segunda-feira, 2 de julho de 2018

'THE FLASH': CRÍTICA DA 4ª TEMPORADA

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Após uma 3ª temporada problemática, a série estrelada por Grant Gustin reconquista o público, apesar de ainda ter defeitos
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Quem diria...

'Supergirl' é a série de empoderamento feminino com clima leve.

'Legends of Tomorrow' ultrapassa todos os limites do absurdo.

'Arrow' sempre é aquele "pé no chão" e 'Black Lightning' é a obra de crítica social.

Então, o que sobra para a série do Velocista Escarlate, também do canal The CW?

Após uma sofrível terceira temporada (só o episódio musical se salvou), os produtores de 'The Flash' voltaram às origens, abandonando o clima sombrio, para investir no humor que sempre esteve presente nas aventuras de Barry Allen (Grant Gustin).

Fotos dessa postagem: Divulgação/The CW
Se não funcionou tão bem quanto seus dois anos iniciais, ao menos o show retomou parte de sua magia.

Na quarta temporada, o pessoal do S.T.A.R Labs enfrenta o genial Clifford DeVoe/Pensador (Neil Sandilands) - que não é um velocista, o que os fãs comemoraram.

Só que o vilão ficou apagado pela necessidade constante em tentar desvendar seus planos.

Primeiro, precisavam descobrir quem eram os novos 12 meta-humanos criados dentro do busão na volta de Barry - o que demorou a temporada quase inteira.

Quando isso terminou, o espectador ainda não fazia ideia sobre seu objetivo, o que somente foi revelado na reta final.

Só que demorar a entender as motivações do personagem culmina na falta de identificação e interesse do público, já que DeVoe teve seu grande momento somente numa cena de luta num corredor, claramente inspirada em Demolidor, legal mesmo - mas sua trajetória cansou muito o espectador.


Para complicar, se a volta dos "casos da semana" deu uma revigorada nas tramas, o ritmo ficou completamente cansativo e repetitivo.

Já sabíamos que: Barry e seus amigos descobriam a identidade do meta, tentavam protegê-lo, falhavam miseravelmente e Devoe se tornava ainda mais poderoso e psicopata - para tudo se repetir no episódio seguinte.

Assim, não houve espaço para o desenvolvimento dos protagonistas, sempre presos aos mesmos questionamentos e problemas.

O grande divisor entre as duas partes da temporada foi o episódio "O Julgamento do Flash", arco onde Barry é incriminado pela "morte" de Devoe.

Como adaptação da famosa HQ homônima, os fãs conservadores se decepcionaram, já que não teve nada a ver com a história original.


Só que na TV funcionou, pois colocar seu protagonista numa situação completamente fora de sua zona de conforto, em perigo constante, com sua identidade secreta correndo riscos, foi uma boa ideia, que poderia ter sido até mais explorada.

Ao menos, não culminou em apenas um capítulo, como aconteceu em "Flashpoint" - então já então estamos no lucro.

Chegamos, então, ao momento de explicar qual é o maior defeito dos últimos anos de 'The Flash': não saber aproveitar seu protagonista.

Sim, trata-se de um show cheio de personagens cativantes, que merecem ter seu espaço, mas se perde nessa ideologia clichê de "Nós somos o Flash".

Grant Gustin é excepcional ator e segue ótimo, se virando com todas as loucuras que uma adaptação de quadrinhos pode proporcionar em seu caminho, mas o personagem perdeu total poder de decisão.

Quem assumiu o papel de capitã foi Iris (Candice Patton), a chata, apesar de um bom desenvolvimento na temporada.

Mas, se esse é o show sobre um homem atingido por um raio, então ele deveria liderar seu habilidoso time - e não sua senhôra.

Não é a toa que o melhor episódio do ano é "Enter Flashtime", onde o velocista precisa lidar com uma explosão nuclear praticamente sozinho, literalmente sem parar de correr.

Tal ideia absurda gerou uma hora de puro entretenimento de qualidade - um dos pontos altos, junto ao crossover "Crisis on Earth-X".

Se pecou no desenvolvimento de Barry, foi um acerto do roteiro investir na dobradinha dele com Ralph (Hartley Sawyer), já que ambos promoveram cenas hilárias e até emocionantes.

Por sua vez, nem tudo relacionado ao Homem-Elástico é perfeito.

Muitas piadas do detetive particular eram bem exageradas - numa tentativa clara de mostrar como os produtores ouviram as reclamações do público e voltaram a investir no humor.

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Outro exagero desnecessário foram as convenções dos Harrison Wells: tudo bem querer aproveitar o talento de Tom Cavanagh, mas não precisavam criar várias versões estereotipadas de uma mesma pessoa, todas vomitando montes e monta de piadas fracas, precisavam?

Infelizmente, Cisco (Carlos Valdes) e Joe (Jesse L. Martin) tiveram poucos momentos para brilhar nesse ano, enquanto os poderes absurdos de Cecile (Danielle Nicolet) surgiram como um claro 'ex-machina' para derrotar DeVoe.

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Logo, foi a vez da dualidade Caitlin Snow/Nevasca (Danielle Panabaker) ganhar destaque.

A ideia de transformá-la numa espécie de Hulk com poderes de gelo, investindo em duas personalidades completamente independentes, pode não ter sido a maneira mais eficaz para manter ambos os lados da personagem na trama, mas deu pra aceitar - principalmente, depois da surpresa sobre a origem de Killer Frost - algo a ser desvendado no futuro.


E vale a pena ressaltar as presenças de outros personagens durante o ano.

A ideia de criar uma vilã recorrente é ótima, porém a performance de Katee Sackhoff é exagerada, tornando sua Amunet mais chata e cansativa do que Iris.

Wentworth Miller provou que ainda sabe conquistar o público com a versão heróica de seu papel, o Cidadão Frio - que fez a gente torcer para ele não se despedir do 'Arrowverse'.

Mas quem roubou a cena mesmo foi Kim Engelbrecht, entregando uma Marlize bem mais complexa do que uma simples ajudante de vilão.

Prova disso foram seus embates com Iris, sempre promovendo momentos interessantes.

Por fim, a grande questão da quarta temporada: não precisavam alongar a dúvida ao redor da Garçonete Misteriosa durante 16 episódios, já que todo mundo já sabia que Jessica Parker Kennedy estava interpretando a filha de Barry e Iris do futuro.

Porém, a performance da atriz é tão divertida e energética que mantém a atenção do espectador.

Logo, o público não se vê tão empolgado pelo retorno do show desde o anúncio de "Flashpoint" e agora, só nos resta torcer para o resultado ser bem melhor do que aquele.

CONFIRA O TRAILER DO ÚLTIMO EPISÓDIO DA 4ª TEMPORADA, 'WE ARE THE FLASH':


'THE FLASH' - 4ª TEMPORADA

COTAÇÃO DO KLAU:

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