sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

FERNANDA LIMA TRANSFORMA BOLEIROS FAMOSOS EM MEROS COADJUVANTES E BRILHA PARA O MUNDO NO SORTEIO DA FIFA PARA A COPA 2014


O Brasil era até hoje conhecido mundo afora como 'o país do Pelé'.

A partir da tarde de hoje, será também conhecido como 'o país de Fernanda Lima', que, linda, muito segura, falando um inglês mais que perfeito e vestindo um maravilhoso vestido dourado, tão brilhante quanto decotado e apertado, se impôs do começo ao fim da transmissão da Cerimônia da FIFA na Costa do Sauípe, que definiu os 48 confrontos da primeira fase da Copa do Mundo de 2014.

Tanto, que a constelação de boleiros de todos os tempos que participaram do sorteio - Cafú, Ghiggia e Zidane entre eles - e até seu marido, Rodrigo Hilbert, acabaram sendo seus coadjuvantes de luxo.

Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert apresentam a cerimônia do sorteio dos grupos da Copa do Mundo MAIS Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Apresentadora do melhor programa da Globo na temporada 2013 - o 'Amor & Sexo' - Fernanda causou furor nas redes sociais - assim que a transmissão começou pontualmente ás 14h - e entrou imediatamente nos 'trend topics' (assuntos mais comentados) do Twitter no Brasil, na Argentina e no México, com espanhóis e ingleses tuitando que não conseguiam se concentrar diante do seu generoso decote.

"Num mundo perfeito, sou casado com Megan Fox e sou infiel com a Fernanda Lima", disse um espanhol. 

Outro, sem medo do sorteio, cravou: "Eu pegaria Fernanda Lima na primeira fase, nas oitavas, nas quartas..."

Os tuítes sobre Fernanda só diminuíram no 'minuto de silêncio' em homenagem a Nelson Mandela - criaram até a hashtag #temquerespeitar.

Com todo esse auê, Fernanda pode finalmente calar a boca dos seus detratores, que desde a semana passada desceram o sarrafo na moça e no marido, por eles terem sido escolhidos para apresentar o sorteio - os antigos cotados, Camila Pitanga e Lázaro Ramos, foram preteridos pela Fifa.

Com toda graça, simpatia e segurança que demonstrou, aliás, duvido muito que Camila Pitanga segurasse uma cerimônia de mais de duas horas, como Fernanda segurou - maravilhosamente bem.

Fernanda 'Linda' flutua pelo palco, montado numa tenda sobre as dunas da Costa do Sauípe - AP Photo/Silvia Izquierdo

Afinal, o formato atual da cerimônia do sorteio é visivelmente calcado nas festas americanas do Oscar, do Grammy ou do Emmy: o que vale a pena ver e comentar dura uns 20 minutos, mas por ser um espetáculo televisivo e transmitido para o mundo todo, tem de ser inserido num programa de duas horas.

A cerimônia brasileira começou com uma homenagem a Nelson Mandela, que morreu ontem e não era visto em público desde a final da Copa do Mundo em seu país, em julho de 2010. 

Com a presidenta Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter,  no palco, houve um instante de silêncio.

Dilma fez um curto discurso, destacou a importância do líder sul-africano e também o direito do Brasil de ser, pela segunda vez, sede de uma Copa do Mundo, lembrando que os brasileiros adoram futebol e que o maior jogador de todos os tempos, Pelé, é brasileiro.

Finalizou, dizendo que esta vai ser a maior Copa da história porque reúne todos campeões mundiais e seleções dos cinco continentes.

Rodrigo Hilbert, Dilma Rousseff, Joseph Blatter e Fernanda Lima fazem silêncio em homenagem a Nelson Mandela, morto na última quinta-feira - Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Logo depois, um teaser muito bem feito, com um garoto com visual anos 30 - lembrando a primeira Copa, no Uruguai - e  depois aparecendo em todos os países que já sediaram Copas,  foi exibido e houve aí a primeira gafe ao darem no filmete um destaque absurdo para a comemoração de Maradona após o título do Mundial de 1986, com nossos maiores rivais da bola, os argentinos, gritando "Argentina, Argentina" no vestiário.

Não precisava, né?

A partir daí, ficou evidente que a festa seria marcada pela mistura de música e futebol, com referências ao samba, maracatu, frevo e funk, entre outros.

O primeiro número, maravilhoso, mostrou a até então improvável parceria da Diva Alcione o o rapper Emicida cantando o hino da MPB  'Brasil Pandeiro'; o segundo, mostrou a boa química entre Vanessa da Matta e Alexandre Pires e o número final, após o sorteio, mostrou Margareth Menezes na sua melhor forma, ao lado do Olodum.

