SINOPSE:
Ovo ( voz de Isaac Hempstead-Wright) é um garoto órfão, que desde bebê foi criado nos esgotos da cidade de Ponte Queijo pelos boxtrolls, amáveis criaturas que vivem do lixo deixado por humanos.
Como os boxtrolls são caçados impiedosamente por Arquibaldo Surrupião (voz de Sir Ben Kingsley) e sua gangue, eles apenas deixam o subterrâneo à noite e, ainda assim, de vez em quando um deles é capturado.
Quando Peixe (voz de Nick Frost) - o boxtroll que criou Ovo - é pego, o garoto decide se aventurar pela cidade para resgatá-lo.
É quando conhece Winnie (voz de Elle Fanning), uma garota mimada que faz com que perceba que ele é, na verdade, um humano.
CRÍTICA:
Produção do estúdio LAIKA - de 'Coraline e o Mundo Secreto' e 'Paranorman' - e com direção de Graham Annable e Anthony Stacchi, 'Os Boxtrolls', que estreia hoje em 212 salas em todo o Brasil, é uma animação em 'stop motion' com monstrinhos fofos que na verdade são super do bem, ensinam uma valiosa lição e embora não tenha o mesmo apelo sobrenatural destes outros dois desenhos, também conta com um ar mais sombrio e pesado, retratando uma difícil realidade semelhante ao que existe mundo atual, onde as pessoas são mesquinhas e as relações familiares, complicadas.
Essa receita, por si só, vale uma ida ao cinema, não importa gênero ou idade, já que o longa tem visual bonito, tem diálogos bem humorados e roteiro recheado com importantes questões que fazem o espectador pensar.
Baseado no livro "A Gente é Monstro!", de Alan Snow, a trama se passa na cidade Pontequeijo, onde criaturas conhecidas como boxtrolls são vistas como ladrões e assassinos de crianças, mas não passam de bichinhos que vestem caixas de papelão, vivem no subsolo e à noite passam nos lixos da cidade recolhendo pequenos tesouros.
O protagonista Ovo ( voz de Isaac Hempstead-Wright) - Fotos dessa postagem: Divulgação/Universal Pictures |
Em uma dessas saídas, acabam levando consigo um bebê e, enquanto a cidade pensa que ele foi morto, Ovo (que recebe esse nome por causa da caixa que veste) na verdade foi criado com muito amor e acredita ser um verdadeiro boxtroll.
E quando seu protetor Peixe é levado pelo maligno Arquibaldo Surrupião, que está eliminando todas as "pestes" da cidade, ele resolve enfrentar seus medos e salvar os únicos que reconhece como família.
Winnie (voz de Elle Fanning) |
A população de Portaqueijo idolatra o queijo e acredita em qualquer boato, apoiando as maldades do vilão Surrupião, que só pensa em conseguir a mesma riqueza do prefeito, Lorde Roquefort (voz de Jared Harris).
A questão da avareza, maldade, preconceito e outros problemas são mostrados em metáforas e situações de adversidade para os personagens, mas sempre com um toque de humor.
Além da história, merece destaque também a dedicação aos detalhes da produção dos cenários, meio esquisitos e distorcidos, mas ao mesmo tempo atrativos.
Arquibaldo Surrupião (voz de Sir Ben Kingsley) |
A incrível caverna onde moram as criaturas - com suas engenhocas que vão desde instrumentos feitos de objetos improváveis até várias lâmpadas no teto imitando um céu estrelado - não perde em charme para a cidade, ora ensolarada e alegre de dia, ora escura e assustadora à noite.
O mesmo também vale para o figurino e a aparência dos personagens, que enchem os olhos do espectador com tantos detalhes.
Apesar do enredo previsível, é na personalidade de cada um e na subjetividade de suas atitudes que estão as lições que o filme deixa, tanto para crianças como adultos.
Como exemplos, a pequena Winnie (voz de Elle Fanning) - de gênio forte e carente do pai Lorde Roquefort, que encontra em Ovo um amigo e nos boxtrolls, uma chance de mudar a realidade de onde vive.
Os boxtrolls |
Também é interessante ver que os capangas de Surrupião duvidam se são de fato heróis da cidade ou se sua crueldade com os monstrinhos é errado.
E a ironia das ironias: o próprio vilão que passa por cima de tudo e todos para conseguir o status da degustação de queijos, sofre uma nojenta mas sen-sa-cio-nal reação alérgica toda vez que come a iguaria.
A sonorização do filme é muito interessante - com uma trilha sonora que usa as músicas para complementar o clima de cada cena, seja tenso ou alegre - e a direção de vozes torna tudo muito agradável, com os boxtrolls falando uma língua que, se não existe, mesmo assim é totalmente compreensível, semelhante aos Minions de 'Meu Malvado Favorito'.
Se usar um monstrinho simpático, que pratica o bem, já é um método conhecido das animações, principalmente hoje, época de exaltação a zumbis e vampiros, essa animação preciosa entra para a seleta lista das animações que valerá a pena rever - assim como 'O Estranho Mundo De Jack', 'A Noiva Cadáver' e as outras duas belas produções do LAIKA.
Embora alguns personagens e facetas da aventura pudessem ter sido mais explorados - como as outras crianças e as estranhezas da autêntica Portaqueijo, espera-se que isso seja mais trabalhado numa possível continuação, já que a obra de Alan Snow é vasta e aqui só uma parte foi usada.
Ah, sim: como nos filmes da Marvel, nem se atreva a se levantar e ir embora durante os créditos: você vai perder o melhor.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
OS BOXTROLLS
Título Original:
THE BOXTROLLS
Gênero:
Animação
Direção:
Anthony Stacchi, Graham Annable
Roteiro:
Adam Pava, Alan Snow, Irena Brignull
Elenco Original de Vozes:
Sir Ben Kingsley, Dee Bradley Baker, Fred Tatasciore, Jared Harris, Nick Frost, Nika Futterman, Pat Fraley, Richard Ayoade, Steve Blum, Tracy Morgan
Produção:
David Bleiman Ichioka, Travis Knight
Montador:
Edie Ichioka ACE
Trilha Sonora:
Dario Marianelli
Duração:
94 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
02/10/2014
Distribuidora:
Universal Pictures
Estúdio:
Bluegrass Films / Focus Features / Laika Entertainment
COTAÇÃO DO KLAU:
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