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Mãe e filha, que terão funeral conjunto, mostraram que desavenças de vida podem ser superadas
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Depois de muita luta desde sexta (23.12), quando sofreu um ataque cardíaco durante um vôo de Londres para Los Angeles, Carrie Fisher, a Princesa Leia de 'Star Wars', morreu aos 60 anos.
A atriz ícone de gerações estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após sofrer uma parada cardíaca dentro de um avião, pouco antes de pousar em Los Angeles.
Se até então a notícia era de que Carrie tinha quadro estável, entretanto, o que se soube depois é que ela nunca recuperou a consciência.
Um representante da família confirmou a informação à revista People:
"É com grande pesar que Billie Lourd confirma que sua amada mãe, Carrie Fisher, morreu às 8h55 desta manhã. Ela era amada pelo mundo e sua ausência será profundamente sentida. Nossa família agradece pelos pensamentos e orações".
A presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, disse em comunicado oficial:
"Carrie tem um lugar muito especial no coração de todos na Lucasfilm. É difícil imaginar o mundo sem ela. Ela foi a Princesa Leia para o mundo, mas também uma amiga muito especial para todos nós. Ela tinha um espírito indomável, uma sagacidade incrível e um grande coração. Carrie também definiu a heroína feminina da nossa época, há mais de uma geração. Seu revolucionário papel como Princesa Leia inspirou o poder e confiança em mulheres do mundo todo. Sentiremos muito sua falta.".
A atriz promovia seu livro autobiográfico, 'Memórias da Princesa: os Diários de Carrie Fisher', no qual relembra o período das filmagens do primeiro filme da saga 'Star Wars', lançado em 1977.
No livro, ela revelou, entre outras histórias, ter tido um caso com Harrison Ford - Carrie tinha 19 anos enquanto Ford, o Han Solo, tinha 33 anos e era casado na época.
Ela estava em Londres também para rodar uma participação na série 'Catastrophe'.
Filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds, Carrie nasceu em Beverly Hills, Califórnia, e começou a carreira no filme produzido para a TV, 'Debbie Reynolds and the Sound of Children'.
Posteriormente, atuou na comédia 'Shampoo' (1975) e, em 1977, viveu a Princesa Leia Organa, no primeiro 'Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança'.
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| Como Leia, no primeiro 'Star Wars' (1977) - Lucasfilm |
Já famosa, ela escreveu sobre sua relação complicada com a mãe no livro 'Postcards from the edge', obra adaptada ao cinema em 1990 com o título 'Lembranças De Hollywood', estrelado por Meryl Streep.
A atriz estrelou filmes como 'Come Back, Little Sheba' (1977), 'Ringo' (1978), 'Esqueça o Passado' (1978) e 'Os Irmãos Cara de Pau' (1980), 'Harry & Sally - Feitos Um Para O Outro' (1988).
Também participou das séries 'Weeds' (2005-2012) e '30 Rock' (2006-2013).
Carrie teve que aprender a lidar com a fama desde pequena.
Ela tinha dois anos quando seu pai decidiu se divorciar para se casar com a estrela Elizabeth Taylor, até então a melhor amiga da mãe, Debbie, no que foi considerado um dos maiores escândalos de Hollywood de todos os tempos.
A atriz chegou ainda a falar problemas pessoais como seu transtorno bipolar e seu alcoolismo no especial da HBO 'Wishful drinking', o qual chegou a receber duas indicações ao Emmy de 2011.
Carrie voltou ao papel que a deixou famosa em 'Star Wars: O Despertar Da Força', filme dirigido por J.J. Abrams, lançado em 2015 e que retomou a saga espacial, agora sob a direção geral da Disney.
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| Novamente como Leia em cena de 'Star Wars: O Despertar Da Força' - Disney |
Além disso, seu rosto jovem foi recriado em 'Rogue One: Uma História Star Wars', que estreou no último dia 15 de dezembro - mas a princesa foi vivida pela atriz Ingvild Deila.
Carrie já tinha rodado todas as suas cenas em 'Star Wars: Episódio VIII', que tem estreia prevista para 15 de dezembro de 2017.
