SINOPSE:
Ainda criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai, Galen (Mads Mikkelsen), devido à exigência do diretor Krennic (Ben Mendelsohn) que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte.
Criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos.
Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera.
Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.
CRÍTICA:
Quando a Disney comprou a Lucasfilm, os fãs da saga ficaram preocupados com o futuro de 'Star Wars'.
A notícia de que o Universo Expandido clássico, centenas de livros e HQs, seria desconsiderado para abrir espaço para uma nova trama assustou diversos fãs.
Mas aí veio a série 'Star Wars Rebels', o sétimo episódio 'O Despertar Da Força' e agora o primeiro derivado, 'Rogue One: Uma História Star Wars', que estreia hoje em 900 salas em todo o Brasil.
Assim, fica cada vez mais difícil não afirmar que a melhor coisa que aconteceu para essa franquia foi ser levada a sério pela Disney.
Felicity Jones é a protagonista Jyn Erso - Fotos dessa postagem - Divulgação/Disney |
O primeiro derivado da franquia precisava mostrar que era capaz de contar mais histórias nesse universo sem depender dos Skywalkers e faz isso muito bem, ao aprofundar uma trama que todo mundo sabe como termina, mas todos queriam detalhes: como aconteceu a primeira vitória da Aliança Rebelde e o roubo dos planos da Estrela da Morte?
A narrativa detalha, exatamente, os dois primeiros parágrafos do texto de abertura de 'Star Wars - Uma Nova Esperança', de 1977.
Com a visão mais adulta proposta pelo diretor Gareth Edwards ('Godzilla'), temos um primeiro Star Wars que deixa de lado os elementos fantásticos, com foco na guerra de forma intensa, emocionante e cruel.
As batalhas são fantásticas, o roteiro funciona, os personagens são cativantes, o visual é espetacular e a trilha sonora é inspirada, ao contrário de 'O Despertar da Força', que tem na música e no roteiro similar ao 'Episódio IV', suas maiores falhas.
Mas o mais curioso é vermos como um filme vendido como derivado funciona muito bem como prólogo, a ponto de se difícil do longa ser totalmente compreendido por quem nunca assistiu aos originais ou, ao menos, conhece bem suas premissas - e isso é uma falha.
Bem diferente de 'O Despertar da Força', criado exatamente para apaixonar quem nunca deu a mínima para Star Wars até então.
Diego Luna e Felicity Jones, em cena do longa |
Além disso, o longa quebra com muitas regras de Star Wars e usa elementos inéditos na franquia cinematográfica: não possui texto de abertura, a trama pula longos períodos de tempo e ainda conta com flashbacks, planetas visitados são identificados com textos na tela e os rebeldes são mostrados sem a aura de heróis da moralidade.
Pequenas diferenças que, junto com o tom ainda mais sombrio e Stormtroopers que dão medo, garantem uma visão totalmente nova à franquia.
Sem falar que 'Rogue One' corrige a maior falha de roteiro do 'Episódio IV': o erro fatal na construção da Estrela da Morte, arma definitiva do Império.
Impressionante também a forma como Edwards e os roteiristas conseguem amarrar todas as pontas soltas, responder perguntas criadas no filme original e ligar detalhes da trama de forma coesa, por sua vez criando um filme que anda por si só.
O longa funciona também por apresentar um grupo de protagonistas que o espectador vai adorar.
Felicity Jones convence como Jyn Erso, filha do principal responsável pela construção da Estrela da Morte, uma criminosa que não faz parte da Rebelião, mas vive à margem da sociedade.
Ela se une a Cassian Andor (Diego Luna) e ao droid K-2S0, um C3-PO sombrio e com humor negro (Alan Tudyk) para uma missão relativamente simples: conseguir informações com um piloto imperial desertor.
Alan Tudyk interpreta o sombrio droid K-2S0 |
O trio tem uma química absurda e funciona na tela, mas conforme a equipe cresce, fica difícil todos os personagens terem o mesmo bom desenvolvimento e algumas motivações não ficam claras, mesmo assim, nos importamos com todos do grupo.
Entre os vilões, destaque para Ben Mendelsohn, ótimo como oficial clássico do império, no papel do cruel e ambicioso Diretor Krennic.
Sobre Darth Vader, Imperador Palpatine e Governador Tarkin, presenças muito esperadas pelos fãs, só resta dizer que todos vão gostar do que verão, especialmente, as cenas com o maior antagonista do cinema de todos os tempos, cuja aparição é simplesmente... sem palavras!
O longa peca, entretanto, na tentativa de reconstruir o rosto de atores da trilogia original; em alguns momentos o uso de computação fica muito claro e tira um pouco do realismo das cenas.
Além disso, a primeira metade da história também é devagar e empolga pouco, já que é preciso introduzir diversos personagens em pouco tempo e, embora esse fardo seja bem executado, grandes momentos são raros nesse início.
Outro ponto negativo é a atuação de Forest Whitaker, que deixa bastante a desejar.
Forest Whitaker, em cena do longa |
Capaz de garantir o clima de aventura, mesmo em meio à guerra total, 'Rogue One' é um filme repleto de fan service, mas fan service bem feito, capaz de expandir o já impressionante universo de Star Wars, apresentar questões morais e mostrar a galáxia em guerra de outra perspectiva, sem esquecer que ainda se trata de um Star Wars.
Batalhas incríveis e momentos marcantes se acumulam e fica claro que a ideia da Disney de investir em spin-offs é uma grande tática, capaz de funcionar tão bem quanto a trama principal dos Skywalkers.
Como fã, poucas coisas podem ser tão recompensadoras como ganhar um longa como esse.
Filmaço.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS'
Título Original:
'ROGUE ONE: A STAR WARS STORY'
Gênero:
Aventura
Direção:
Gareth Edwards
Roteiro:
Chris Weitz, John Knoll
Elenco:
Alan Tudyk, Anthony Toste, Attila G. Kerekes, Ben Mendelsohn, Diego Luna, Donnie Yen, Felicity Jones, Forest Whitaker, James Earl Jones, James Henri-Thomas, Jimmy Smits, Jonathan Aris, Leigh Holland, Mads Mikkelsen, Mark Preston, Riz Ahmed, Sam Hanover, Yi-wen Jiang
Produção:
Allison Shearmur, Kathleen Kennedy, Simon Emanuel
Fotografia:
Greig Fraser
Montador:
Colin Goudie, Jabez Olssen, John Gilroy
Trilha Sonora:
Michael Giacchino
Duração:
133 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
15/12/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Disney
Estúdio:
Allison Shearmur Productions / Lucasfilm Ltd / Walt Disney Studios Motion Pictures USA
Classificação:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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