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Entenda a importância de cada ator para o personagem criado por Ian Fleming nas telonas
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"My name is Bond... James Bond".
Essa é uma frases mais famosas do cinema, que ouvimos há mais de 50 anos.
No entanto, a primeira vez que ela foi dita foi no livro 'Cassino Royale', de 1957, escrito por Ian Fleming, que apresentou ao mundo o agente do Serviço Secreto Britânico 007 - o duplo zero quer dizer que ele tem licença para matar.
Enquanto nos livros encontramos uma versão fria e sombria de 007, os seis atores que interpretaram o personagem no cinema ajudaram a transformar o agente em um mito da espionagem, adicionando elementos importantes à sua característica, como a arrogância, o humor, a agressividade e até a sede de vingança.
Essa postagem tem a intenção de mostrar o que cada um deles trouxe para o Bond que conhecemos e amamos.
Confira:
Sean Connery (1962/1967; 1971 e 1983)
Para muitos esse é o melhor ator que interpretou o personagem até hoje.
A razão é que o ator escocês trouxe em seus filmes a mescla perfeita e inconfundível de arrogância, sofisticação e humor.
Quando assumiu o papel pela primeira vez, em 1962, Connery tinha 32 anos e assinou contrato de seis anos com os produtores Albert Broccoli e Harry Saltzman.
Na época, Ian Fleming não aprovou a sua escolha - o criador de 007 queria ver Richard Burton, James Stewart, David Niven ou James Mason no papel.
Já nos seus dois primeiros filmes - '007 Contra O Satânico Dr. No' (1962) e 'Moscou Contra 007'(1963), Connery o convenceu do contrário, provando ser a melhor escolha para o sucesso da série no cinema.
Infelizmente, Fleming morreu antes de '007 Contra Goldfinger' (1964) ser lançado, e, assim, não viu sua maior criação virar ícone.
Sem dúvida, é esse filme que fez não só Sean Connery, mas James Bond se tornar o fenômeno que conhecemos hoje, além de transformá-lo em um dos maiores heróis da história do cinema.
Em uma trama ousada para a época, Connery esbanjou carisma e charme, elementos que se tornaram marca registrada do espião.
Quando largou o papel em 1967, após 'Com 007 Só Se Vive Duas Vezes', o ator deixou um legado importante.
Tanto é que voltou para viver Bond em 1971, em '007 - Os Diamantes São Eternos', após George Lazenby fracassar no papel.
Na época, Connery foi o primeiro ator a ganhar um milhão de dólares para ser convencido a voltar.
Confira cenas de Sean Connery como Bond - inclusive o primeiro 'My name is Bond...James Bond' das telonas:
George Lazenby (1969)
A missão do modelo australiano e aspirante a ator era complicadíssima, pois iria viver o papel que Connery já tinha transformado em lenda.
Alguns adoram sua atuação em '007 A Serviço Secreto De Sua Majestade', o único filme que fez como Bond, pois ele trouxe um espírito aventureiro maior ao personagem, com cenas em que ese pendura em um cabo de teleférico e esquia para fugir dos bandidos, que depois ficariam conhecidas como 'Bond scenes' pelos fãs.
O longa como um todo realmente está longe de ser o pior da franquia, principalmente por envolver um dos melhores livros de Ian Fleming e uma boa trama de espionagem.
No entanto, o seu ponto mais fraco é justamente o seu protagonista e é por isso que muitos fãs ignoram Lazenby.
Para esses amantes, ele humanizou demais o espião, que é conhecido pela frieza, impiedade e estreita relação com as mulheres.
Vale lembrar que é nesse filme que Bond se casa com Tracy (Diana Rigg) e depois fica viúvo - enquanto viaja para a lua de mel, ela é morta por um tiro disparado pelo vilão Blofeld, que, aliás, retorna agora em '007 Contra Spectre'.
O fato é que o ator tomou a iniciativa de romper o seu contrato - depois de seu difícil relacionamento com a produção e após receber várias críticas negativas da mídia especializada.
Confira as melhores cenas de George Lazenby como 007:
Roger Moore (1973/ 1985)
Também teve a difícil missão de substituir Sean Connery, que havia voltado para mais um filme da cinessérie oficial, depois do fracasso de George Lazenby.
Para piorar a situação, o inglês, que vinha das ótimas séries de TV 'O Santo' e 'The Persuaders', precisava provar que a franquia podia viver sem o colega escocês, que até então era visto como o único capaz de viver Bond no cinema.
Moore não só conseguiu como agradou tanto que fez sete filmes, sendo um dos atores que mais viveu o personagem na telona.
Connery também fez sete, se contarmos '007 - Nunca Mais Outra Vez' (1983), longa que não faz parte da franquia oficial e é uma refilmagem de '007 Contra Chantagem Atômica' (1965), também estrelado por Connery e que faz parte da cinessérie oficial.
Logo na sua estreia, em 'Com 007 Viva E Deixe Morrer' (1973), Moore já agradou muitos fãs ao recuperar a força do personagem e trazer um lado mais humorístico ao espião, algo que também tornou uma das principais características do personagem.
O seu auge no papel foi em 1977, quando estrelou '007 - O Espião Que Me Amava'.
