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Durante a San Diego Comic-Con 2018, o canal The CW, que já havia anunciado a presença da Batwoman no Super-Crossover deste ano, contou que a vigilante de Gotham ganhará um projeto piloto
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'Batwoman' será desenvolvida por Caroline Dries ('The Vampire Diaries', 'Smallville'), com produção de Greg Berlanti e Sarah Schechter.
Além disso, os produtores divulgaram que estão em busca de uma atriz que seja abertamente homossexual, entre 25 e 29 anos, de qualquer etnia.
A personagem é muito importante para a comunidade LGBTQ+, especialmente, a feminina - daí a importância de conhecermos melhor a nova personagem das séries de heróis do The CW.
A Batwoman foi criada em 1956, com o nome de Kathy Kane, uma homenagem ao criador do Batman, Bob Kane, - e era uma ex-acrobata de circo que, após ficar rica, decide combater o crime.
Apesar da curta história, ela seguiu fazendo aparições nos quadrinhos do morcego até 1964.
Além de alguma presença sob diferentes nomes nas realidades alternativas das histórias da DC Comics, foi só em 2006 que a personagem criada por Kane e Sheldon Moldoff retornou à linha temporal oficial dos quadrinhos, de maneira reformulada.
Em 2006, nos EUA, o debate sobre o 'don't ask, don't tell', política que proibia pessoas LGBTQ+ de se assumirem nas forças militares (caso o fizessem eram expulsos), ganhava força no país, o que tornava um timing perfeito para o lançamento da personagem.
Assim, a DC Comics não só fez história ao dar uma obra solo para a primeira personagem feminina abertamente LGBTQ+, como também aproveitou para inseri-la no contexto social dos Estados Unidos - dando a ela um novo perfil.
Kate Kane, herdeira dos Kane, família rival dos Wayne (nos negócios), é filha do Coronel Kane, um militar respeitado.
A jovem, juntamente com a mãe e a irmã gêmea, foi sequestrada ainda criança e presenciou o assassinato das duas.
Kate cresceu com traumas devido a perda, sonhando em ser militar para defender o país e nunca mais permitir que algo assim acontecesse com outras famílias.
Ela consegue alcançar parte do objetivo, porém, se vê expulsa do exército após recusar negar sua sexualidade.
Assim, a jovem entra em um caminho obscuro de sua vida, passando as noites em festas e sem dar muita atenção a si mesma.
Os quadrinhos mais famosos da personagem divergem um pouco da história aqui: em Os Novos 52 (2012) o rumo é um pouco diferente de Renascimento (2017), o que deixa a dúvida sobre qual origem será focada no projeto da série.
As diferenças não são tão grandes, pois a essência se mantém, como o fato do Batman salva-la em uma noite e a partir disso ela decidir mudar o rumo de sua vida; o treinamento e ajuda do pai para que ela, finalmente, se torne a Batwoman.
Contudo, existem alguns pontos que são essenciais em ambas as narrativas distintas, portanto, resta aguardar quais escolhas serão feitas pelos roteiristas.
Pela descrição feita, a produção deixa a entender que focarão nos conflitos entre Kate e o pai, algo bastante fixado nas histórias em quadrinhos.
O mais interessante é que, apesar de ser militar e old school, a sexualidade da filha não é o problema e o que causa as discussões de ambos, mas sim situações ligadas ao passado e alguns planos do Coronel.
Caso este seja o rumo que vão seguir, de fato, pode ser que o grande arco da série esteja focado em uma mistura de Detective Comics (Renascimento) junto com Os Novos 52 (em Renascimento a narrativa a leva para outras partes do mundo).
Fato é que os arcos de ambas as etapas são espetaculares, sendo um (Os Novos 52) escrito por JH Williams III, e a outro (Renascimento) por Marguerite Bennett e James Tynion IV - este último também encabeça Detective Comics.
Portanto, o que não falta é história boa para adaptar.
No campo romântico, Kate tem um primeiro envolvimento com Renee Montoya, detetive policial do Departamento de Gotham City.
Já em Os Novos 52 fica estabelecido seu relacionamento com Maggie Sawyer - que nas séries da CW já foi interpretada por Floriana Lima - a Inspetora de Metropolis que se muda para Gotham e passa a trabalhar na divisão de homicídios.
Durante este período, as duas chegaram a ficar noivas, contudo, uma nota é liberada pela DC Comics dizendo que nenhum protagonista herói em quadrinhos poderia ser casado, o que gerou um debate na época sobre o verdadeiro motivo de tal escolha.
Já em Renascimento, o roteiro volta a dar mais enfoque para os sentimentos de Kate por Renee, trazendo ela de volta a história solo da Batwoman.
Outros pontos importantes e necessários para serem destacados é que Kate, apesar de ser prima de Bruce Wayne, é bem diferente dele.
Ela gosta da vida de socialite, estar em festas, utilizar-se do humor sarcástico e sabe o quanto chama atenção ao entrar em um estabelecimento.
Ela é judia (isto é algo enraizado na personagem) e também tem uma sensação de dever ao proteger crianças devido aos traumas passados.
Como Batwoman, a jovem luta como uma militar, apesar do treinamento para se tornar invisível na noite à la Batman.
Ela também não hesita em usar armas de fogo, mas não necessariamente gosta disso.
E enquanto os quadrinhos do morcego estão seguindo mais pelo caminho da jornada de herói, os da Batwoman trazem uma abordagem mais de detetive - é como se a cada página uma nova informação surgisse para se interligar com as outras e, assim, ir montando o quebra-cabeças.
Kate Kane tem muitas histórias boas e já marcou uma geração por ser a primeira personagem abertamente LGBTQ+ liderando um quadrinho solo.
Agora resta a CW realizar uma adaptação positiva sobre a primeira heroína lésbica liderando uma série de heróis.
Talento para isso, eles tem.
Imagens dessa postagem: DC Comics + The CW
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