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Série sobre o avô do Superman tem momentos interessantes, mas baixo orçamento e humor fora de hora prejudicam a história
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SINOPSE:
Krypton é uma série de televisão americana criada por David S. Goyer e Damian Kindler para o Syfy.
A trama se passa no planeta homônimo, aproximadamente 200 anos antes do nascimento de Kal-El / Clark Kent / Superman e a eventual destruição do planeta.
A série, que estreou em 21 de março de 2018 e foi exibida até14 de agosto de 2019, foi cancelada pelo Syfy após duas temporadas.
CRÍTICA:
A DC sempre se deu bem em séries de TV.
Desde produções clássicas, como a série da Mulher-Maravilha de Lynda Carter, até a recente Titãs, histórias inspiradas em quadrinhos da editora costumam encontrar espaço e boa aceitação entre os fãs.
Por conta disso, quando foi anunciado que Seg-El, avô do Superman, teria sua história contada pelo canal Syfy, a expectativa foi positiva.
Mas ao invés de entregar uma trama instigante sobre o planeta natal do Homem de Aço, Krypton esbarra no baixo orçamento e no roteiro cheio de piadas óbvias.
Uma das grandes expectativas da temporada foi a chegada do Lobo - até uma série derivada foi cogitada, pela expectativa causada.
No entanto, a participação do personagem é totalmente boba, para não dizer inútil.
Lobo é apresentado no segundo episódio da temporada e interage com Seg-El e Adam em uma trama quase paralela, que gera poucas repercussões no futuro.
Fica a impressão de que o canal não quis incluir o Lobo efetivamente na história e fez apenas um teste, inclusive para a alardeada produção solo - e essa abordagem gera vários problemas.
É difícil entender os objetivos do personagem e quais são suas motivações.
Ao aparecer e sair da história tão rapidamente, o Lobo sobra na história da segunda temporada e a falta de carisma de Emmett J. Scanlan não ajuda.
Voltando para a história principal, Krypton curiosamente perde força quando Seg e Adam, os protagonistas da história, estão juntos em tela.
Os dois se reencontram em certo momento e o roteiro dá a eles piadas fora de tom e que não fazem sentido com os momentos críticos que estão acontecendo.
Cameron Cuffe, o protagonista, não tem um bom ritmo de comédia e funciona melhor com outros núcleos.
Já o Adam Strange de Shaun Sipos cresce na companhia de outros personagens.
É como se Adam e Seg fossem dois adolescentes bobos quando estão juntos e maduros de verdade quando estão interagindo com outros personagens.
Indo para a parte técnica, é impossível não se incomodar com os efeitos visuais.
Claro, o orçamento da televisão é bem menor do que o do cinema e é injusto cobrar que uma série do canal Syfy entregue momentos realmente épicos.
No entanto, o ideal seria encontrar soluções narrativas para reduzir o uso de efeitos visuais, apostando em técnicas práticas e diminuindo o uso de tais cenas.
Há um grande esforço ao final da segunda temporada para apresentar um vilão importante do universo do Superman, mas quando o efeito é muito fraco, o espectador sai da imersão dada pela história até ali e lembra que está apenas vendo uma série de TV, colocando toda a construção de mundo por água abaixo.
Para quem é fã da história do Superman, há momentos interessantes e referências que dão um gostinho a mais.
É assim, por exemplo, quando Jor-El aparece em um dos episódios, ainda bebê, e recebe o nome da família; quando Adam Strange fala do futuro com o Homem de Aço ou até com a chegada de Zod, interpretado muito bem por Colin Salmon, com sua famosa frase “ajoelhe-se perante Zod”.
São acenos para aqueles que acompanham a história de Clark Kent há tanto tempo e gostam da mitologia de seu planeta natal.
Além das referências, Krypton também é interessante quando acena para questões políticas, envolvendo tanto lideranças totalitárias, como a de Zod, quanto a união daqueles que se intitulam “resistência” e tentam abrir os olhos da população para quem realmente é a pessoa que está no comando.
Tal característica poderia agregar muito valor narrativo ao seriado, mas isso não é aprofundado.
A questão surge em alguns momentos aqui e ali, mas rapidamente é ofuscada por uma piada fora de hora, ou um efeito especial desnecessário e artificial.
Dessa forma, Krypton termina sua jornada na TV sem seguir o já citado caminho de sucesso das séries da DC.
Apesar dos ganchos deixados na história, inclusive envolvendo o bebê Jor-El, o canal Syfy optou por cancelar a atração, que não terá o terceiro ano.
O produtor Cameron Welsh revelou interesse em levar o seriado para outra emissora, mas, por enquanto, nada foi confirmado.
Se conseguir uma segunda chance, Krypton precisará acertar o tom de suas piadas e seguir um caminho mais humano, assim como o jovem Kal-El aprendeu na Terra.
GALERIA DE IMAGENS:
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
KRYPTON
Formato:
Série
Gênero:
Ação, Ficção científica, Drama
Duração:
45 minutos
Baseado em:
Personagens publicados pela DC Comics
Desenvolvedor(es):
David S. Goyer, Damian Kindler
Elenco:
Cameron Cuffe, Georgina Campbell, Shaun Sipos, Elliot Cowan, Ann Ogbomo, Aaron Pierre, Rasmus Hardiker, Wallis Day, Blake Ritson, Ian McElhinney, Colin Salmon
País de origem:
Estados Unidos
Produtor(es):
Andjelka Viaislavjevic
Produtor(es) executivo(s):
David S. Goyer, Cameron Welsh, Damian Kindler
Produção:
Phantom Four, DC Entertainment, Warner Horizon Television
Distribuída por:
Warner Bros. Television Distribution
Emissora de televisão original:
Syfy
Transmissão original:
21 de março de 2018 – 14 de agosto de 2019
N.º de temporadas:
2
N.º de episódios:
20
COTAÇÃO DO KLAU:
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