Films / Saban Brands / Saban Entertainment Inc
Classificação:
10 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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