sábado, 23 de fevereiro de 2013

OSCAR 2013: CONHEÇA OS INDICADOS A 'MELHOR ATOR'



O Oscar de Melhor Ator deste ano conta com o pleno favoritismo de Daniel Day-Lewis por “Lincoln”, mas a categoria conta com grandes atuações que podem acabar surpreendendo os cinéfilos.

Além da própria atuação muito bem recebida pela crítica, Day-Lewis tem a seu favor o peso de Abraham Lincoln, um dos personagens mais icônicos da história norte-americana.

O ator já arrebatou os principais prêmios pré-Oscar pelo filme, como Globo de Ouro, SAG e Bafta.

Caso vença o Oscar, o intérprete pode se tornar o primeiro a conquistar três prêmios de melhor ator, superando Jack Nicholson, que já recebeu três Oscars - um como coadjuvante.

DANIEL DAY-LEWIS
Quem é: Só um completo idiota ou um mestre da interpretação topariam representar um dos presidentes norte-americanos mais carismáticos na telona e seu soberbo desempenho como Abraham Lincoln em "Lincoln", de Steven Spielberg, aborda na medida certa as qualidade do personagem: o humor simples, a contemplação mal-humorada, o gênio da retórica, numa riqueza de particularidades. Talvez o verdadeiro Lincoln não tenha sido esse, mas O Lincoln de day-Lewis convence como um homem real e não apenas como um ícone estático.
Não perca: Sua interpretação de Daniel Plainview é a alma de "Sangue Negro", de Paul Thomas Anderson e, por ele, ganhou o segundo Oscar de Melhor Ator de sua carreira.
Outros trabalhos: Day-Lewis encarnou o escritor Christy Brown, que sofria de paralisia cerebral, em "Meu Pé Esquerdo" (1989), trabalho maravilhoso e ainda mais impressionante por sua total falta de sentimentalismo.
"O Lutador" (1997), pouco valorizado, mostra que ele sabe lidar com o realismo contemporâneo tanto quanto com os dramas de época.

Apesar da vantagem, Day-Lewis enfrenta grandes concorrentes: o australiano Hugh Jackman equilibrou interpretação e canto vivendo o ladrão Jean Valjean de “Os Miseráveis”.

HUGH JACKMAN
Quem é: Quando se espalhou a notícia de que Jackman tinha sido escolhido para o papel do atormentado Jean Valjean na tão aguardada versão para a telona do musical "Os Miseráveis", de Tom Hooper, muita gente torceu o nariz.
O australiano pode ter sido um sucesso em Londres na pele de Curly em "Oklahoma!" (1998), sim, e na Broadway com "The Boy from Oz" (2003), vá lá, mas dava a impressão de ter pouca consistência para conseguir interpretar um personagem tão dramático.
Agora, porém, ninguém mais reclama, pois sua atuação apaixonada e dedicada serve de centro emocional para o poderoso filme de Tom Hooper.
Não perca: O papel mais marcante de Jackman é o de Logan, também conhecido como Wolverine, em quatro "X-Men" (por enquanto): o melhor ainda é o original, "X-Men" (2000), filme que só estrelou porque Dougray Scott foi forçado a desistir devido a outros compromissos.
Outros trabalhos: Sua veia cômica nunca ficou tão explícita como em "Kate & Leopold" (2001), no qual encarna um aristocrata da Nova York do século XIX que acaba na mesma cidade, 200 anos depois.
Ele também interpreta vários papéis em "Fonte da Vida" (2006), de Darren Aronofsky.

Bradley Cooper, que colocou seu nome no mapa de Hollywood com as comédias da série “Se Beber, Não Case”, mostrou surpreendente amplitude dramática em sua atuação no drama “O Lado Bom da Vida”.

BRADLEY COOPER
Quem é: Saindo do anonimato em "Se Beber, Não Case" (2009), Cooper rapidamente se tornou um dos atores mais requisitados e versáteis de Hollywood.
Seu desempenho em "O Lado Bom da Vida", de David O. Russell, como um paciente mental em recuperação, revela uma mistura delicada de comédia e realismo difícil até para atores mais tarimbados.
Não perca: Também impressionou os críticos como o jovem novelista de "As Palavras" (2012), interpretando um homem cuja ambição entra em choque com sua ética quando tem a chance de reivindicar a autoria da obra-prima de outro escritor.
Outros trabalhos: "Se Beber, Não Case" é um filme fraco, que se apoia no charme de Cooper e na graça de Zach Galifianakis e Ed Helms.
Já no drama de ficção científica "Sem Limites" (2011), é o talento que o segura ao lado da lenda Robert De Niro.

Denzel Washington se mostra em plena forma em mais esse seu hiato na carreira de ação, com “O Voo”, em que vive um piloto com problemas de alcoolismo.

DENZEL WASHINGTON
Quem é: Um dos atores negros mais completos de Hollywood, Washington já faturou dois Oscar - por "Tempo de Glória" (1989) e "Dia de Treinamento" (2001), reconhecidamente dois de seus trabalhos menores.
Mas tem talento de sobra para levar mais dois ou três até o fim da carreira - que promete ser longa.
Em "O Voo", de Robert Zemeckis, Denzel atua como piloto comercial, cuja habilidade inegável fica comprometida pelo uso e abuso de drogas e bebida, criando um dos personagens mais complexos do seu portfólio.
Não perca: Em "Malcolm X" (1992), Washington encarna o militante dos anos 60 com paixão, tornando-se o centro do épico brilhante de Spike Lee.
Outros trabalhos: O ator nunca se mostrou tão charmoso como na interpretação de um empresário de uma cidadezinha do Mississippi em "Mississippi Masala" (1991), de Mira Nair, nem tão intenso como o boxeador Rubin "Hurricane" Carter em "O Furacão" (1999), nem tão completo como o advogado que defende um soropositivo Tom Hanks em "Filadélfia" (1993).

Por último, Joaquim Phoenix trouxe grande intensidade ao papel de um veterano da Segunda Guerra que busca paz em uma seita no longa “O Mestre”, de Paul Thomas Anderson.

JOAQUIN PHOENIX
Quem é: Depois de ser conhecido durante muito tempo como "o outro irmão Phoenix" - é irmão de River, morto precocemente - Joaquin conseguiu, discretamente, se tornar um dos atores mais interessantes e completos de sua geração.
Sua atuação em "O Mestre" - como um veterano sem rumo que cai na conversa do líder carismático de uma seita - é uma obra-prima de sutileza e contenção, tornando um filme que poderia ter sido só um tratado sobre a Cientologia em algo mais profundo e rico.
Não perca: Phoenix não tem nada a ver com Johnny Cash, mas com "Johnny & June" (2005) ele foi indicado a Melhor Ator por sua atuação primorosa, que vai a fundo no coração de um homem cuja necessidade de autodestruição era tão marcante quanto seu talento.
Outros trabalhos: A indicação anterior, a Melhor Ator Coadjuvante, foi na pele do vaidoso e temperamental Imperador Cômodo, de "Gladiador" (2000).
Em "Um Sonho Sem Limites" (1995), primeiro filme que fez depois de mudar o nome (que era Leaf), deu um novo tom ao clássico adolescente revoltado.

Fotos dessa postagem:
* Atores no red carpet do Globo de Ouro - Getty Images

Nenhum comentário:

Postar um comentário