domingo, 22 de março de 2015

CLÁUDIO MARZO, UM DOS MAIORES GALÃS QUE O BRASIL JÁ VIU


Um dos galãs mais expressivos da teledramaturgia brasileira, o paulistano Cláudio Marzo nasceu em 26 de setembro de 1940, filho de uma família de operários e descendente de italianos.

Ele abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante na TV Paulista (atual TV Globo - SP) e mais tarde, foi contratado pela TV Tupi, onde atuou numa produção sobre Chopin.

Cláudio Marzo, no final dos anos 60 - Revista Manchete
Foi a partir do seu trabalho na TV Tupi que acabou no Teatro Oficina, onde fez um sucesso absurdo em dezenas de peças.

Não demorou para que a então iniciante Globo o contratasse - e lá foi ele morar no Rio de Janeiro, cidade que adotou por toda a vida.

Na Globo, chegou em 1965 e não tardou para fazer uma dupla espetacular com Regina Duarte, em grandes sucessos: 'Véu de Noiva' (1969), 'Minha Doce Namorada' (1971) 'Carinhoso' (1973).

Ao lado de Regina Duarte, em 'Irmãos Coragem' (1970) - UOL
Também arrebentou, ao lado da mesma Regina, Cláudio Cavalcanti, Glória Menezes e Tarcísio Meira como o jogador de futebol Edu, um dos 'Irmãos Coragem' (1970).

Nesse clipe, alguns momentos de Cláudio ao lado de Regina:


Fez muitos outros bons trabalhos na Globo e foi um dos poucos nomes estelares da emissora a ter a coragem de deixá-la, no auge, para, a convite de Benedito Ruy Barbosa, ir para a Manchete estrelar 'Pantanal' (1990), onde deu vida ao protagonista José Leôncio e também à lenda 'Véio do Rio'.

José Leôncio (esquerda) e o Véio do Rio: papéis marcantes em 'Pantanal' (1990) - UOL
De volta à Globo em 1993, atuou em "Fera Ferida", de Walther Negrão, no papel do coveiro Orestes Fronteira e arrebentou novamente.

Como o coveiro Orestes Fronteira, em 'Fera Ferida' (1993) - Memorial Globo
Dois anos depois, participou do remake de "Irmãos Coragem", agora como o coronel Pedro Barros e em 1997, brilhou ao lado de Eva Wilma em 'A Indomada'.

Com Eva Wilma em cena de  'A Indomada' (1997) -  - Memorial Globo
Em 2000, fez 'Coração de Estudante' e em 2005, 'A Lua me Disse'.

Os seus dois últimos trabalhos na telinha foram na Globo, em 2007: a novela "Desejo Proibido", de Walther Negrão, e na minissérie "Amazônia – De Galvez a Chico Mendes", de Gloria Perez.

Em cena da minissérie '  "Amazônia – De Galvez a Chico Mendes" (2007), seu último trabalho na TV - UOL
Marzo também fez importantes filmes: em 1984, fez "Nunca Fomos Tão Felizes"; em 1997, protagonizou "O Homem Nu", de Hugo Carvana; em 2004, teve bela participação em "Bela Noite para Voar", de Zelito Viana e em 2007, fez seu último papel na telona, em 'A Casa da Mãe Joana', também de Carvana.

Em cena do longa  "O Homem Nu" (1997), dirigido por Hugo Carvana
Seu casamento mais marcante foi com a também estrela Beth Faria - da união, tiveram Alexandra Marzo, também atriz.

Ele também foi casado com a atriz Denise Dumont - com quem tem um filho chamado Diogo - e com a atriz Xuxa Lopes - com quem teve Bento.

Nos últimos anos, Cláudio Marzo não pode mais atuar, devido às complicações de um enfisema pulmonar.

O ator não tinha mais respiração correta para dizer as suas falas e, assim, preferiu se afastar da atividade, mas sempre acompanhado pela amiga de todas as horas Beth Faria, que mesmo agora ex-mulher, esteve ao seu lado todo o tempo.

Com Beth Faria, ex-mulher e melhor amiga até o final - O Dia
Nos últimos meses, Marzo teve diversas passagens pela Clínica São Vicente, na Gávea, Rio de Janeiro.

Em setembro de 2014, ele passou 14 dias internado, por causa de uma pneumonia; em outubro, fez uma cirurgia do aparelho digestivo e em novembro foi internado com um quadro de hemorragia digestiva e diverticulite.

Em fevereiro último, ele foi novamente internado com problemas respiratórios e pneumonia e desde o último dia 4 de março, ele estava internado no CTI da Clínica São Vicente.

Cláudio Marzo morreu na manhã deste domingo (22), aos 74 anos, em decorrência de complicações de um enfisema pulmonar.

Grande ator, grande galã.

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