Confira o que de melhor aconteceu no Festival de Cinema de Toronto - TIFF, nesta sexta e sábado:
'THE PLACE BEYOND THE PINES': RYAN GOSLING, EVA MENDES E BRADLEY COOPER DISCUTINDO PATERNIDADE
Em “Namorados para Sempre”, o espetacular - e lindo - Ryan Gosling tentava remendar um casamento em seus últimos suspiros.
Agora, em “The Place Beyond the Pines”, do mesmo diretor, Derek Cianfrance, ele busca ser um bom pai para seu filho, que conhece quando já tem 1 ano de idade.
O filme exibido em sessão de imprensa na manhã deste sábado (8) no TIFF 2012 tem, porém, muito mais ação do que “Namorados para Sempre” e é cheio de surpresas.
Gosling interpreta Luke, que trabalha num parque de diversões como um dos motoqueiros do globo da morte.
De passagem por uma pequena cidade, recebe a visita de Romina (Eva Mendes) e descobre que é pai de um bebê de 1 ano.
Luke abandona tudo para cuidar do filho - só que o trabalho como mecânico não rende muito, e ele acaba tentando roubar bancos.
Reuters
Bradley Cooper, Eva Mendes e Ryan Gosling, no tapete vermelho do TIFF 2012
O outro lado da moeda é Avery (Bradley Cooper), um policial novato, também pai de um nenê e tentando contrariar seu próprio pai, um juiz aposentado.
“The Place Beyond the Pines” fala de paternidade, mas também de violência e da relatividade do bem e do mal, essa noção tão difundida pelo cinema de Hollywood.
Discutir mocinhos e bandidos não é novidade, mas o diretor achou uma forma interessante: alterna seus protagonistas, focando primeiro na história de Luke, depois na de Avery, até pular 15 anos e chegar na dos filhos.
É essa bossa, somada as boas atuações de Gosling e Mendes e uma câmera nervosa, colada em cada respiro dos personagens, que fazem a força do filme, conta Mariane Morisawa, do UOL.
'ARGO': BEN AFFLECK REVIVE CONFLITO ENTRE OCIDENTE E IRÃ
Em tempos em que o conflito entre o Irã e os países ocidentais está na capa de tantos jornais, Ben Affleck apresentou no TIFF 2012 seu longa "Argo", relato do resgate de diplomatas americanos de Teerã em 1980.
Por coincidência, no mesmo dia da estreia mundial de "Argo", o governo canadense anunciava o fechamento de sua embaixada em Teerã, a embaixada diplomática que foi o centro onde se refugiaram os seis diplomatas americanos que fugiam dos estudantes islâmicos em 1979.
Zimbio
Ben Affleck e elenco de "Argo" em Toronto
À época, quando os estudantes islâmicos assaltaram a embaixada dos Estados Unidos em Teerã, seis empregados da embaixada conseguiram escapar e se esconder na representação diplomática canadense.
Em "Argo", Affleck (que também dirige o filme) dá vida a um especialista da CIA encarregado de tirar do país os americanos com um incrível plano: simular que são parte de uma equipe canadense que viajou para o Irã para rodar um filme de ficção científica.
Confira o trailer de "Argo":
'SPRING BREAKERS': SELENA GÓMEZ DEIXA DE SER "A GAROTA DA DISNEY' EM LONGA REGADO A SEXO, DROGAS E JAMES FRANCO
O que não é ficção científica é o salto dado pela estrela da Disney, Selena Gómez - alçada à fama entre o público adolescente com sua popular série de televisão "Os Feiticeiros de Waverly Place" - com "Spring Breakers", longa também apresentado em Toronto.
Aos 20 anos, Selena, atriz, cantora e estilista, quer agora ser ídolo das pré-adolescentes, meninas de cerca de 10 anos de idade, a um público mais maduro.
Em "Spring Breakers", dirigida por Harmony Korine - de "Vida Sem Destino" (1997) e "Trash Humpers" (2009) - Selena interpreta uma mulher de 20 e poucos anos que junto com outras três universitárias - Ashley Benson, Vanessa Hudgens e Rachel Korine - passa férias na Flórida cheias de sexo, álcool, drogas e violência extrema.
Durante a entrevista coletiva após a exibição do longa, Selena reconheceu que romper a imagem de "menina boa" da Disney não foi fácil.
"Quando minha série terminou, me empolgou começar a fazer alguns filmes. Pensei que fazer um filme independente seria o melhor para mim", disse a atriz.
