<>
Uma das mais famosas e célebres séries da TV americana foi criada por Mel Brooks e se tornou um grande sucesso no mundo todo
<>
Lançada em 18 de setembro de 1965, 'Agente 86' foi criada especialmente para brincar com a 'Guerra Fria' entre Estados Unidos e União Soviética, conflito que acabou gerando material farto para livros, cinema e TV.
Foi nesse contexto que James Bond explodiu nas telonas e influenciou o surgimento de seriados até hoje reverenciados - como 'Missão Impossível' (1966), 'O Agente da UNCLE' (1964) e 'James West' (1965).
E é aí que chegamos a 'Agente 86'.
Tudo surgiu da ideia do produtor Dan Melnick, que pensou em criar uma comédia, brincando com todo o universo da espionagem de James Bond, tão em voga naqueles anos.
Para colocar o projeto para andar, Melnick foi atrás de um velho amigo seu, Mel Brooks, um dos maiores gênios da comédia em todos os tempos - a eles também se juntaria o produtor Buck Henry.
Depois de uma tentativa fracassada de vender o projeto à rede ABC, 'Get Smart', nome original do seriado, foi parar na concorrente NBC.
Mas a NBC fez uma exigência: que houvesse a mudança de protagonista e, assim, saiu o ator Dick Dorso, escolhido inicialmente para ser Maxwell Smart, e entrou Don Adams.
O elenco principal foi completado com Barbara Feldon no papel da 'Agente 99'; Edward Platt como o 'Chefe' e pelo cachorro Fang.
Com uma primeira temporada irrepreensível, 'Agente 86' foi um grande sucesso logo de cara.
Com piadas originais, criativas, personagens espirituosos, roteiros bem escritos, elenco afiado e estilo inovador, a atração conseguiu chamar a atenção e cativar o espectador.
Aliás, a originalidade da série já começava na abertura, que é um clássico copiado até hoje e mostra Maxwell Smart passando por várias portas que vão se abrindo na sequência.
Este é o seu caminho secreto para chegar ao QG do 'Controle', a agência americana de espionagem em que trabalha.
Relembre a abertura:
A trama da série mostrava a eterna guerra do Controle contra a Kaos, organização criminosa planetária pronta para detonar com a humanidade.
Esta era, obviamente, uma alusão direta à Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética - só que tudo feito com muito humor.
Nas cinco temporadas, foi desenvolvida uma história entre Smart e 99 (o nome dela nunca foi revelado) - era bem óbvio desde o início que havia um clima entre os dois e a coisa só foi aumentando.
Mesmo assim, o primeiro beijo aconteceu apenas na quarta temporada, assim como o casamento.
E mais do que humor e romance, a série deixou um monte de marcas na cultura televisiva e no mundo pop também.
Tem os bordões, as frases engraçadas, acessórios malucos - como o 'Cone do Silêncio' e o famosíssimo 'Sapato-fone', ancestral do celular.
O famoso 'Sapatofone' |
Com o grande sucesso da série, que terminou em 1970, houve algumas tentativas de resgatar o seriado com um filme em 1980 chamado 'A Bomba Que Desnuda' - muito pouco fiel ao seriado e com um roteiro péssimo, o longa foi um fracasso sem tamanho mesmo contando com Don Adams novamente como Maxwell Smart.
O segundo filme saiu em 1988: 'Agente 86, De Novo?' foi produzido diretamente para a TV e desta vez, pelo menos, tentou-se fazer algo mais ligado ao seriado, com a participação de vários atores da série - como Barbara Feldon, por exemplo.
Para completar, rolou ainda um esboço de série de TV em 1995, com Max como o chefe do Controle, 99 como congressista com o filho dos dois também trabalhando na agência secreta americana.
Não funcionou e teve apenas sete episódios.
Mais recentemente, em 2008, tivemos uma boa produção para as telonas, que trouxe de volta o universo de Maxwell Smart.
Steven Carell interpretou 86 e Anne Hathaway viveu 99.
Mais caprichado, o longa foi bem nas bilheterias: custou US$ 80 milhões para ser produzido e arrecadou US$ 230 milhões no mundo todo.
Satisfatório, mas não a ponto de criar uma franquia, como era a intenção.
