SINOPSE:
Advogado de sucesso, Hank Palmer (Robert Downey Jr.) volta à cidade em que cresceu para o velório de sua mãe.
Lá, ele acaba descobrindo que seu pai, um renomado juiz, é apontado pela polícia como um dos suspeitos pelo assassinato de um bandido que ela não tinha condenado anteriormente.
Ele, então, decide defender o pai (Robert Duvall), que foi ausente na sua criação, no tribunal.
CRÍTICA:
Para mim o melhor ator de sua geração disparado, Robert Downey Jr. meio que estava acomodado na Disney, interpretando Tony Stark/Homem de Ferro nos filmes da Marvel, intercalando com duas escapadas à Warner para dar vida a outro personagem icônico, Sherlock Holmes.
Só que seu talento pedia mais e ele resolveu então produzir um longa dramático, onde pudesse mostrar novamente a faceta de grande ator que sempre foi.
Assim surgiu 'O Juiz', que estreia hoje em 115 salas em todo o Brasil e onde Downey Jr. é o fio condutor do longa que, apesar do nome, é um drama sobre o relacionamento entre pai e filho, obrigados a se aproximarem após o patriarca ser acusado de assassinato.
Misturando momentos de comédia e dramalhão rasgado, o longa acompanha a visita de um advogado de sucesso, Hank Palmer (Downey Jr) à cidade onde nasceu para o velório da mãe.
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| Robert Downey Jr como o advogado Hank Palmer, em cena do longa - fotos dessa postagem: Divulgação/Warner Bros. |
Após passar dias conturbados com a família, descobre que seu pai, Joseph (a lenda das lendas Robert Duvall), juiz da cidade, é suspeito da morte de Mark Blackwell, assassino condenado e um dos maiores erros da carreira do veterano.
Percebendo a situação complicada de seu pai, o advogado decide colocar de lado as diferenças com a família e parte, decidido, para tentar livrar seu pai, sempre ausente da sua vida, da cadeia.
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| A lenda Robert Duvall, como o Juiz Joseph Palmer |
O roteiro possui forte carga emocional, é feito para arrancar lágrimas do espectador em muitas cenas e os diálogos pesados se alternam com atuações melancólicas.
Janusz Kaminski, diretor de fotografia conhecido pelos trabalhos com Steven Spielberg, reforça os momentos de tensão com sombras, raios de luz posicionados cuidadosamente e ângulos dramáticos, em conjunto com a trilha sonora perfeita de Thomas Newman, o que dá ao longa um impacto visual/auditivo interessantíssimo.
Lógico que se a carga emocional fosse completa, o filme ficaria chato, ainda mais tendo Downey Jr. como protagonista.
Assim, a trama alterna drama e comédia com simplicidade e as piadas pontuais, puxadas principalmente por Downey Jr., quebram o clima pesado.
O longa funciona assim muito bem e nos entrega momentos de sobriedade existentes apenas no tribunal - não é à toa que o longa fica mais interessante na hora do julgamento.
Outra lenda da interpretação, Billy Bob Thornton, eleva o nível da produção como Dwigth Dickham, o promotor determinado a mandar o juiz do título para a cadeia.
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| Billy Bob Thornton como o promotor Dwigth Dickham: embates bons com Downey Jr. |
A disputa com Downey Jr. esquenta as cenas e garante empolgação a cada boa jogada da acusação ou da defesa, com o suspense crescendo a cada nova descoberta sobre o crime, com questões éticas e particulares vindo à tona de forma interessante.
O longa só peca quando foca muito tempo na subtrama de Hank e sua antiga paixão do colégio, Samantha (Vera Farmiga), em cenas sem propósito que poderiam ter sido excluídas e não fariam falta.
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| Vera Farmiga é Samantha |
A trama começa a dar uma desandada com a suspeita de incesto, que teria sido cometido sem o conhecimento dos envolvidos, entre a filha de Samantha e o protagonista, dúvida que paira sobre Hank por muito tempo, sem grandes consequências reais.
A verdade é que o longa não tenta inovar, usando, sem vergonha, elementos comuns do cinema para contar sua boa história da forma mais direta possível.
Faz isso de forma absolutamente competente, mas exagera nas subtramas que passam sensação de inchaço e adicionam pouco de fato à narrativa.
Por isso é justo dizer que são as atuações de Downey Jr. e Duvall que levam o filme à frente, atuações maravilhosas, dignas de os dois serem indicados aos Oscar de Melhor Ator e Melhor Coadjuvante, respectivamente.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'O JUIZ'
Título Original:
THE JUDGE
Gênero:
Drama
Direção:
David Dobkin
Roteiro:
Bill Dubuque, David Seidler, Nick Schenk
Elenco:
Balthazar Getty, Billy Bob Thornton, Carol S. Austin, Catherine Cummings, David Krumholtz, Dax Shepard, Denis O'Hare, Emma Tremblay, Grace Zabriskie, Ian Nelson, Jeremy Holm, Jeremy Strong, Ken Howard, Leighton Meester, Lonnie Farmer, Mark Kiely, Matt Riedy, Paul-Emile Cendron, Robert Downey Jr., Robert Duvall, Sarah Lancaster, Tamara Hickey, Vera Farmiga, Vincent D'Onofrio
Produção:
Jeff Kleeman, Robert Downey Jr., Susan Downey
Fotografia:
Janusz Kaminski
Montador:
Mark Livolsi
Trilha Sonora:
Thomas Newman
Duração:
141 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
16/10/2014
Distribuidora:
Warner Bros.
Estúdio:
Big Kid Pictures / Team Downey / Village Roadshow Pictures / Warner Bros.
COTAÇÃO DO KLAU:
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