sexta-feira, 8 de março de 2013

'OZ - MÁGICO E PODEROSO': REFERÊNCIAS AO CULT DE 1939 , ATUAÇÃO DE JAMES FRANCO E DIREÇÃO DE ARTE PRIMOROSA DÃO O TOM À NOVA SUPER PRODUÇÃO DA DISNEY



O livro de L. Frank Baum, publicado em 1901 e até hoje considerado uma das obras primas da literatura norte-americana, já tinha virado um dos filmes mais legais de todos os tempos, quando a Metro-Goldwyn-Mayer colocou Judy Garland como Dorothy e fez, ainda em 1939, uma obra prima captada em esplêndido technicolor.

Agora, em pleno 2012, a fantasia está de volta às telonas, agora pela Disney, na super produção 'Oz – Mágico e Poderoso'.

Evocando o clássico de 1939 mas sem tentar superá-lo, o novo filme de Sam Raimi ( da trilogia Homem-Aranha) é uma colorida aventura para a família, que conta não só como o mágico chegou ao poder da cidade das Esmeraldas, mas também a origem da Bruxa Malvada do Oeste.

O prólogo da trama explode na telona e traz versões mais jovens - e mais sexys - dos personagens já bem conhecidos, como a bruxa má e Glinda.

Assim como o clássico de 1939, o longa da Disney começa em preto e branco, no Kansas do começo do século, onde conhecemos Oscar "Oz" Diggs (James Franco, sen-sa-cio-nal), mágico decadente de um circo itinerante, mais preocupado em conquistar mulheres do que em fazer um grande espetáculo.

James Franco como Diggs e a garota de porcelana (voz e movimentos de Joey King), em cena do longa

Após se envolver com a garota do "homem forte" do circo, Diggs foge de balão para não apanhar, é surpreendido por um tornado e vai parar no coloridíssimo mundo mágico de Oz - a cena do balão chegando e as cores começando a aparecer à volta remete à uma cena da cult série 'Perdidos no espaço', onde a nave Júpiter 2 começa a pousar no planeta desértico em P&B para a cena continuar colorida, no primeiro episódio da segunda temporada.

Lá chegando, Diggs topa com Theodora (Mila Kunis), que diz que ele está lá para cumprir uma profecia: livrar o reino do mal.

Sam Raimi foi fidelíssimo ao filme de 1939 - da direção de arte à personalidade dos personagens - e ainda assim, conseguiu deixar sua marca, especialmente nas cenas de ação e humor.

Mila Kunis, James Franco,  Michelle Williams e Rachel Weisz, em cena do longa

Se Dorothy não aparece, as referências são muitas, com leões, espantalhos, macacos voadores, Munchkins, e suas canções, numa bela homenagem ao cult que encanta gerações há 74 anos.

James Franco - para mim um dos melhores atores da sua geração - enfrenta aqui uma batalha das boas para fazer de Oscar Diggs um personagem carismático, com atuação exagerada e sempre no limite do canastrão e do bom moço.

Duvido que Johnny Depp - primeira opção de Raimi para o papel - conseguisse essa performance impressionante.

Oz e o macaco Finley caminham pela icônica estrada dos tijolos amarelos, em cena do longa

Se os seus companheiros de viagem - a garota de porcelana (Joey King) e o macaco Finley (Zach Braff), interpretados pela técnica de captura de movimentos - roubam a cena e emocionam na maioria das situações, as bruxas, fundamentais à história, tem desempenhos muito diferentes.

Se Rachel Weisz está apenas correta como a manipuladora e fria Evanora - conselheira real cansada da longa guerra - e Mila Kunis é a mais fraca das irmãs no papel da ingênua Theodora - que acaba como mais uma vítima do galanteador mágico - Michelle Williams está perfeita no papel de Glinda - uma moça cheia de doçura e bondade e que serve como contraponto para as armações de Oz.

O estúdio bem que se esforçou para fazer suspense sobre qual das três se tornará a Bruxa Malvada do Oeste, embora aqueles que tenham visto o filme de 1939 não tenham dificuldade em matar a charada bem antes da revelação.

Pena que aqui, a motivação para a mudança é fraca e a vilã - embora Mila Kunis esteja linda e apareça sempre  com um decote de respeito, não chega nem perto do desempenho impressionante de Margaret Hamilton no cult filme.

Sem intenção de criar uma obra profunda para adultos, mas sim uma viagem fantástica capaz de divertir pessoas de todas as idades, a super produção da Disney funciona muito bem como diversão nostálgica, com Sam Raimi conseguindo amarrar tudo muito bem.

A direção de arte é incrível, os efeitos especiais são muito bons e a trilha sonora de Danny Elfman é uma das mais inspiradas dos últimos tempos.

CURIOSIDADES
1. 
James Franco teve de aprender truques de mágica.
Ele chegou ao set duas semanas antes para trabalhar com o mágico de Las Vegas, Lance Burton, com quem aprendeu truques com pombas e fogo, bem como a tirar objetos da cartola e fazer coisas levitarem.

2. 
Mais de 3 mil adereços foram usados no filme, com 1,4 mil deles fabricados especialmente para a produção.
Isso não inclui as 5 mil moedas que o aderecista-chefe Russell Bobbitt fez para encher o baú do tesouro de Oz - um lado da moeda traz a imagem da Estrada de Tijolos Amarelos e o outro, uma imagem do autor L. Frank Baum.

Confira o trailer do filme:


*****
'OZ - MÁGICO E PODEROSO'
Título Original:
Oz, The Great and Powerful
Diretor:
Sam Raimi
Elenco:
James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams, Zach Braff, Abigail Spencer, Joey King, Martin Klebba, Ted Raimi, Bill Cobbs, Tony Cox, Toni Wynne, Tim Holmes e outros
Produção:
Joe Roth
Roteiro:
Mitchell Kapner, David Lindsay-Abaire - baseados na obra de L. Frank Baum
Fotografia:
Peter Deming
Trilha Sonora:
Danny Elfman
Duração:
128 min.
Ano:
2013
País:
EUA
Gênero:
Fantasia
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Disney
Estúdio:
Roth Films
Classificação:
Livre
Cotação do Klau:

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