Rapper Emicida e Alcione se apresentam - Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Entre um número e outro, quem mostrou samba no pé no palco foi o mascote da Copa, o tatu-bola Fuleco, que dividiu o palco com a deusa Marta e o ex-jogador Bebeto - aliás, eu acho um achado nosso país ter um animal que vira uma bola, mas só o nome que escolheram pra ele é de matar, né?

Marta, Fuleco e Bebeto - Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Sai Fuleco, entra Ronaldo Fenômeno: maior artilheiro de todos os mundiais, ele ficou pouquíssimo tempo no palco e muito mais depois, na tela da Globo.

Ronaldo disse que é mais difícil organizar uma Copa do Mundo do que fazer 15 gols, como ele fez - hoje, ele é dirigente do Comitê Organizador Local.

O técnico da atual campeã, Espanha, veio logo depois, para devolver de forma oficial a Taça atual.

Vicente Del Bosque só teve tempo de dizer que os espanhóis vem fortes em busca do bi campeonato.

Vicente del Bosque devolve a taça de campeão da Copa do Mundo de 2010 - Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Logo depois, a lenda Pelé entrou no palco ainda mancando - consequência de uma recente cirurgia no quadril.

Questionado por Fernanda Lima, Pelé disse que o Brasil estará na final da Copa - lógico, brincadeiras antes da cerimônia diziam que ele não sortearia as bolinhas dos grupos para não dar "azar" ao Brasil.

Quando o sorteio ia começar, Galvão Bueno, que até então vinha bem, com ótimas entradas na manhã, no 'GE' e no 'JH', cometeu a primeira gafe: quando o comentarista Casagrande disse que esperava que a Argélia caísse no grupo do Brasil, ele logo foi "corrigido" por Galvão, que soltou a 'pérola': "Tem que ser um africano".

Atônito, Casão só teve tempo de dizer: "Mas a Argélia fica na África!".

Galvão, escolado, só disse: "É mesmo" - e foi em frente, chamou o estúdio no Rio - onde estavam Escobar, Arnaldo e Caio - até ter de chamar o ótimo Márcio Canuto, que estava com uma galera ao vivo no Anhangabaú, centro de São Paulo e que iniciou sua participação com um inesperado “Chupa, Galvão” - a mensagem foi dita de forma bem humorada logo após Canuto ser acionado.

Antes, Galvão teve de interromper um comentário de Ronaldo para chamar Canuto.

“O Ronaldo vai falar já já porque vamos dar um pulo a São Paulo, ao vale do Anhangabaú, onde as multidões se reúnem ali em jogos do Brasil. E olha quem tá lá, Márcio Canuto, diga lá, Márcio Canuto…”, chamou Galvão.

“Chuuuupa, Galvão!'', berrou Canuto.

“Aqui começa a Copa no dia 12 de junho e aqui começa a torcida do Brasil. Quero ouvir todos vocês'', complementou.

Com tela divida, vimos Galvão e os comentaristas Ronaldo, Casagrande e Júnior rindo da entrada ao vivo do repórter.

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Reprodução
Diferentemente da postura 'coxinha' da maioria dos jornalistas da emissora, Canuto faz um sucesso absurdo justamente por ser completamente sem noção, abusando de improvisações e fazendo seus comentários sempre com muitos decibéis a mais.

Depois, ainda rindo, Galvão comentou: "Só o Marcio Canuto é capaz de fazer isso. É bacana, porquê você já vai entrando no clima".

Quanto ao sorteio em si: as 32 seleções que participaram do sorteio desta sexta-feira foram divididas em quatro potes.

No pote  1, estavam os cabeças de chave Espanha, Alemanha, Argentina, Colômbia, Bélgica, Suíça e Uruguai, definidos pelo ranking da Fifa, além do país-sede Brasil.

No pote 2 estavam os cinco representantes africanos e dois representantes da Américas do Sul.

O terceiro  pote era integrado por quatro asiáticos e quatro países da América Central e do Norte.

Por fim, o quarto pote era formado por nove representantes da Europa.

Detalhe dos potes e das 'bolinhas' do sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2014 - AP Photo/Andre Penner

Para sortear as bolinhas com os nomes dos países em cada pote, o sorteio contou com a participação de lendas da bola: o francês Zidane, o uruguaio Ghiggia, o italiano Cannavaro, o inglês Sir Hurst, o alemão Matthaus, o argentino Kempes e o espanhol Hierro.

Nossos rivais históricos,  Argentina - vizinha que forma com o Brasil uma das maiores rivalidades da história do futebol - e França - nossa carrasca de 1986, 1998 e 2006 - se deram muito bem.

Os argentinos caíram em um grupo com a estreante Bósnia, a Nigéria e o Irã.

