SINOPSE:
Danielle (Alicia Vikander) é uma exploradora do oceano que descobre um novo desafio: uma terrível, porém pioneira, descida ao abismo Ártico.
James (James McAvoy) é um empreiteiro acusado de ser um espião e interrogado por jihadistas africanos que irá se unir à moça para ajudá-la em sua missão.
CRÍTICA:
Após nos darem performances brilhantes em 'Ex-Machina' (2015) e 'Fragmentado' (2017), Alicia Vikander e James McAvoy, respectivamente, vivem um tórrido romance de quatro dias em um hotel na costa francesa em 'Submersão', novo longa de Wim Wenders que estreia hoje aqui no Brasil.
Baseado no romance homônimo do britânico J. M. Ledgard, o filme busca mostrar o isolamento por motivos distintos de dois seres completamente diferentes, mas conectados pelo sentimento, arrebatador.
Alicia Vikander e James McAvoy são os protagonistas Danielle e James - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Califórnia Filmes |
Logo, somos apresentados aos protagonistas em suas ambições: Danielle Fliders (Vikander) é biomatemática e exploradora das profundezas do oceano e James More (McAvoy) é um espião, que se passa por engenheiro.
Ela está contando os dias para mergulhar nas desconhecidas águas da Groenlândia, enquanto ele tem uma missão na Somália.
Com perspectivas distintas sobre a vida e seus próximos passos, os protagonistas se encontram no mesmo hotel e, em pouco tempo, desenvolvem um proximidade extrema.
Cena do longa |
Os atores possuem química absurda em cena e os detalhes, entre toques e olhares, transmitem uma paixão avassaladora.
Mesmo assim não é o suficiente para fazer o filme engrenar.
Confinado em um quarto sem janelas e sendo alimentado com frutas podres, James encontra nas lembranças de “Danny” uma luz para a sua escuridão.
Por ter sido tão rápido e arrebatador, os pensamentos dele soam bastante lúdicos, porque provavelmente eles nunca mais se encontrarão.
Apesar das diferenças e dos segredos – evidentemente, James não abrirá para ela todos os detalhes de sua iminente viagem - ambos os trabalhos são cercados da necessidade de isolamento e de um inegável risco de morte.
Essa afinidade seria, a princípio, uma característica de personalidade que os atrairia um ao outro.
Wenders mantém sua capacidade de conduzir seus personagens nessas localidades belas e intrigantes do planeta, em trajetórias que, em algum momento, serão atingidas por medo e horror.
Cena do longa |
Especialmente no caso de James, que acaba prisioneiro de milícias jihadistas na Somália e é confrontado a cada minuto com o risco de morte.
É ao separar os dois amantes, cada um em sua missão, que o filme passa a sofrer de um desequilíbrio básico.
Muito mais tempo é dedicado a mostrar a angústia de Danielle com a falta de contato de James do que a retratar seu envolvimento no trabalho de sua vida, pelo qual ela vem sonhando há anos.
Já no caso de James, pode-se observá-lo em várias situações-limite, confrontado com a irracionalidade, o absurdo e a impotência.
Esse descompasso enfraquece a personagem feminina, prejudicando o pressuposto do início.
Dessa forma, passa a ser mais um romance globe-trotter, em que as belas imagens de lugares incríveis terminam tornando-se mais uma distração do que um contexto, além de esvaziar a tensão dramática, tornando a história um tanto artificial, apesar de seus bons atores.
Do outro lado do mundo, Danielle liga incansavelmente para o homem por quem se apaixonou perdidamente, mas nunca encontra uma resposta.
Sem saber a verdadeira identidade de James, ela transita numa paixonite sem esperança, enquanto se prepara para embarcar no que pode ser o fim de sua vida, mas o início de um descoberta grandiosa para humanidade.
A perspectiva de um romance que indaga solidão e isolamentos em busca de realizar algo maior acima de si mesmo é gloriosa, no entanto, é possível que no livro todos os fios tenham tecido uma história de amor, revelação e redenção.
Por outro lado, o filme apresenta todas essas premissas, mas se torna cansativo ao movimentar anacronicamente os seus personagens perdidos em si mesmos.
Ou seja, o único ponto alto do filme é o encontro entre os dois, seus diálogos e descobrimento um do outro.
Sem isso, os minutos passam de um lado o terror do fundamentalismo religioso, do outro o complexo mundo científico em busca de uma nova descoberta que mude a história da humanidade.
Mas tudo é apenas uma promessa ou esperanças vazias, baseadas na fé de acreditar em algo que é melhor do que não acreditar em nada.
Vale uma olhada.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'SUBMERSÃO'
Título Original:
SUBMERGENCE
Gênero:
Drama/Suspense/Romance
Direção:
Wim Wenders
Elenco:
Alex Hafner, Alexander Siddig, Alicia Vikander, Andrea Guasch, Audrey Quoturi, Charlotte Rampling, Clémentine Baert, Godehard Giese, Hakeemshady Mohamed, Harvey Friedman, James McAvoy, Jannik Schümann, Jean-Pierre Lorit, Jess Liaudin, Jocelyn Jones, Julien Bouanich, Loïc Corbery, Reda Kateb, Thibaut Evrard
Roteiro:
Erin Dignam
Produção:
Cameron Lamb
Fotografia:
Benoît Debie
Trilha Sonora:
Fernando Velázquez
Montador:
Toni Froschhammer
Estúdio:
Green Hummingbird Entertainment, Lila 9th Productions, Neue Road Movies
Distribuidora:
Califórnia Filmes
País:
EUA
Ano de Produção:
2016
Estréia no Brasil:
19/04/2018
Duração:
112 min.
Classificação Indicativa:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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