Veja o trailer do longa de 2008:
Agora, depois dessa retrospectiva sobre a série, confira cinco coisas que você não sabia sobre 'Agente 86':
1. Dublagem
A dublagem brasileira sofreu algumas mudanças durante o tempo em que o seriado foi exibido aqui, com três empresas sendo responsáveis pelas vozes dos personagens.
A primeira foi a Cinecastro, que trabalhou durante a primeira temporada.
Do segundo ao quarto anos a dubladora foi a AIC/SP.
A quinta e última temporada foi dublada pela Herbert Richers.
Apesar dessas mudanças de casa, a voz de Max foi feita em todas as temporadas pelo dublador Bruno Netto, mas o mesmo não aconteceu com 99, que foi dublada por Ângela Bonatti e Aliomar Mattos.
Ainda sobre a dublagem, os episódios que a Warner vem lançando não trazem a dublagem original.
As vozes tiveram todas de serem refeitas já que a série dublada não foi preservada.
Apenas alguns episódios do quarto e quinto anos ainda têm as vozes dos anos 60 e estão nas mãos de alguns colecionadores - mas a qualidade não é lá das melhores.
2. Controle e Kaos
CONTROLE e a KAOS são as duas organizações de espionagem que estão na série, mas há várias curiosidades sobre elas que você não conhece.
O Controle tem seu número de telefone revelado durante o episódio 12 da segunda temporada - é 555-3743 e o endereço é W Street, com a 34, em NY.
Segundo a série ninguém sabe muito bem quando a KAOS foi criada - há duas datas conflitantes.
Num diálogo, Max diz que a Kaos foi fundada em 1957 e num outro episódio, o agente do mal Omar Shurok diz que a organização criminosa surgiu em 1904, em Bucareste, Romênia.
Os nomes CONTROLE e KAOS não têm nenhum significado oculto e nem são siglas - um é apenas o oposto do outro e, obviamente, são alusões à CIA e à KGB, as agências de espionagem americana e soviética durante a Guerra Fria.
3. Carros
Os carros que Maxwell Smart usava frequentemente geram algumas confusões nas discussões de quem via o seriado na TV.
Muita gente se lembra de um carrinho conversível vermelho e outros dizem que era um azulzinho.
Bom, todo mundo está certo: na primeira e segunda temporadas, o veículo da abertura era um Sunbeam Tiger de cor vermelha e conversível e foi o mais utilizado pelo 86 ao longo da série, aparecendo nas quatro primeiras temporadas.
No quinto ano, o Sunbeam some completamente da série, sem explicação.
Do terceiro ano em diante a abertura sofre uma mudança e Smart passa a pilotar um Karmann Ghia azul-claro - mas esse carro nunca apareceu em nenhum episódio do programa.
Na última temporada, Max passa a conduzir um Opel GT 1969 de cor dourada.
Esses citados acima foram os principais carros de Max, mas ele também apareceu atrás de outros volantes.
Um veículo que chamou muito a atenção foi o FB600, um carrão envenenado, com visual nada discreto e grande.
Segundo o que é contado no primeiro ano, o FB600 foi desenvolvido pelo exército americano e custou US$ 32 mil, aparecendo nos episódios 9 e 10 da primeira temporada.
4. Agente 99 quase foi Agente 69
A Agente 99, interpretada pela linda e boa atriz Barbara Feldon, correu o sério risco de não ser tão angelical assim.
É que antes da série estrear, os produtores queriam dar a ela o número 69, mas todos acharam que a censura da época não iria aprovar, já que o número até hoje significa 'sexo oral mútuo'.
Assim, ficou 99 mesmo, o que não deixa de ser uma outra sacanagem - é só conferir a posição que os números fazem.
A agente nunca teve seu nome revelado durante as cinco temporadas da série.
5. Muitas participações especiais
Entre os vários famosos que fizeram participações especiais ao longo das cinco temporadas estão atores como Ernest Borgnine, Julie Newmar (a Mulher-Gato mais linda e mais gata do seriado do Batman dos anos 60), Vincent Price, Jonathan Harris (o Dr. Smith do seriado 'Perdidos no Espaço'), James Caan, Cesar Romero (o Coringa na série 'Batman') e Leonard Nimoy (antes de ser Spock em 'Star Trek', irreconhecível pela maquiagem, na foto acima com Adams e Feldon).
Fotos: Divulgação - Arquivos do Klau
Nenhum comentário:
Postar um comentário