SINOPSE:
Na juventude, Dick Cheney (Christian Bale) se aproximou do Partido Republicano ao ver na política uma grande oportunidade de ascender de vida.
Para tanto, se aproxima de Donald Rumsfeld (Steve Carell) e logo se torna seu assessor direto.
Com a renúncia do ex-presidente Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo ganham imediata importância e, com isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld retornam à esfera de poder do partido.
Décadas depois, com a decisão de George W. Bush (Sam Rockwell) em se lançar candidato à presidência, Cheney é cortejado para assumir o posto de vice-presidente.
Ele aceita, mas com uma condição: que tenha amplos poderes dentro do governo, caso a chapa formada seja eleita.
CRÍTICA:
Um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme em 2019, Vice, novo filme de Adam McKay, chega aos cinemas nesta quinta (31) e reafirma as habilidades do diretor.
Dick Cheney (Chris Bale), vice-presidente do governo de George W. Bush (2001 a 2009), é um homem ardiloso e convincente que usava jogos políticos para garantir o poder.
Foi ele quem articulou, por trás dos holofotes, a Guerra do Iraque após os atentados de 11 de setembro.
Chris Bale como Dick Cheney, em cena do longa - Fotos dessa Postagem - Divulgação/Imagem Filmes |
Você pode acreditar que McKay se isentou da parcialidade ao retratar uma peça do governo republicano, mas não se engane: em uma abordagem geral, o diretor assume um lado e insere na trama dezenas de críticas ao atual presidente dos EUA, Donald Trump.
Ele quer que o publico capte suas piadas afiadas, suas indiretas implícitas e entenda que a situação atual do país está se repetindo, já que nos argumentos de McKay, Cheney se aproxima da personalidade extrema de Trump, porém com mais empatia e humanidade.
Bale, que ganhou mais de 15 quilos para o papel, mostra mais uma vez seu talento de transformação e traz uma performance comprometida.
Dick Cheney tem a trajetória coberta pelo longa, desde os 21 anos até os atos protagonizados aos 75 anos.
Para além da boca torta, Christian Bale teve a providencial ajuda do maquiador Greg Cannom (de filmes como Drácula e O curioso caso de Benjamin Button), de quem ficava acompanhado, dia a dia, por, ao menos, três horas.
Máscara de silicone e os já citados quilos extras reforçaram a já conhecida capacidade camaleônica do ator.
A dupla Bale/McKay parece gostar de elevar os desafios a cada trabalho - quando pensa em uma nova história para contar, o diretor logo escala o britânico para enfrentar horas de maquiagem e quilos de enchimento.
Não tem como negar a versatilidade do ator e a dedicação com seus personagens.
É por essas e outras que mais uma vez o vemos na lista de indicados a Melhor Ator.
Derrotando no Globo de Ouro fortes concorrentes como o veterano Robert Redford e o prestigiado Viggo Mortensen (do longa Green book), Bale pode se tornar o primeiro ator a vencer a estatueta pela representação de um vice-presidente, depois de retratos que se restringiram a caciques do porte de Abraham Lincoln (Daniel Day-Lewis), Richard Nixon e Harry S. Truman.
Ao lado dele, Adams, uma das atrizes mais injustiçadas dessa década, desempenha um belíssimo trabalho como a esposa leal que embarca nas ideias mirabolantes de Cheney, ao mesmo tempo em que assume o papel de mãe dedicada às filhas.
Ela brilha em cena e seria ótimo vê-la subir ao palco como vencedora da estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante.
Amy Adams é a Senhora Cheney |
Por fim, Sam Rockwell como George W. Bush é impecável: com atuação estritamente dedicada, ele dá show a cada cena, com diálogos afiados e trejeitos idênticos ao do ex-presidente.
Não á toa, ele também está indicado à categoria de Coadjuvante.
Mas é preciso pontuar que, embora garanta diversão, o longa tende a ser cansativo e confuso em alguns momentos.
O diretor cria dispositivos para inserir o público de uma forma mais didática aos temas complexos que costuma abordar.
Sam Rockwell como George W. Bush |
Suas técnicas de edição e câmera incluem a quebra da quarta parede, o uso de vinhetas engraçadas, créditos finais subindo no meio do filme.
No entanto, mesmo que ajude a criar um clima mais ameno para a trama, alguns desses escapes podem se tornar exagerados e fazer o espectador perder o raciocínio e desviar a atenção para a piada inserida de surpresa na tela.
Apesar disso, o drama garante bons momentos e reafirma que McKay gosta de inserir o grande público em histórias não muito populares, mas que merecem ser contadas com seu jeito todo peculiar.
Filmaço.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
VICE
Título Original:
BACKSEAT
Gênero:
Drama
Diretor:
Adam McKay
Elenco:
Abigail Marlowe, Adam Bartley, Alison Pill, Amy Adams, Bill Camp, Bill Pullman, Cailee Spaeny, Casey Sander, Christian Bale, Don McManus, Eddie Marsan, Fay Masterson, Justin Kirk, Lily Rabe, LisaGay Hamilton, Sam Rockwell, Shea Whigham, Stefania LaVie Owen, Steve Carell, Tyler Perry
Roteiro:
Adam McKay
Produção:
Adam McKay, Brad Pitt, Dede Gardner, Jason George, Jeremy Kleiner, Kevin J. Messick, Will Ferrell
Fotografia:
Greig Fraser
Trilha Sonora:
Nicholas Britell
Montador:
Hank Corwin
Maquiagem:
Greg Cannom
Estúdio:
Annapurna Pictures, Gary Sanchez Productions, Plan B Entertainment
Distribuidora:
Imagem Filmes
Ano de produção:
2018
Estréia (Brasil):
31/01/2019
Classificação Indicativa:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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