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A Netflix anunciou também que vai produzir cada vez mais blockbusters
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No último fim de semana, os primeiros relatos de anúncios entre episódios na Netflix começaram a se espalhar pela internet.
Eram vídeos promovendo o próprio conteúdo da plataforma e, segundo a empresa, nada além de um teste pontual, num número limitado de contas, para experimentar novas ferramentas e aprimorar o serviço, como ela sempre faz.
O fato é que, teste ou não, a novidade assustou os usuários e levantou desconfiança sobre os rumos que a maior empresa de streaming do mundo está tomando.
Na última semana, a Netflix também decidiu apagar todas as avaliações postadas pelos usuários e eliminar de vez esse recurso, e agora vem estudando formas de pagamento dissociadas do ITunes em mais de 30 países.
O que isso tudo quer dizer?
Primeiro, que a gigante do streaming continua fazendo o que ela sempre fez: estudando o mercado e procurando ficar à frente de seus cada vez mais famintos concorrentes, especialmente num ano em que a Disney assegurou o controle majoritário sobre o seu concorrente Hulu e anunciou o lançamento do próprio streaming digital.
Segundo, que a conta talvez não esteja mais fechando para uma pioneira que ensinou o público a pagar barato demais por um conteúdo que, essencialmente, é caro (tanto para produzir quanto para poder exibir) e ela precisa cortar qualquer despesa "supérflua", como a taxa cobrada pela Apple para que o aplicativo seja vendido em sua loja, ou o gasto com publicidade em outros veículos que não a própria interface.
Terceiro, que ela talvez esteja começando a pensar menos como exceção e mais como aquela que dita as regras.
Afinal, a Netflix já definiu um novo modelo de negócio para toda a indústria e agora precisa garantir que continuará tendo influência sobre os consumidores que conquistou.
Na prática, para o público, isso significa menos interatividade e, consequentemente, menos participação nas decisões da marca e dos demais usuários - ou seja: mais controle e menos riscos.
Se essas mudanças revelam alguma coisa, é que opinião do consumidor será cada vez menos relevante na renovação de uma série ou no sucesso de um filme, por exemplo, já que ele assistirá, conscientemente ou não, ao que estiver sendo promovido com mais intensidade – como já acontece no cinema e sempre aconteceu na TV.
Aliás, apesar das reclamações, a ideia de que um serviço pago deveria ser sinônimo de maratonas inteiras sem intervalos é algo que a própria Netflix criou e que não existia no tempo das TVs a cabo, nem tampouco é regra entre as outras plataformas de streaming (como a Amazon).
A questão é que o modelo "subversivo", mais voltado para o usuário e livre de anúncios, talvez esteja começando a se mostrar menos sustentável do que os modelos tradicionais, voltados para o produtor e com tantos anúncios quanto couberem entre dois episódios.
Por enquanto, o fato de os anúncios serem apenas de conteúdo interno e não de outras marcas é um bom sinal: a exibidora e produtora quer que você conheça os filmes e séries que ainda não viu e que continue navegando por seu catálogo, mas não está tão desesperada a ponto de recorrer a patrocinadores externos.
Por esse lado, os vídeos promocionais não são tão diferentes das listas de sugestões que a plataforma já oferecia na sua página inicial.
O que muda é o conceito: a Netflix não vai mais ser a mãezona que pergunta, após algumas horas de maratona, se você ainda está ali: ela vai garantir que você esteja.
Ainda nessa semana, segundo fontes do The Hollywood Reporter, o chefe da divisão de filmes da Netflix, Scott Stuber, afirmou que pretende investir pesado em filmes originais que tenham "a mesma escala" dos filmes da Marvel Studios e de franquias como 'O Senhor dos Anéis' e 'Harry Potter'.
Um dos projetos que vai dar início à essa nova fase da empresa de streaming será 'Six Underground', estrelado por Ryan Reynolds com direção de Michael Bay e que tem orçamento estimado de US$ 170 milhões.
A ideia é bater de frente com blockbusters que estão chegando aos cinemas.
O futuro promete.
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