SINOPSE:
Titans gira em torno de um grupo de jovens aspirantes a heróis do universo da DC Comics.
Dick Grayson, provavelmente mais conhecido pelo seu alter-ego 'Robin', é o protagonista, que sai das sombras de Batman para se tornar o Nightwing, ou Asa Noturna, líder de um grupo de novos heróis que inclui Estelar, Ravena, Mutano e muitos outros.
Da esquerda para a direita: Mutano (Ryan Potter), Ravena (Teagan Croft), Robin (Brenton Thwaites) e Estelar (Anna Diop) - Fotos dessa postagem: Divulgação/Netflix |
CRÍTICA:
Titans não tinha uma tarefa fácil pela frente.
Como qualquer adaptação, precisava agradar aos fãs dos personagens originais e, ao mesmo tempo, conquistar um novo público
Mas, principalmente, ser o "show de abertura" do serviço de streaming da DC, o DC Universe, antes de chegar à Netflix mundialmente.
E desde o primeiro "Fuck Batman!" dito por Dick Grayson (Brenton Thwaites) no trailer, prometia investir num lado obscuro, algo bem diferente das coloridas séries do 'Arrowverse' na CW e outras séries onde seus personagens aparecem, como no infantil Jovens Titãs e na adolescente Justiça Jovem.
Num modo geral, o resultado até surpreendeu, mesmo sem ser perfeito.
Apesar de ser descrita como uma série live-action de Os Jovens Titãs, a trama em si é focada no relacionamento entre Dick e Rachel (Teagan Croft), que conhecemos como Robin e Ravena.
Ele está fugindo do seu passado em Gotham City e agora atua como policial detetive em Detroit.
Brenton Thwaites) é Dick Grayson/Robin |
Já a jovem possui um poder que não consegue compreender, sendo caçada por organizações misteriosas.
Ambos precisam lidar com a escuridão dentro de si e constroem um laço que questiona o significado de família.
Teagan Croft é Rachel/Ravena |
O problema é que os outros membros importantes do grupo de heróis são esquecidos, mesmo tendo grande potencial.
Kory/Estelar (Anna Diop) ainda tem bons momentos de destaque, mas Gar/Mutano (Ryan Potter) é apenas um coadjuvante de luxo.
O foco na mitologia de Ravena é acertada - a origem mágica da personagem é responsável por um dos melhores arcos dos Titãs - e a escolha de apresentar a personagem inexperiente é ousada, funcionando bastante no início da temporada.
Só que a enrolação para dar explicações ao público e a constante inocência de Rachel irrita o espectador e prende o desenvolvimento da história.
Anna Diop é Kory/Estelar |
Mas o grande problema da série é que tudo fira em torno do ex-Robin.
Brenton até traz uma boa performance, mas questão é que boa parte da primeira temporada é focada no personagem, ficando evidente a intenção dos produtores de tentar explorar a figura do Batman o máximo de tempo possível, a fim de agradar os fãs — mesmo sem escalar um ator para viver Bruce Wayne, a fim de não atrapalhar qualquer rumo que o Homem-Morcego tenha nas telonas com o Universo Estendido DC.
Em vez de conhecer mais sobre Kory e Gar, o público fica preso numa série de flashbacks desnecessários, que não acrescentam muito para a narrativa.
Isso sem falar que todos os personagens relacionados ao universo de Dick Grayson são mais interessantes que o próprio vigilante/detetive.
Hank (Alan Ritchson) e Dawn (Minka Kelly) são apresentados logo no início, mas só ganham profundidade na reta final, quando ganham um episódio solo que somente existe para aumentar o suspense de um cliffhanger envolvendo Kory.
E, mesmo assim, o capítulo da dupla surpreende - os dois são os mais experientes do elenco e nos dão as melhores cenas da primeira temporada.
Ravena e Columba - à direita: melhor da série |
Chegando quase aos 45 minutos do segundo tempo, Donna Troy (Conor Leslie), a Garota Maravilha, é pura simpatia, elegância e empoderamento, deixando o espectador na torcida por mais cenas dela.
Até a breve participação do novo Robin, Jason Todd (Curran Walters) traz algo novo.
Mas o principal defeito da série é o seu ritmo - ou a falta dele, já que a narrativa central vive sendo cortada para inserir novos personagens ou fazer curvas desnecessárias.
Após o já citado arco de Rapina e Columba, o mistério de Kory (uma das protagonistas, vale ressaltar) só é esclarecido no penúltimo capítulo.
A origem de Gar é contada em apenas uma cena, enquanto o resto de "seu episódio" só serve para dar um pontapé no spin-off de Patrulha do Destino.
Mutano é coadjuvante de luxo |
Assim, o que prometia ser uma aventura bacana se perde com exageros de fan service e ferramentas antiquadas para manter a atenção do público.
Felizmente, a série acerta ao não compartilhar o clima feliz do 'Arrowverse', se aproximando mais de Gotham nesse sentido.
A proibição para menores de idade permite incríveis e brutais sequências de ação, muito sangue espirrando, além de alguns palavrões aleatórios, mas não é muito utilizada em cenas de sexo, curiosamente.
O resultado culmina num novo e interessante estilo para o gênero de heróis na TV.
Sobre o elenco: Brenton Thwaites se esforça para carregar a trama, mas é Anna Diop quem rouba todas as cenas, construindo uma Estelar divertida, hipnotizante e poderosa — resultado ainda mais gratificante ao lembrarmos como a jovem atriz foi vítima de comentários racistas ao ser escalada como a heroína, mas acabou se tornando a melhor personagem da atração.
Croft fica presa numa personagem que não evolui, enquanto Potter traz bom alívio cômico no pouco tempo que possui em tela.
No tocante aos coadjuvantes, fica a aqui a torcida para Conor Leslie ser promovida ao elenco regular, pois até um um spin-off sobre Donna Troy seria muito bem vindo.
Conor Leslie é Donna Troy/Moça Maravilha |
Pena que a temporada termine com um episódio bem fraco e completamente aleatório, puramente focado em fan service e o anticlímax acaba por diminuir expectativas para o segundo ano.
Se você é apaixonado por histórias de heróis, Titans é uma boa pedida.
Não é perfeita, mas traz algo diferente para um público cercado por tantas histórias do gênero.
Só faltou ser realmente centralizada nos Jovens Titãs, ao invés de ser uma espécia de 'DR' violento entre Batman e Robin.
A segunda temporada já foi confirmada.
RELEMBRE O TRAILER DA PRIMEIRA TEMPORADA:
FICHA TÉCNICA:
TITANS
Status:
Em Produção
Gênero:
Fantasia, Ação
Duração dos Episódios:
60 min.
Nacionalidade:
EUA
Direção:
Greg Walker (II), Greg Berlanti, Akiva Goldsman
Elenco Principal:
Brenton Thwaites, Anna Diop, Teagan Croft, Ryan Potter, Alan Ritchson, Minka Kelly, Conor Leslie, Curran Walters
Produção:
Warner Bros. Television
Exibição nos EUA:
DC Universe
Exibição fora dos EUA:
Netflix
COTAÇÃO DO KLAU:
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