segunda-feira, 11 de março de 2013

BUNITOS ESPECIAL: PAULO ANDRÉ - BUNITO, PENSADOR E BOLEIRO




Ele se descreve como "um inquieto, curioso, que descobriu cedo que pra se conquistar alguma coisa na vida é necessário paixão, dedicação e sacrifício".

Paulo André Benini, 29 anos, 1,90m, lindo e loiro e solteiro, nasceu em Campinas (SP) em 28 de agosto de 1983.

Desde 2010 como zagueiro titular do Corinthians, Paulo André é tudo isso e muito mais.

Se sua inquietude nunca o deixa confortável - ele quer sempre mais e mais - e sua curiosidade o leva a caminhos nunca ou poucas vezes trilhados pelos boleiros brasileiros, como as letras, a benemerência ativista e libertária e as artes plásticas.

PA saiu de Campinas aos 14 anos, em busca da meta de ser jogador de futebol - em 1998, já estava no infantil do São Paulo F.C., onde dividia espaço com muitos garotos sonhadores como ele.


Passou pelo Águas de Lindóia (2002), pelo CSA (AL) em 2001/2002 e pelo Guarani da sua Campinas natal (2004/2005), onde virou profissional da bola.


Foto do Perfil do Blog do atleta


Em 2005, ao transferir-se para o Atlético (PR), sua carreira deslanchou: foi capitão e vice-artilheiro da temporada,foi escolhido o melhor zagueiro atuando no Paraná e eleito um dos cinco melhores zagueiros brasileiros da temporada pela revista Placar, que lhe concedeu o importante prêmio Bola de Prata.

Em 2006, ao aceitar ir para o Le Mans da França, PA pensava estar dando mais um passo na sua busca para sanar sua inquietude.
Propaganda para a Hugo Boss - foto: Divulgação
Só que, ao enfrentar um demorado tratamento no joelho direito - que teve de ser operado - sua alma inquieta e curiosa sofreu  - e muito.

Tanto, que ele próprio fala que esse tempo na França foi o pior da sua vida: a tensão diária, a solidão, a desesperança com o que viria a seguir, a não melhora do joelho, levaram o homem sensível a entrar numa depressão profunda.

Posando com sua foto no Mundial 2012 do livro de Daniel Augusto Jr., lançado mês passado - foto do Daniel
Só não chegou ao fundo do poço porquê, com o tempo todo livre, pode se dedicar a visitar os museus franceses e a mergulhar nos livros - sua paixão até hoje.

Se suas leituras haviam começado com os 'best sellers' de Sidney Sheldon - ainda aos 14 anos, quando saía nas madrugadas de segunda feira de Campinas para treinar no São Paulo F.C. - com o tempo Paulo André aprimorou-se tanto -  com mestres como Platão e principalmente Jean Paul Sartre - que hoje é considerado um pensador, e dos bons.

Antes do jogo contra o Chelsea na final do Mundial 2012, PA dá uma lustradinha na taça - que logo depois seria nossa - foto: Daniel Augusto Jr - Agência Corinthians
Foi nesse período difícil que ele se lembra de ter chorado:
"Chorei poucas vezes, especialmente na França. mas atualmente não choro, sou de ferro".

O pesadelo francês terminou quando, recuperado, veio jogar no Corinthians - emprestado em 2009 e finalmente comprado, em 2010.

Na cosmopolita São Paulo, a menos de uma hora de suas raízes campineiras, PA, agora tranquilo e novamente no controle, pode voltar a ser o estupendo zagueiro que sempre foi - e principalmente, dedicar mais tempo a escrever e a pintar - ele define seus quadros como "expressionistas".
Um dos quadros de Paulo André - Divulgação
"Primavera em Paris": um dos quadros de Paulo André - foto: Divulgação
Um ano depois, inconformado com o que via no seu meio, e querendo que as novas gerações não cometessem os erros que ele cometeu, fundou o 'Instituto Paulo André'.
"Eu não consigo separar o jogador do ser humano.O modelo de formação de atletas no Brasil é muito ruim. Você só treina, come, volta a treinar, você deixa de vivenciar outras coisas".

O logo do Instituto Paulo André - Divulgação
E é justamente esse inconformismo que o levou a  escrever um dos melhores livros do ano passado.

