quinta-feira, 2 de julho de 2015

'O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS': SÓ A LENDA SCHWARZENEGGER SALVA O FILME DE ENTREGAR MAIS DO MESMO


SINOPSE:

Quando John Connor (Jason Clarke), líder da resistência humana, envia o Sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta para 1984 para proteger sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke) e manter o futuro intacto, uma mudança inesperada nos acontecimentos cria uma nova linha do tempo.

Agora, o Sargento Reese se encontra em uma nova e desconhecida versão do passado, onde encontra aliados improváveis, incluindo o Guardião (Arnold Schwarzenegger), novos e perigosos inimigos e uma missão nova e inesperada: salvar o futuro.

CRÍTICA:

Para revitalizar uma franquia que teve seu auge nos anos 90 é preciso mudar tudo e aumentar os riscos.

É exatamente isso que 'O Exterminador Do Futuro: Gênesis' - que estreia em 588 salas em todo o Brasil- tenta fazer, com o retorno da lenda Arnold Schwarzenegger como T-800 e a presença impressionante de Emilia Clarke ('Game of Thrones') como a nova intérprete da Sarah Connor.

Pena que o longa só funciona de verdade quando recria e expande os eventos do clássico de 1984, perdendo fôlego exatamente no ponto mais importante: a história original.

Como os demais filmes da franquia iniciada por James Cameron, este também se inicia no futuro devastado pelo fogo nuclear, onde máquinas e humanos travam uma batalha terrível pelo domínio do planeta.

Como o filme é também um reboot, a história é recontada desde o início, explicando quem é John Connor e recontando como tudo aconteceu - algo importante para que os novos públicos compreendam bem a trama, a mesma do original por boa parte da narrativa: Connor vence a Skynet, mas um exterminador é mandado de volta no tempo para matar sua mãe, Sarah e como resposta, Kyle Reese (Jai Courtney) é enviado para protegê-la.

As coisas se complicam quando Reese encontra um exterminador modelo T-1000 (Byung-Hun Lee), exemplar que ele não chegou a conhecer – o que significa que a guerra não acabou como ele pensava.

A partir daí, as coisas seguem um novo rumo.

Enquanto estamos em 1984, a trama funciona, mesmo com as diferenças criadas pelo confuso roteiro de Laeta Kalogridis e Patrick Lussier.

É bom ver que o filme tenta fugir da fórmula clássica da franquia, mas a verdade é que ele nunca ganha vida própria.

Embora o exagero de referências seja um problema, a narrativa sofre muito quando Sarah e Reese avançam no tempo até 2017, 20 anos após a data que deveria ter acontecido o apocalipse nuclear.

Sem spoilers, pois tudo o que vemos - a Skynet ainda não foi ativada e John Connor é o novo vilão - está nos trailers, nos clipes, nos pôsteres já divulgados – ou seja: a única reviravolta realmente interessante da trama já havia sido divulgada meses antes e não sobra muito para surpreender o espectador.

A partir desse momento, a trama fica confusa, abusa dos clichês e as motivações dos personagens perdem o sentido.

Diferente de 'X-Men: Dias De Um Futuro Esquecido', o longa não segura a trama com acontecimentos em diversas realidades. e para piorar, as cenas de ação não mantém a atenção da audiência - não que sejam mal feitas (pelo contrário), mas vivem de repetições de cenas clássicas da franquia (robôs saindo do meio do fogo cansam) e nem de longe causam o impacto dos primeiros dois filmes.

Emilia Clarke (Sarah Connor) e Jai Courtney (Kyle Reese) têm a difícil tarefa de encarar papeis imortalizados por outros e o ator é o mais prejudicado.

Muito inferior à Emilia na arte da interpretação, ele nunca parece confortável no papel.

Clarke convence totalmente no papel que mistura a Sarah de 1984 com a guerreira imortalizada por Linda Hamilton em 'Terminator 2'.

J.K. Simmons, atual ganhador do Oscar de Coadjuvante e um senhor talento, aparece num papel horroroso - como O'Brien, detetive atrapalhado que acredita que Sarah e Kyle vieram do passado - e dói em ver como um talento desses pode ser tão desperdiçado.

Jason Clarke funciona muito bem como John Connor e até têm boas cenas com Kyle Reese.

Só que as coisas ficam problemáticas quando ele se torna o vilão, pois sua transformação nunca é explorada e John simplesmente parece outra pessoa, sem nenhum tipo de conflito interno, nada - e isso é uma falha grave de roteiro.

Ainda bem que para compensar tantos deslizes, a Lenda está de volta!

Arnold Schwarzenegger aparece o tempo todo muito à vontade em cena e até sua aparência envelhecida é explicada de forma convincente (a pele que recobre o T-800 é como a humana e envelhece).

Basicamente, ele interpreta uma versão paternal parecida com a de 'T2' e aqui, a diferença é seu vínculo com Sarah - é estranho vê-la chamando-o de "Papi" - mas esse não é, nem de longe, o maior problema, ainda mais quando o personagem é basicamente o mesmo.

No final das contas, o quinto longa da saga da Paramount tem potencial, tem boas ideias e trabalha bem a questão das realidades alternativas criadas com a viagem no tempo.

O problema é que o exagero de referências aos filmes anteriores, roteiro bagunçado e falta de inovações técnicas - algo que sempre chamou a atenção na franquia - o que fazem dessa obra um apanhado de bons elementos que nunca são explorados como deveriam.

No mais, como filme de ação funciona - mas os fãs da franquia saem do cinema com uma sensação de que "faltou alguma coisa".

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS'
Título Original:
TERMINATOR GENISYS
Gênero:
Ação
Direção:
Alan Taylor
Roteiro:
Laeta Kalogridis, Patrick Lussier
Elenco:
Aaron V. Williamson, Arnold Schwarzenegger, Brett Azar, Byung-hun Lee, Christopher Heskey, Courtney B. Vance, Douglas Smith, Emilia Clarke, J.K. Simmons, Jai Courtney, Jason Clarke, Matt Smith, Michael Gladis, Nolan Gross, Sandrine Holt
Produção:
Dana Goldberg, David Ellison
Fotografia:
Kramer Morgenthau
Montador:
Roger Barton
Trilha Sonora:
Lorne Balfe
Duração:
126 min.
Ano:
2015
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
02/07/2015 (Brasil)
Distribuidora:
Paramount Pictures Brasil
Estúdio:
Paramount Pictures / Skydance Productions
Classificação:
12 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

Um comentário:

Ernesto Coutinho disse...

Emilia Clarke no filme foi excelente, ela sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz, desfrutei do seu talento na série Game of Thrones 7, faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Eu considero a pena ver este filme. Adorei ver Arnold novamente neste personagem que era icônico em sua carreira.

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