sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

GLOBO QUER RODRIGO SANTORO E ALICE BRAGA EM SÉRIE SOBRE HEROÍNA BRASILEIRA

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A Globo quer os atores brasileiros mais bem-sucedidos de Hollywood para uma minissérie que mostrará o heroísmo da brasileira Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011), o Anjo de Hamburgo, que salvou aproximadamente 200 famílias de judeus da prisão e da morte na Alemanha de Hitler, nos anos 1930 e 1940
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A minissérie está sendo escrita por Mário Teixeira - autor de 'Liberdade, Liberdade' - e terá direção-geral de Jayme Monjardim - que filmou 'Olga' (2004), sobre Olga Benário Prestes, morta em 1942 em um campo de extermínio nazista.

A exibição está prevista para 2018.

Protagonista da série norte-americana de enorme sucesso 'A Rainha do Sul', Alice Braga está cotada para viver Aracy.

A Globo tenta conciliar as agendas de Alice e de Rodrigo Santoro para planejar as gravações da minissérie no ano que vem.

Os atores já leram o material de apresentação da obra e ficaram entusiasmados.

Alice tem contrato de cinco anos com o canal USA Network, responsável por 'A Rainha do Sul', mas isso não a impede de fazer outros trabalhos.

Ela foi muito elogiada pela crítica norte-americana por sua atuação na série, cuja segunda temporada já está confirmada - o jornal The New York Times a chamou de "perfeita".

Rodrigo Santoro, cujo último trabalho na Globo foi como o Coronel Saruê, na primeira fase de 'Velho Chico', integra atualmente o elenco de 'Westworld', série da HBO onde interpreta um robô pistoleiro.

Assim como Alice, ele tem compromissos com o cinema norte-americano e uma agenda bem cheia.

Rodrigo Santoro em 'Westworld' e Aice Braga em 'A Rainha do Sul' - HBO + USA Network

Aracy foi casada com o escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que dedicou a ela o clássico 'Grande Sertão: Veredas', lançado em 1956.

Era católica praticante, filha de pai português e mãe alemã.

Poliglota, conseguiu emprego de secretária do consulado brasileiro em Hamburgo e lá, conseguia vistos para judeus perseguidos pelo nazismo migrarem para o Brasil e os ajudava a sair da Alemanha, às vezes usando seu próprio carro.

Fazia isso clandestinamente e sob alto risco.

Na época, final dos anos 1930, vigorava uma circular do governo brasileiro que recomendava o veto à entrada de judeus no país.

Aracy Guimarães Rosa em imagem da juventude - Divulgação

Foi graças à ação humanitária que Aracy se aproximou de Guimarães Rosa, que foi cônsul-adjunto em Hamburgo.

Seu heroísmo foi reconhecido pela comunidade judaica, que a homenageou em 1982 - seu nome está registrado no Memorial das Vítimas do Holocausto, em Israel, e no Museu do Holocausto de Washington.

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