Carrie Fisher deixa a filha, Billie Lourd, e o buldogue francês Gary, seu parceiro inseparável, inclusive na maioria de suas aparições públicas.
Relembre a última entrevista de Carrie, a Ellen DeGeneres, em 29 de novembro último:
REPERCUSSÃO:
Mark Hamill, o Luke Skywalker de Star Wars, foi um dos primeiros a se manifestar:
"Sem palavras. Devastado", ele escreveu em seu Twitter.
Harrison Ford, o Han Solo da saga, se pronunciou sobre a morte da atriz:
"Carrie era única, brilhante, original. Engraçada e destemida emocionalmente. Ela viveu a vida com coragem. Meus pensamentos estão com sua filha Billie, sua mãe Debbie, seu irmão Todd e seus muitos amigos. Todos sentiremos sua falta", disse ele em declaração para o site The Wrap.
Em comunicado, George Lucas, criador de 'Star Wars', lamentou:
"Carrie e eu fomos amigos durante a maior parte das nossas vidas adultas. Ela era extremamente inteligente, uma atriz talentosa, escritora e comediante com uma personalidade muito colorida que todos amavam. Em Star Wars, ela foi a nossa princesa grandiosa e poderosa – arrojada, sábia e cheia de esperança num papel que era mais difícil do que a maioria das pessoas pode imaginar. Meu coração e orações estão com Billie, Debbie e toda a família, amigos e fãs de Carrie. Ela deixará saudades em todos."
William Shatner, o Capitão Kirk de 'Star Trek', lamentou:
"Estou profundamente triste de saber da morte de Carrie Fisher. Vou sentir falta das nossas brincadeiras. Um maravilhoso talento e luz foram extintos", escreveu o ator.
A apresentadora Ellen DeGeneres disse:
"@CarriefFisher era uma escritora brilhante, atriz e amiga. Ela era muito divertida. Não acredito que ela se foi".
Anthony Daniels, o C3PO, Billy Dee William, o Lando, e até o cachorrinho de Carrie se pronunciaram também.
Agora, o que dizer da mãe de Carrie, Debbie Reynolds, uma das últimas divas dos anos dourados de Hollywood, morrer um dia após a filha, aos 84 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral?
Ao tablóide TMZ, o filho da atriz, Todd, revelou que ela passou mal enquanto os dois discutiam detalhes sobre o velório de Carrie.
"Agora ela está com Carrie", afirmou ele a publicação.
Ainda segundo o site, os médicos que a socorreram classificaram seu estado como " entre moderado e grave"
Debbie ficou famosa em 1952, ao participar do musical 'Cantando Na Chuva', ao lado do astro Gene Kelly, e foi indicada ao Oscar de 1965 pela atuação em "Inconquistável Molly".
Carrie Fisher (E) ao lado da mãe Debbie Reynolds (D) em 2015 - Ethan Miller / AFP
Mary Frances "Debbie" Reynolds além de atriz, foi cantora, empresária, historiadora de cinema e humanitarista.
Ela foi nomeada ao Globo de Ouro por sua interpretação de Helen Kane na película de 1950 'Three Little Words', mas seu primeiro papel principal foi como Kathy Selden em 'Cantando na Chuva' (1952).
Relembre sua performance em 'Good Morning', ao lado de Gene Kelly e Donald O'Connor:
Outros sucessos incluem 'The Affairs of Dobie Gillis' (1953), 'Susan Slept Here' (1954), 'Bundle of Joy' (nomeada ao Globo de Ouro de 1956), 'The Catered Affair' (papel pelo qual foi considerada a melhor atriz pelo National Board of Review em 1956) e 'Tammy and the Bachelor' (1957), cujo desempenho na canção "Tammy" alcançou sucesso na Billboard.
Em 1959, ela lançou seu primeiro álbum de música pop, intitulado 'Debbie'.
Sua carreira na telona continuou em 'How the West Was Won' (1963) e 'The Unsinkable Molly Brown' (1964), um filme biográfico sobre a famosa Molly Brown.
Sua performance como Brown lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.
