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Lewis Gilbert, responsável por três dos mais icônicos filmes de James Bond, morreu aos 97 anos
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O diretor faleceu na sexta, 23 de fevereiro, mas sua morte só foi divulgada agora.
Nascido em uma família de músicos, Lewis começou sua carreira como ator infantil, e embora o produtor britânico Alexander Korda tenha oferecido uma oportunidade na Academia Real de Artes Dramáticas, ele se interessou mesmo pela direção.
Em 1939, trabalhou como assistente em “A Estalagem Maldita”, de Alfred Hitchcock.
Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na RAF (Royal Air Force) junto da unidade Air Corps dos EUA, onde dirigiu vários documentários.
Após a Guerra, continuou a escrever e dirigir documentários, antes de assumir produções com baixo orçamento.
Eventualmente conseguiu ser escalado para produções maiores, e fez seu nome como um diretor britânico 'top', com o clássico “Como Conquistar as Mulheres” (Alfie, 1966), estrelado por Michael Caine.
Pelo filme, Gilbert recebeu uma indicação de Melhor Diretor no Globo de Ouro e mais cinco indicações no Oscar, incluindo Melhor Filme.
O designer de produção Ken Adam, Albert “Cubby” Broccoli e Lewis Gilbert, no set de “007 – O Espião Que Me Amava” nos estúdios Pinewood, em 1977 - EON Productions
No mesmo ano, recusou a oferta para dirigir 'Com 007 Só Se Vive Duas Vezes', mas aceitou depois que o produtor da cinessérie 007, Albert R. “Cubby” Broccoli, o convenceu dizendo:
“Você não pode desistir desse trabalho. É a maior audiência do mundo”.
O filme trouxe um novo olhar para a série e o fez retornar uma década depois para dirigir '007 – O Espião Que Me Amava', imortalizando Roger Moore no papel de James Bond.
Roger Moore e Richard Kiel recebem instruções de Gilbert, nas filmagens de '007 – O Espião Que Me Amava' - EON Productions
Após o sucesso do filme anterior, Gilbert voltou para dirigir '007 Contra O Foguete Da Morte', que teve filmagens no Brasil.
Apesar de ter sido bem-sucedido nas bilheterias, o longa foi criticado pelas suas extravagâncias, como Bond no espaço.
Durante as filmagens no Rio de Janeiro no verão de 1978, disse à BBC:
“Bond é um grande entretenimento, não é um filme normal. Não se trata de drama, é puro escapismo”.
Tive o prazer de conhece-lo pessoalmente, durante as filmagens de '007 Contra O Foguete Da Morte', no Rio de Janeiro.
Era um homem doce, sempre falando baixo, se dirigindo a todos com respeito.
Como diretor, exigia o máximo dos seus atores, com energia e didatismo.
Seu talento fará falta.