SINOPSE:
Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, dois aviões, um americano e outro japonês, são abatidos em pleno combate aéreo.
Os pilotos sobrevivem, vão parar numa uma ilha desconhecida do Pacífico Sul e dão continuidade à batalha, até serem surpreendidos pela aparição de um macaco gigante: Kong.
Em 1973, Bill Randa (John Goodman) tenta obter junto a um político norte-americano a verba necessária para bancar uma expedição à tal ilha perdida.
Ele acredita que lá existam monstros, mas precisa de provas concretas.
Após obter a quantia, ele coordena uma expedição que reúne militares, liderados pelo coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson), o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson).
Longe de tudo e todos que podem ajudar, a equipe se aventura no território do poderoso Kong, dando início à maior das lutas entre o homem e a natureza.
Quando sua missão de descoberta se transforma em uma missão de sobrevivência, a equipe deve lutar para escapar de um paraíso primitivo ao qual a humanidade não pertence.
CRÍTICA:
Se poucas imagens são tão icônicas para o cinema como King Kong pendurado no topo do Empire State Building, na Nova York dos anos 30, 'Kong: A Ilha da Caveira', novo filme sobre o Rei dos Macacos, em exibição em 645 salas em todo o Brasil, foge dessa cena pregada em nossas mentes, já que a ação se passa na casa do gigante, durante a guerra do Vietnã nos anos 1970 e adotando um tom ainda mais fantasioso à conhecida história.
O longa é capaz de fazer de Kong um deus com sua própria mitologia, algo que nenhum dos filmes anteriores realmente fez, já que, para os nativos, o macaco gigante é o protetor máximo contra outras criaturas perigosas do local.
Brie Larson, Jing Tian, Thomas Mann (II) e Tom Hiddleston, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Warner Bros. |
Último de sua espécie, ele passa seus dias lutando contra várias ameaças e vagando sem rumo pela ilha, protegendo seus súditos e o mundo de ameaças inimagináveis.
Esse conceito fica muito interessante, já que o filme se afasta dos clichês básicos da história do gorila ganhando em força e credibilidade.
Além disso, logo fica clara a relação com o filme de Godzilla: a agência Monarch, mesma do filme de 2014, está por trás da exploração da ilha, sem revelar a ninguém seus reais objetivos: encontrar organismos gigantescos que são ameaças para a humanidade.
O grupo de exploradores é comandando pelos membros da Monarch Bill Randa (John Goodman) e Houston Brooks (Corey Hawkins), que convencem o governo a financiar uma expedição à ilha recentemente descoberta por satélites.
Eles são acompanhados por militares retirados da guerra do Vietnã e liderados pelo Coronel Packard (Samuel L. Jackson), outros cientistas, uma fotógrafa anti-guerra (Brie Larson) e um rastreador britânico (Tom Hiddleston).
O ponto alto são os combates, muito bem coreografados e ágeis e tudo fica ainda mais divertido quando o filme tenta trazer o clima de clássicos da Guerra de Vietnã como 'Apocalypse Now' na luta contra os seres da ilha.
A cena dos helicópteros em formação sobrevoando a selva ao som de 'Paranoid', de Black Sabbath, é de arrepiar.
Macaco é espetacular |
O roteiro - de Dan Gilroy, Derek Connolly, John Gatins e Max Borenstein - é direto, não perdendo tempo apresentando personagens e é construído de forma a cada situação simplesmente levar a outro encontro, outra luta, até chegar ao óbvio clímax, fórmula básica do cinema de ação de Hollywood em seu auge.
Visualmente o filme é belíssimo, com efeitos em computação gráfica muito bem feitos, mostrando a Ilha da Caveira misteriosa e variada, como deve ser, com criaturas muito realistas e cumprindo seus papeis no ecossistema local: algumas são aterradoras, outras simplesmente se defendem de ataques e outras são claramente inofensivas, apesar do tamanho.
Mérito do diretor e dos técnicos de efeitos conseguirem fazer Kong alternar esses estereótipos com simples atitudes e olhares.
A trilha sonora dos anos 70 ainda serve como bônus.
O filme, porém, abusa dos clichês, inclusive elementos batidos da história de Kong como sua obsessão por mulheres loiras, e abre mão até mesmo da estética inspirada de seu início.
Tom Hiddleston, em cena do longa |
Conforme avança em direção ao final, o longa fica cada vez mais previsível e genérico e sem contar com grandes desenvolvimentos de personagens ou questões emocionais, depende apenas de sua criatividade visual.
Ainda bem que oforte elenco mantém o padrão esperado, com destaque positivo para Shea Whigham - ótimo como um dos soldados que não parece se espantar com mais nada - e para John C. Reilly, que rouba a cena sempre que está presente.
Os coadjuvantes, em geral, brilham mais do que os protagonistas e Samuel L. Jackson é o destaque negativo, ao tentar incorporar o personagem de Marlon Brando em 'Apocalipse Now' de forma caricata e sem apelo real.
John C. Reilly, em cena do longa |
Temos aqui um filme divertido, com boas sacadas e confiante em sua própria mitologia, mas que não é capaz de manter a criatividade até o final.
Não é um filme padrão do Rei dos Gorilas e seus melhores momentos acontecem quando se afasta dos clichês, mas a necessidade de justificar uma possível luta contra Godzilla num filme futuro faz a trama tomar atalhos e decisões sem muito sentido, que comprometem a qualidade.
No final das contas, funciona como filme de monstros gigantes, mas seu potencial desperdiçado acaba deixando o espectador frustrado ao fim da sessão.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'KONG: A ILHA DA CAVEIRA'
Título Original:
KONG: SKULL ISLAND
Gênero:
Ação
Direção:
Jordan Vogt-Roberts
Roteiro:
Dan Gilroy, Derek Connolly, John Gatins, Max Borenstein
Elenco:
Andre Pelzer, Brie Larson, Corey Hawkins, Emmy Agustin, Eugene Cordero, Jason Mitchell, Jason Speer, John C. Reilly, John Goodman, John Ortiz, Marc Evan Jackson, Nicole Hunt, Samuel L. Jackson, Scott M. Schewe, Sharon M. Bell, Shea Whigham, Thomas Mann, Tian Jing,, Toby Kebbell, Tom Hiddleston, Will Brittain
Produção:
Jon Jashni, Mary Parent, Thomas Tull
Fotografia:
Larry Fong
Montador:
Christian Wagner, Richard Pearson
Duração:
118 min.
Ano:
2017
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
09/03/2017 (Brasil)
Distribuidora:
Warner Bros.
Estúdio:
Legendary Pictures / Warner Bros.
Classificação:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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