Seus outros filmes incluem 'The Singing Nun' (1966), 'Divorce American Style' (1967), 'What's the Matter with Helen?' (1971), 'Mother' (nomeado ao Globo de Ouro de 1996) e 'Será que Ele é?'(1997), onde fez a impagável mãe do protagonista vivido por Kevin Kline.
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| Com Kevin Kline, em cena de 'Será que Ele É?' - Divulgação |
Reynolds também foi um artista de cabaré - em 1979, ela fundou o Debbie Reynolds Dance Studio em North Hollywood, que ainda opera até hoje.
Em 1969 ela estrelou o 'Debbie Reynolds Show' na TV, pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro.
Em 1973, Reynolds estreou na Broadway em um remake do musical 'Irene' e foi indicada ao Tony Award de melhor atriz em musical.
Ela também foi indicada para um Daytime Emmy Award por seu desempenho em 'A Gift of Love' (1999) e um Emmy Award por interpretar a mãe de Grace Adler em 'Will & Grace'.
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| Em cena de 'Will & Grace' - Divulgação |
Na virada do milênio, Reynolds chegou a uma nova geração mais jovem com seu papel como Aggie Cromwell na série de Halloween chamada 'Halloweentown'.
Em 1988, ela lançou sua autobiografia intitulada, 'Debbie: My Life'.
Em 2013, ela lançou uma versão atualizada intitulada 'Unsinkable: A Memoir'.
Reynolds também tinha um cassino em Las Vegas, além de ser uma ávida colecionadora de memorabilia de filmes - a fabulosa coleção começou com itens comprados no leilão da MGM em 1970.
Do vestido de Marilyn Monroe em 'O Pecado Mora ao Lado' aos figurinos de Audrey Hepburn em 'My Fair Lady', todos eles comprados por milhões de dólares, faziam parte da coleção de Debbie.
Ela serviu como presidente do Thalians, uma organização dedicada a causas de saúde mental e continuou a executar com sucesso em palco, televisão e cinema em seus oitenta anos.
Em janeiro de 2015, Reynolds recebeu o Screen Actors Guild Life Achievement Award.
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| Debbie recebe da filha Carrie o Screen Actors Guild Life Achievement Award EM 2015 - E! Online |
Em 2016 recebeu o Prêmio Humanitário Jean Hersholt da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e no mesmo ano, um documentário sobre sua vida foi lançado intitulado 'Bright Lights: Starring Carrie Fisher e Debbie Reynolds', que será transmitido pela HBO em 7 de janeiro de 2017.
Debbie Reynolds (84) e Carrie Fisher (60), mãe e filha, serão sepultadas juntas nos EUA.
O filho de Reynolds e irmão de Carrie, Todd, havia comentado sobre essa vontade da mãe antes mesmo de sua morte ser confirmada.
Agora, nada mais natural do que obedecer o desejo dela.
Segundo o TMZ, o velório deve ser fechado para família e amigos, mas depois haverá uma despedida especial aberta para os fãs das duas.
Carrie e Debbie tiveram por anos uma relação turbulenta.
A filha acusava a mãe de não lhe dar atenção e a mãe acusava a filha de ser rebelde demais.
Depois de muita lavação de roupa suja em público - inclusive com livros escritos com acusações variadas - nos últimos anos as duas passaram a ser inseparáveis.
Carrie comprou a mansão ao lado da casa da mãe em Beverly Hills e mandou derrubar os muros para que as duas desfrutassem do mesmo quintal.
Nos últimos anos, era comum vermos as duas sempre juntas em eventos em Hollywood.
Para finalizar, Todd Fisher lamentou a perda de sua mãe e sua irmã no Twitter.
"Esta foi uma linda história de amor que eu testemunhei nos meus 58 anos. Eu sinto tanta saudade delas. O amor é para sempre", escreveu, postando também o lindo desenho das duas, vestidas com seus figurinos de 'Star Wars' e 'Cantando na Chuva', chegando juntas no paraíso.
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| Twitter - Todd Fisher |
Maior amor que esse, finalizado neste mundo pelo trágico final de ambas, nem os melhores roteiristas de Hollywood ousaram escrever.
Grandes atrizes, deixarão muitas saudades.
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| Uma das últimas imagens das duas juntas - THR |