"Quando li o roteiro (de 'Spring Breakers'), pensei que se iria fazer esta transição, e assumir este risco, com alguém, queria que fosse Harmony porque realmente acreditava em mim. De certa maneira, se arriscou ao me escalar para esse filme", contou.
"Foi uma experiência realmente boa. É uma transição difícil mas estou me divertindo. Espero que as pessoas aceitem", acrescentou.
Reuters
O diretor e o elenco de "Spring Breakers" em Toronto
Harmony Korine, que ganhou o respeito de muitos em 1995 por sua participação no roteiro de "Kids" e que se caracteriza por sua visão provocadora, disse que o filme não pretende denunciar essa faceta da juventude americana que aproveita as férias de primavera para curtir uma semana de bebidas e sexo.
"Não queria fazer um filme que fosse uma denúncia, queria que fosse mais como um sentimento, a ideia do que acontece em partes dos EUA quando um sai do centro da cidade. É a fraqueza", declarou.
Para James Franco, que interpreta um irreconhecível criminoso pé de chinelo, "a aparência neste filme é muito importante".
"Estamos entrando em uma espécie de nova era em que as pessoas se relacionam com outros de forma muito superficial. E não é que superficial seja negativo. É um novo fenômeno ou a forma como vivemos agora", finalizou Franco, ao repórter Julio César Rivas.
Confira o trailer de 'Spring Breakers':
'DREDD': KARL URBAN APRESENTA REMAKE A JORNALISTAS
Em 1995, Sylvester Stallone foi um policial com poderes de julgar em “O Juiz”, em que seu personagem era condenado por um crime que não cometeu.
Agora, em 2012, Karl Urban é que interpreta o policial com poderes de julgar em “Dredd”, apresentado para jornalistas no Festival de Toronto.
Só que, desta vez, o protagonista precisa enfrentar uma gangue poderosa liderada pela terrível Ma-Ma (Lena Headey, a rainha Cersei de “Game of Thrones”) e ainda treinar Anderson (Olivia Thirlby), uma novata mutante que tem a conveniente habilidade de ler os pensamentos.
Wenn.com
Olivia Thirlby e Karl Urban em Toronto
É um futuro tenebroso, de violência extrema – Ma-Ma manda tirar a pele, literalmente, de três homens -e as pessoas vivem em condomínios gigantes erguidos entre as ruínas de uma cidade devastada.
Em alguns deles, 96% dos moradores estão desempregados, uma visão do amanhã bastante desesperançada, embalada pelo diretor Pete Travis num visual aparentado dos videogames, que se aproveita do 3D fazendo sangue espirrar na cara do espectador, relata Mariane Morisawa, do UOL.
Confira o trailer de 'DREDD':
Sabe aquele filme que tem orelha de Oscar, nariz de Oscar, pé de Oscar, rabo de Oscar?
Assim é “The Sessions”, de Ben Lewin, exibido para jornalistas no Festival de Toronto.
Verdade que a produção também tem cenas de nudez feminina frontal (breves, na verdade) - o que pode ser um pouco demais para a conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood - mas a trama edificante é daquelas adoradas pelos seus membros.
A história faz lembrar um pouco a de “O Escafandro e a Borboleta”, de Julian Schnabel, e também é baseada em fatos reais.
Mark O’Brien (John Hawkes, da série “Eastbound &Down”) é poeta e estudou em Berkeley, mas tem problemas motores sérios causados pela poliomielite.
Fica deitado numa maca, sem se mexer, e à noite precisa dormir dentro de um “pulmão de ferro”.
Zimbio
John Hawkes, o diretor e o elenco de "The Sessions" em Toronto
Aconselhado pelo padre Brendan (William H. Macy), apaixona-se por Amanda (Annika Marks), uma de suas cuidadoras.
Rejeitado, virgem, acaba procurando os serviços de uma terapeuta sexual, Cheryl, interpretada pela sumida Helen Hunt - vencedora do Oscar em 1998 por “Melhor é Impossível”.
Mark espalha tanto amor e humor que fica difícil não gostar dele – isso vale para as mulheres que aparecem em seu caminho e para o espectador.
“The Sessions” é aquele tipo de filme que faz todo o mundo repensar na vida: se Mark O’Brien pôde ser feliz, por que todos nós não poderíamos? - pergunta Mariane Morisawa, do UOL.
Confira o trailer de "The Sessions":
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