SINOPSE:
Silas (Guilherme Fontes), é um apresentador de programa policial numa TV de Belém, Pará, profundamente ambicioso.
Ele conta sempre com a ajuda de Edinho (Adriano Garib), seu irmão, um ex-policial corrupto.
Um traficante, Trucco (Jonathan Haagensen) e sua amante, Gringa (Mel Lisboa), líder de uma seita que sacrifica jovens mulheres na floresta viram o alvo das autoridades, representadas por um dedicado policial local, Lucas Soares (André Ramiro), que recebe a ajuda de um nada convencional parceiro paulistano, Moreira (Ravel Cabral) para entender os crimes e as conexões do tráfico com a seita.
Tudo junto e misturado na série original do canal Space, escrita por Lucas Vivo Garcia Lagos (Psiconautas) e dirigida pelo também uruguaio Israel Adrián Caetano (Crônica de uma Fuga) e Tomás Portella (Operações Especiais).
Já disponível também na Netflix.
CRÍTICA:
'Pacto de Sangue' conta a história de Silas Campello (Guilherme Fontes), um repórter carismático e pouco conhecido de uma pequena emissora de Belém, do Pará.
Um homem de origem humilde, porém extremamente ambicioso e que levará essa ambição a todo o custo para conseguir o que almeja.
A cidade apresenta um quadro criminoso muito forte, como tráfico de drogas, turismo sexual e crimes hediondos capazes de chocar a sociedade.
O jornalista alimenta sua ambição por busca de audiência, com matérias sensacionalistas e notícias polêmicas para obter reconhecimento do público local e fama, muita fama.
Guilherme Fontes é Silas - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Canal Space |
Com ajuda de seu irmão Edinho (Adriano Garib), ex policial demitido por ser corrupto, ele foi capaz de manter conexões perigosas e alianças para alavancar seu poder, mostrando sua transformação em uma das figuras públicas mais polêmicas e influentes da cidade.
Para desvendar os crimes e atrocidades que têm acontecido na cidade, o policial local Lucas Soares (André Ramiro) conta com a bem vinda ajuda do colega paulistano Roberto Moreira (Ravel Cabral), que chega para investigar o aparecimento do corpo de uma jovem desaparecida em São Paulo num navio abandonado no porto de Belém.
Adriano Garib é Edinho, irmão de Silas |
Assim, a improvável dupla - Lucas é todo certinho e Moreira, um contumaz cachaceiro - é levada para o coração da Amazônia, onde se deparam com rituais espirituais e uma rede de tráfico, ambos organizados por Gringa (Mel Lisboa) e Trucco (Jonathan Haagensen).
Silas Campello está cercado por drama familiar.
Ele, que sempre se dedicou muito a seu trabalho, deixando sua família de lado, tem uma filha, que se envolve com drogas até que seus pais decidem interná-la em uma clínica de reabilitação.
A dupla Lucas (André Ramiro) e Moreira (Ravel Cabral) |
Guilherme Fontes, perfeito no papel, faz o exato contraponto entre as emoções pessoais que Silas não demonstra e as emoções extremas que busca em seu trabalho.
André Ramiro é correto em todas as suas cenas.
Ravel Cabral nos entrega um protagonista extremamente denso, algo desligado, mas que vai num crescendo até o espetacular epílogo do seu Moreira e é a melhor (boa) surpresa da série.
Jonathan e Mel Lisboa fazem um improvável casal: se ele é irregular, Mel dá show como Gringa.
Jonathan Haagensen é o traficante Trucco |
Os coadjuvantes também brilham: Paulo Miklos dá vida a Mauro, um policial corrupto que “resolve” os problemas dos criminosos da cidade, enquanto Fulvio Stefanini é Simão, um colega de emissora que Silas acaba passando para trás.
A série lembra um pouco uma mistura entre programas sensacionalistas, como “Cidade Alerta” e séries como “Dexter”, “Santa Clarita Diet” e “Haniball”, onde o obscuro impera junto com um leve toque de sarcasmo - e a força que esse tipo de assunto tem.
Com poucas cenas em São Paulo e a maioria em Belém, a série possui um enquadramento que mistura a beleza local, os dramas da região e a polêmica que esse tipo de noticias jornalísticas retratam.
A câmera acompanha um misto entre as filmagens manuais que vão ao ar, o enquadramento próximo e as cenas mais lúdicas quando envolvem essa seita religiosa que Gringa lidera.
Mel Lisboa é Gringa |
Pena que nas cenas que mostram a família de Silas, as falas são muito demarcadas e mal dirigidas, demonstrando também uma falha na escolha das atrizes que interpretam sua mulher e filha, ambas ruins, descaracterizando o drama e o impacto que as cenas exigiriam para fazer o contraponto entre o lado profissional e o pessoal de Silas.
A caracterização da personagem que faz sua filha não traz um ar realístico de quem passa por problemas com drogas, fazendo com que as cenas fiquem forçadas.
De resto, a série retrata uma realidade do Brasil, de forma que a trilha sonora acompanha o consumo local, o que demonstra que houve bastante pesquisa para se elaborar outros aspectos além do roteiro.
Os sons ambientes e a mixagem de som, por sua vez, estão perfeitos.
Vale uma boa olhada.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'PACTO DE SANGUE - PRIMEIRA TEMPORADA'
Gênero:
Ação,policial
Direção:
Israel Adrián Caetano, Tomás Portella
Elenco:
Guilherme Fontes, Mel Lisboa, André Ramiro, Ravel Cabral, Adriano Garib, Jonathan Haagensen, Paulo Miklos, Fulvio Stefanini, Enzo Baron
Roteiro e Produção:
Lucas Vivo Garcia Lagos
Produção:
Canal Space, Turner
Exibição:
Canal Space, Netflix
Episódios:
Oito
Duração:
40 min.
País:
Brasil
Ano de Produção:
2017
Classifição Indicativa:
16 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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