SINOPSE:
Criativa desde a infância, Joy Mangano (Jennifer Lawrence) entrou na vida adulta conciliando a jornada de mãe solteira com a de inventora e tanto fez que tornou-se uma das empreendedoras de maior sucesso dos Estados Unidos.
CRÍTICA:
'Joy: O Nome Do Sucesso', em exibição em 178 salas em todo o Brasil, chamou a atenção do público após o seu bem montado primeiro trailer, que parecia contar de forma bela a história real de uma das maiores empreendedoras americanas, ter sido apresentado, meses atrás..
A atuação da ganhadora do Oscar Jennifer Lawrence parecia indicar que veríamos um bom filme com cara de Oscar: uma mulher que, sozinha, conquista a fama e a fortuna depois de passar por poucas e boas.
Só que não.
Jennifer Lawrence é a protagonista, Joy Mangano - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Fox Film |
A opção por um tom mais folhetinesco, escolha pensada pelo diretor David O. Russell de criar uma 'soap opera' - aquelas novelinhas sem graça que a TV americana exibe de manhã - para o cinema, e o dramalhão exagerado não ajudam a narrativa, sem ritmo do começo ao fim.
Se a produção leva ao extremo a lógica hollywoodiana de que para um personagem ser vitorioso, precisa enfrentar adversidades, no entanto, simplesmente mostrar esses obstáculos desde o início não é suficiente, é preciso mostrar o crescimento do protagonista e das pessoas à sua volta, além das dificuldades e problemas resolvidos fazerem sentido.
No longa, vemos um exagero de problemas e quando o triunfo acontece, parece algo mágico e mal explicado, pois o caminho percorrido é frustrante e demasiadamente fantasioso.
A família disfuncional de Joy - o pai é interpretado por Robert De Niro, sempre histriônico |
Livremente baseado na vida da inventora Joy Mangano, até hoje uma rainha dos canais de vendas da TV americana, o longa trata da criação do esfregão mágico - depois da palha de aço, considerado um dos mais úteis objetos de limpeza de todos os tempos.
Quebrada, Joy (Jennifer Lawrence) vive com sua família desfuncional e, nos primeiros 30 minutos de filme, o expectador vivencia todos os seus problemas: sua mãe (Virginia Madsen) só assiste novelas; sua avó (Diane Ladd) é otimista até demais; seu ex-marido (Édgar Ramírez) vive no porão e nunca vai ser um cantor de sucesso; seu pai (Robert De Niro) também vive no porão, aparece constasntemente irritado e um negócio a caminho da falência e sua irmã (Elisabeth Röhm), retratada como grande vilã da trama, parece desejar apenas o mal de Joy.
Édgar Ramirez interpreta o marido |
O filme, sufocante, deixa evidente que só Joy faz as coisas direito na família - até que, de repente, tudo muda.
Uma grande sonhadora quando criança, ela decide que cansou de sua vida deprimente e resolve voltar a inventar coisas.
Quando mais obstáculos surgem, ela decide ignorar tudo, não aceitar "não" como resposta e seguir adiante, para enfrentar ainda mais obstáculos.
As dificuldades são tantas que lá pela metade do filme fica difícil até se importar com o novo problema a ser resolvido e o cansaço toma conta do espectador, que já se mostra incomodado na poltrona do cinema.
O que falta mesmo aqui é a boa e velha reviravolta na trama, que mostre como Joy superou a sua vida desastrosa e chegou ao triunfo.
Infelizmente, tudo o que o filme faz é mostrar a protagonista como um saco de pancadas passivo que, de repente, consegue realizar seu sonho e se tornar milionária.
Seu sucesso, do jeito que é mostrado, é inacreditável e, se não fosse um filme baseado em alguém real, poderia ser considerado uma fantasia absurda em todos os aspectos.
E Jennifer Lawrence, mesmo sendo a melhor atriz da sua geração, coitada, faz de um tudo pela história, aparece ferozmente determinada quando necessário ou à beira da loucura quando tudo dá errado.
É a atriz e seu imenso talento quem sustentam o filme com mais uma boa atuação.
Por tudo isso, se ela ganhar novamente um Oscar por esse papel, vai ser o prêmio mais injusto da história da Academia.
Bradley Cooper é Neil Walker |
O elenco de apoio, apesar de histérico (principalmente Robert De Niro, sempre fora do tom), consegue vender a ideia de uma soap opera no cinema e fazem um trabalho aceitável - até Bradley Cooper, que como o descobridor da invenção de Joy, Neil Walker, aparece bem como o dono do programa de televendas que tornou a moça uma estrela americana.
Se queria ser uma história real de luta e superação, o longa é exagerado, as resoluções parecem milagrosas e os personagens não são realistas.
Quando a protagonista atinge o sucesso, seus problemas não desaparecem, pois ela agora é rica - é como se a moral da história fosse: basta ter grana para alcançar a felicidade, o resto não importa.
Mais raso que um pires, esse longa é exatamente como a maioria das novelas: podem ter momentos interessantes, mas são, mesmo, histórias facilmente esquecidas.
Até agora, é o mais fraco concorrente ao Oscar 2016 a estrear aqui no Brasil.
INDICAÇÕES AO OSCAR 2016:
Melhor Atriz (Jennifer Lawrence)
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'JOY: O NOME DO SUCESSO'
Título Original:
JOY
Gênero:
Drama
Direção:
David O. Russell
Roteiro:
Annie Mumolo, David O. Russell
Elenco:
Allie Marshall, Bradley Cooper, Chaunty Spillane, Dascha Polanco, Diane Ladd, Donna Mills, Drena De Niro, Édgar Ramírez, Elisabeth Röhm, Erica McDermott, Isabella Crovetti-Cramp, Isabella Rossellini, Jennifer Lawrence, Jimmy Jean-Louis, John Enos III, Madison Wolfe, Melissa McMeekin, Robert De Niro, Virginia Madsen
Produção:
John Davis, John Fox, Jonathan Gordon, Ken Mok, Megan Ellison
Fotografia:
Linus Sandgren
Montador:
Alan Baumgarten, Jay Cassidy, Tom Cross
Trilha Sonora:
Danny Elfman
Duração:
124 min.
Ano:
2015
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
21/01/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Fox Film
Estúdio:
Annapurna Pictures / Davis Entertainment
Classificação:
10 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
Nenhum comentário:
Postar um comentário