Apesar de não ser um grupo propriamente muito fraco – a Bósnia fez ótima campanha nas eliminatórias, e a Nigéria é a atual campeã africana – são seleções de pouca tradição em Copas, e que dificilmente devem dificultar a classificação da Argentina de Messi, Higuaín e Aguëro.

Em seis jogos contra a Nigéria, a Argentina, em sua história, venceu quatro, e perdeu apenas um.

Em copas, a última vitória veio em 2010, por 1 a 0.

Contra o Irã, apenas um jogo na história, terminado em empate.

A Bósnia é estreante em mundiais, mas já tem no currículo duas derrotas em dois jogos diante da seleção portenha.

Já a França, comandada pelos craques Franck Ribery, do Bayern, e Karim Benzema, do Real Madrid, enfrentará a Suíça, o Equador e Honduras.

A França não saiu do 0 a 0 com a Suíça na Copa de 2006, parando na defesa que seria a melhor da primeira fase.

O confronto histórico é equilibrado: são 36 confrontos, com 15 vitórias francesas e 12 suíças.

Mesmo que fique atrás de Suíça, a equipe dos Bleus terá de ter uma atuação desastrosa para cair na primeira fase.

A violenta seleção hondurenha não tem qualidade para superar um adversário repleto de estrelas que jogam em times de ponta da Europa.

O Equador, que enfrentou a França apenas uma vez na história (derrota por 2 a 0), tem tudo para somar ao currículo uma segunda derrota.

Representantes das seleções da Copa do Mundo se reúnem para uma foto após o sorteio dos grupos do torneio - Jefferson Bernardes/VIPCOMM

Os "intrusos" entre os cabeças chave,  Bélgica e Colômbia também tem boa chance de ultrapassar a primeira fase.

Os colombianos tem uma das melhores gerações de sua história, com os ícones Falcão Garcia e James Rodrigues, do Monaco, Guarin, da Internazionale, e outros nomes, e enfrentarão Japão, Costa do Marfim e Grécia, seleções que não costumam ir longe em mundiais.

A Bélgica também só deve ter dificuldades diante da Rússia.

Quem certamente teve o pior resultado imaginável na escolha dos grupos foi a Costa Rica, que disputará uma vaga com Uruguai, Itália e Inglaterra.

É o chamado 'Grupo da Morte' da Copa 2014, mas praticamente impossível para os costarriquenhos já que, diante das três potências, que somam sete títulos mundiais, a seleção da América Central soma sete derrotas e nenhuma vitória.

Nesse grupo, pior para a Inglaterra, que vai ter de jogar justamente onde seu técnico não queria: Manaus, onde seus jogadores branquinhos devem torrar sob o sol equatorial.

A atual campeã Espanha também não deve ter vida fácil, já que terá pela frente uma Holanda mordida, que buscará vingar a derrota na final da Copa de 2010, na África do Sul - as duas fazem o jogo de estreia do seu grupo.

O duelo entre as duas seleções é equilibrado: são dez partidas, com cinco vitórias da Fúria, quatro da Holanda e um empate.

O grupo é completado pelo Chile, que costuma passar da primeira fase em copas, e a Austrália, limitada mas forte fisicamente.

São duas equipes que podem surpreender.

Agora, ainda bem que o Pelé não foi sortear as bolinhas né?

O Grupo do Brasil tem Croácia, Camarões e México e agora, ivre de um 'grupo da morte' no início da competição, os anfitriões podem encarar Espanha ou Holanda, integrantes do grupo B, logo nas oitavas de final.

Por ser país-sede do Mundial, o time comandado por Luiz Felipe Scolari era o único cabeça de chave que já tinha lugar definido antes do sorteio, integrando o grupo A.

O jogo de abertura da Copa 2014 será contra os croatas no dia 12 de junho, às 17h (horário de Brasília), na Arena Corinthians Emirates, em São Paulo.

Depois, a seleção comandada em campo por Neymar pega os mexicanos em Fortaleza (17/06, às 16h) e em Brasília (23/06, às 17h) e encerra sua participação na fase de grupos contra os camaroneses.

Os dois primeiros colocados da chave brasileira enfrentarão nas oitavas de final as equipes classificadas do grupo B - com Espanha, Holanda, Chile e Austrália.

Dentre as cidades-sedes da Copa, quem se deu bem foram São Paulo e Salvador pois, além da estreia do Brasil, a nova Arena do Corinthians receberá o duelo entre os campeões mundiais Inglaterra e Uruguai e a cidade baiana será palco de Espanha e Holanda e de Alemanha e Portugal.

Na questão do deslocamentos pelo Brasil, quem mais viajará serão os Estados Unidos - que percorrerão 5.609 quilômetros em dez dias por jogar em Natal, Manaus e Recife.

Já a Bélgica será a seleção que se deslocará menos durante a primeira fase do Mundial.

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