Depois de uma produção difícil, o longa se tornou um dos melhores da franquia pois, além de cenários grandiosos e uma trama envolvente, o filme também apresentou Dentes de Aço (Richard Kiel), vilão que se tornou um dos mais icônicos da série - tanto, que a pedido dos fãs, retornou no longa seguinte, '007 Contra o Foguete da Morte' (1979), única visita de 007 ao Brasil e que ficou marcado pela icônica cena do combate entre Bond e o vilão em cima de um bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
Confira cenas de Roger Moore como 007:
Timothy Dalton (1987/ 1989)
Dalton é o ator que pegou o desafio no momento mais complicado da franquia.
Afinal, o galês assumiu o personagem em '007 - Marcado Para a Morte' (1987) no final da Guerra Fria (conflito que serviu de base para maioria dos longas), período em que a espionagem estava em baixa no cinema.
Na época, tinha gente que acreditava que, com o fim do conflito entre Estados Unidos e União Soviética, não havia espaço para James Bond.
Ainda bem que eles estavam errados.
Mesmo não agradando a todos, Timothy Dalton teve bons momentos ao trazer uma versão mais fiel ao agente secreto dos livros de Ian Fleming, embalado por uma das musicas tema mais lembrada pelos fãs, interpretada pela banda norueguesa 'A-Ha', no auge da fama.
Nos dois filmes em que protagonizou, principalmente em '007 - Permissão Para Matar'(1989), vemos um Bond sombrio, vingativo e totalmente frio na hora de realizar suas missões.
Esse último o público detestou, é considerado o pior filme da cinessérie e eu mesmo conheço fãs que compraram a coleção completa dos filmes e ainda nem tiraram o plástico que envolve o DVD.
Descrente que não aconteceriam mais filmes do agente depois de 1989, Dalton, seguramente um bom ator até hoje, se envolveu em outros projetos.
Quando finalmente foi anunciada a produção de '007 Contra Goldeneye', já na década de 1990, ele preferiu não retornar ao papel.
Confira cenas de Timothy Dalton como Bond:
Pierce Brosnan (1995/ 2002)
Os seis anos de intervalo entre o último longa de Dalton e o primeiro de Pierce Brosnan foi o mais longo da franquia.
Até que o 16º filme de James Bond estreasse, muitos fãs desconfiaram que o personagem poderia não voltar para o cinema e se perguntaram como o personagem sobreviveria sem a Guerra Fria, sua principal base.
A resposta tardou, mas veio em '007 Contra Goldeneye' (1995).
A estreia de Brosnan na franquia teve uma cena de abertura espetacular, com Bond retornando ao volante da icônica Aston Martin DB-5 presente nos filmes de Connery e é até hoje um dos mais importantes longas da franquia, pois colocou 007 em um contexto diferente e trouxe uma nova geração de fãs, que até então estava órfã de um herói no mundo da espionagem.
Lembram do jogo para Nintendo 64 baseado no filme?
Pois é, isso também ajudou, mas a verdade é que o ator irlandês mostrou que era a melhor opção para o papel na década de 1990.
Curiosamente, ele seria o Bond após Roger Moore, mas seu longo contrato com a série de TV 'Ramington Steel' impediu que ele assumisse o papel na época.
É verdade que os filmes desse novo período não são uma unanimidade entre os fãs até hoje, principalmente '007 - Um Novo Dia Para Morrer' (2002).
No entanto, Pierce Brosnan, assim como Sean Connery e Roger Moore, ganhou o respeito dos fãs ao longo dos sete anos em que interpretou o personagem, provando que Bond estava bem vivo para o mundo mais moderno.
Talvez o melhor exemplo disso seja '007 - O Amanhã Nunca Morre' (1997), que traz uma história interessante e provocou debates sobre a manipulação da informação - o vilão era um magnata das comunicações que criava fatos e tragédias para ser o primeiro a dar a notícia.
Ali, já foi possível detectar que o mundo ganhava uma nova potência econômica e armamentista: a China, ou seja, estava apresentado um novo universo para ser explorado nos próximos longas.
Depois do seu quarto filme, Brosnan ainda tinha físico e fôlego e demonstrava condições para seguir adiante.
Mas depois das críticas negativas de 'Um Novo Dia Para Morrer', a franquia precisou mudar de rumo e correr atrás de um Bond totalmente diferente, que até então nunca tinha sido visto no cinema.
Confira cenas de Pierce Brosnan como 007:
Daniel Craig (2006/ atual)
E foi isso o que Daniel Craig fez.
Mesmo com a desconfiança de muita gente no começo, ele abraçou a causa e trouxe um agente ainda iniciante, que acabava de ganhar seu duplo zero - o que agora lhe dava a 'licença para matar' - , que sangrava e não tinha medo de sujar as mãos na hora de enfrentar os inimigos.
Assim como Dalton, o inglês espelhou o Bond dos livros de Ian Fleming e trouxe às telonas um personagem mais sombrio e realista.
Depois de estrear em grande estilo em '007 Cassino Royale' (2006) e de ter enfrentado um fraco '007 - Quantum of Solace' (2008), Craig se consagrou como Bond em '007 - Operação Skyfall' (2012).
Confira cenas de Daniel Craig como o atual James Bond:
Mesmo tendo anunciado anteriormente que tem contrato para mais um filme, o futuro de Craig na franquia depois de '007 Contra Spectre' parece incerto.
De qualquer forma, os fãs torcem para que ele continue, pois acreditam que ele é, ao lado de Sean Connery, um dos melhores Bond de todos os tempos.
Daniel Craig volta a viver James Bond em '007 Contra Spectre', que estreia na próxima quinta, 5 de novembro, aqui no Brasil.
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