quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

'SUPERGIRL' - CRÍTICA APÓS O HIATO: SÉRIE CHEGA AO SEU LIMITE E SOFRE COM FALTA DE OUSADIA

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'Supergirl' está no ar desde 2015 como uma das séries de herói mais legais do canal The CW - mas precisa sair do marasmo
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Apesar de altos e baixos, o seriado já tratou de temas relevantes - como o romance entre Alex e Maggie - e já fez a heroína perder pessoas importantes, como Winn e Mon-El.

Porém, o grande problema da atração, e que fica evidente no episódio “Suspicious Minds”, é a falta de ousadia do canal em permanecer fiel às suas decisões.

Marcando o retorno da temporada após o hiato de fim de ano, o capítulo mostra que a Coronel Haley está disposta a tudo para descobrir a identidade secreta da Supergirl, incluindo métodos de intimidação com agentes do DEO que conhecem o segredo.

Nesse ponto da história, a protagonista se sente acuada por não trabalhar mais na agência, mas continua combatendo o crime de acordo com o que considera correto.

Apesar de estar no seriado há pouco tempo, Haley é construída como uma das vilões mais perigosas para a Garota de Aço.

Ela não tem superpoderes como antagonistas de outras temporadas, mas o fato de ser humana só faz com que a Supergirl possa fazer pouco contra ela, já que a batalha não é física, mas sim estratégica.

Haley é implacável, tem o governo ao seu lado e não vai descansar até controlar todos os movimentos da heroína.

Ao falar sobre os alienígenas neste episódio, por exemplo, a coronel usa a frase “eles não são humanos” para justificar a tortura - uma fala perigosa e que ressoa com momentos sombrios vividos na vida real pela humanidade.

A Supergirl poderia apenas se afastar e dizer que não vai seguir as regras?

Sim, mas isso poderia colocá-la em uma posição de vilã perante a população da cidade e isso é tudo o que Kara não quer.

Apesar de tramas secundárias, como o caminho de Nia Nal para se transformar na heroína Dreamer e a lembrança da equivalente da Supergirl que vive na Rússia (algo, aliás, deixado muito de lado pela temporada), todo o episódio é focado no conflito de descoberta de identidade, mas a trama se confunde em si mesma.

Primeiro Haley descobre o segredo e ameaça Kara: para não ter seu nome divulgado, ela vai precisar seguir todas as regras da coronel.

Depois, para nenhuma surpresa dos fãs, a personagem tem a mente apagada e tudo parece a salvo.

Só que mais uma vez Haley encontra uma forma de descobrir tudo.

O vai-e-vem do episódio sobre um conflito tão importante tira grande parte de seu peso.

Quando soluções muito mirabolantes surgem do nada, a sensação do público é de que nada vai durar.

Quando “Suspicious Minds” termina, Kara perde o motivo pelo qual se tornou a Supergirl em primeiro lugar, o que poderia chocar, se não fosse o teaser do episódio “Blood Memory”, que já indica que o momento emocionante que encerrou o capítulo será revertido.

Todos esses recursos utilizados pelo canal The CW mostram o desejo de evoluir a personagem aos poucos, para que sua história dure muitas temporadas - uma decisão mercadológica, mas que afeta drasticamente a parte criativa da série.

Supergirl ainda está na metade de sua quarta temporada e há muito tempo para o canal trabalhar melhor em como fazer a história durar, sem precisar de decisões narrativas tão forçadas.

Por enquanto, o seriado da Garota de Aço está tão preso quanto a heroína estaria nas mãos da Coronel Haley.

Se os showrunners não tomarem uma providência séria, a outrora boa série vai seguir o mesmo caminho ladeira abaixo que Arrow e The Flash seguiram - se tornaram duas séries absolutamente insuportáveis de se ver, chatas, sem roteiro ou criatividade.

Supergirl tem tudo para dar a volta por cima: o personagem é bom, o elenco ajuda, Melissa Benoist é espetacular.

Mas precisa melhorar.

CONFIRA O TRAILER DO EPISÓDIO DE RETORNO:

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