Prefaciado pela lenda do jornalismo esportivo Juca Kfouri, em "O Jogo da minha Vida - Histórias e reflexões de um Atleta", Paulo André escreve que "num país onde parte considerável da população acredita poder comandar a seleção brasileira de futebol, este livro é um convite à reflexão sobre a realidade dos jogadores brasileiros – uma realidade bem diferente da que nós, torcedores, imaginamos";

Corajoso, Paulo André oferece sua história de vida e dá a cara pra bater como exemplo de uma profissão que, para os que acompanham de longe, parece muito glamorosa, mas na realidade é extremamente competitiva, difícil e solitária para aqueles que decidem enfrentar o desafio.

Quem já leu, sabe: o livro - lançado em março do ano passado - é tão bom de ler que ninguém consegue desgrudar - a leitura acaba em poucas horas.

A capa do Livro - Divulgação
Em 4 de fevereiro último, Paulo André conseguiu realizar o sonho de o Instituto que leva seu nome finalmente conseguir o dinheiro necessário para a construção de sua sede.

Usando sua veia de artista plástico e em parceria com a artista plástica Bia Tambelli, PA recolheu de seus colegas campeões mundiais objetos usados na final contra o Chelsea - como chuteiras, luvas do goleiro Cássio e a famosa prancheta do técnico Tite - transformou tudo em quadros "à la Pollock" e fez um leilão beneficente num badalado restaurante paulistano.

Resultado: o evento “Memórias de Yokohama” teve os 20 quadros vendidos, além de outros lotes, como duas camisas autografas e o livro 'Nação Top 11'.

O quadro que alcançou o valor mais alto foi a luva de Cássio, a grande estrela da campanha do Timão no Mundial e eleito o melhor jogador do torneio pela FIFA - arrematado por R$ 135 mil, o quadro foi entregue pelo próprio Cássio, assim como os quadros de Alessandro, Fabio Santos, Ralf, Danilo e Romarinho, presentes no local.

Cássio Ramos posa ao lado do quadro feito com uma de suas luvas da final do Mundial - foto: Divulgação/Instituto Paulo André
Emerson Sheik também compareceu e teve sua chuteira arrematada pelo valor mais alto, de R$ 70 mil, seguida por Ralf, R$ 60 mil, e o próprio Paulo André, R$ 55 mil.

O quadro de Tite, com a prancheta e um terço utilizados no Mundial, foi arrematada por R$ 46 mil e o livro 'Nação Top 11', doado pela editora Toriba, foi arrematado por R$ 30 mil e teve seu valor integralmente doado para a Associação “Craques de Sempre”, do ex-jogador do Timão Basílio.

Já as rendas das outras obras foram divididas entre o Instituto Criar - do apresentador Luciano Huck -  o Instituto Paulo André e o Projeto Velho Amigo, da publicitária Regininha Moraes.

Paulo André ficou impressionado e muito feliz com os valores arrecadados.
“Eu achava que, se fôssemos muito bem, conseguiríamos cerca de R$ 120 mil. Não tenho palavras para agradecer às pessoas que participaram e tenho certeza de que cumprimos essa missão com louvor porque as obras ficaram bonitas, o título foi eternizado, os fiéis presentes mostraram seu poder e agora estou ansioso para saber de que forma as instituições vão reagir ao receberem esse presente”, afirmou.

No Timão, Paulo André já foi Campeão Brasileiro (2011), levou sua segunda Bola de Prata da 'Placar' como Melhor Zagueiro da Temporada (2011), Campeão da Taça Libertadores da América (2012) e Campeão Mundial de Clubes pela FIFA (2012).

Quem teve a oportunidade de constatar sua emoção no embarque do time para o Japão - quando um mar de loucos do bando invadiu o Aeroporto de Guarulhos para se despedir dos jogadores - teve a certeza: 
Paulo André é corinthiano até a medula, uma das cabeças mais pensantes desse elenco e um dos homens mais interessantes à solta por São Paulo.

Absolutamente surpreso com a invasão corinthiana no aeroporto, no embarque para o Japão - foto: Cláudio Nóvoa
Finalizando:
Perguntado por Marília Gabriela, que o entrevistou para o "De frente com Gabi" dessa madrugada, sobre "Marias Chuteira", PA respondeu: 
"Tem pra caramba, mas não é o meu público alvo".


Paulo André com Marília Gabriela no "De Frente com Gabi" dessa madrugada - foto: Divulgação/SBT

Confira fotos de Paulo André:




Acima, ensaio para a revista Squire








Acima, ensaio para a Revista Fut Lance




Acima, ensaio para a Revista Glamurama









Acima, wall-papers do 'Paulo André Oficial'

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