Memória, e não a falta dela.
Essa é a premissa de "Blindspot", série exibida nos EUA pela NBC e que o Warner Channel estreou no Brasil na última terça (29) para uma primeira temporada de oito episódios.
A cena inicial já foi sensacional: a protagonista (Jaimie Alexander, a Lady Sif dos filmes do Thor) aparece nua e só, em plena madrugada na Times Square em NY, um dos lugares com mais pessoas por metro quadrado do mundo, coberta de tatuagens recentes e sem nenhuma lembrança.
Jaimie Alexander, na cena inicial de 'Blindspot' - Fotos dessa postagem: Divulgação/NBC |
Aos poucos, descobrimos que a moça é cheia de habilidades especiais que pressupõem um treinamento militar barra-pesada (o nome do seriado, "ponto cego", alude ao que não se vê imediatamente na moça e em sua história).
Mas é preciso ir além da cena inicial com jeitão videoclipe, reprisada á exaustão, para vermos a alma por trás desse intrigante thriller de ação.
O tema central, as lembranças, perpassa não só a protagonista em sua amnésia aparentemente programada por um vilão ou cúmplice, como também outros personagens cujas memórias são uma assombração constante - do agente do FBI que perdeu a amiguinha de infância ao piloto militar traumatizado após uma operação com "drones" que terminou por matar civis e tudo com pitadas saudáveis de crítica política, indispensáveis hoje em dia pelo bem da verossimilhança.
Jaimie Alexander aparece arrebatadora, com beleza e talento em partes iguais e difíceis de se ver nas séries atuais.
Ela é Jane Doe -nome dado nos EUA a mulheres não identificadas, algo como "Joana-ninguém" no bom português - aparentemente uma agente especial que é alvo de um experimento com memória - e que remete, evidentemente, à cinessérie "A Identidade Bourne".
Em seu corpo tatuado, estão as pistas para elucidar uma sequência de crimes que ainda está por ocorrer e a motivação de seu algoz.
A primeira é o nome do agente do FBI Kurt Weller (Sullivan Stapleton), que a ajudará a desmontar o enigma.
Sullivan Stapleton é ao agente do FBI Kurt Weller |
Aí entra a memória para a qual a série de fato apela: a conexão afetiva do espectador com a irresistível brincadeira infantil de caça ao tesouro, que serve para construir o clímax para os episódios seguintes.
Com a direção rápida de Mark Pellington - experiente com videoclipes e com o bom suspense "O Suspeito da Rua Arlington" (1999) - "Blindspot" ganha um ritmo de "The Blacklist" e "24 Horas" - só não espere a precisão milimétrica do roteiro desta última em seus melhores anos.
Não há nada errado em não tentar reinventar a roda, afinal, nem toda série precisa transcender.
Mas é preciso que a execução seja precisa e que os "cliff hangers" - a deixa que nos leva a querer assistir ao próximo episódio - não se desgastem.
Por ora, em plena temporada de estreias nos EUA, a audiência americana aprovou, somando 10,6 milhões de espectadores na primeira exibição do piloto e 9,1 milhões no segundo episódio, líder no horário.
Com duas semanas, vale por as fichas no diretor e no produtor Martin Gero (de "Bored to Death", série da HBO com Jason Schwartzman e Zach Galifianakis exibida de 2009 a 2011).
Gostei.
CONFIRA O TRAILER DE 'BLINDSPOT':
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"Blindspot"
Onde:
Warner Channel
Quando:
Terças
Horário:
22h30
COTAÇÃO DO KLAU:
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