quarta-feira, 19 de junho de 2019

R.I.P.: RUBENS EWALD FILHO, A ENCICLOPÉDIA HUMANA DO CINEMA

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Considerado um dos maiores especialistas em cinema do mundo, crítico estava internado no Hospital Samaritano há quase um mês após sofrer desmaio seguido de queda em escada rolante
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O jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho morreu nesta quarta (19) em São Paulo, aos 74 anos.

Considerado um dos maiores especialistas em cinema do mundo, Rubens estava internado estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Samaritano, em Higienópolis, na região Central de São Paulo, desde o último dia 23 de maio, após sofrer um desmaio seguido de uma queda de escada rolante no shopping do mesmo bairro.

Marta Giovanelli, assistente do jornalista, afirmou que a queda foi causada por uma arritmia cardíaca.

Desde então, ele passou por um tratamento cardiológico e das fraturas decorrentes da queda, mas não resistiu.

Rubens Ewald Filho era considerado um dos maiores nomes da crítica cinematográfica do país.

Profundamente chato, meticuloso, mordaz, inteligentíssimo, interessante, necessário.

Esse era o Rubens, que, ainda criança, criou o hábito de anotar todos os filmes que via em um caderno, incluindo o nome do diretor, elenco, roteirista e outras informações.

Iniciou carreira escrevendo para o jornal A Tribuna, na sua Santos natal e trabalhou em redações como  as  do Jornal da Tarde e O Estado de S.Paulo.

Foi colaborador de VEJA nos anos 1990.

Nos anos 1970, começou a se dedicar ao cinema, primeiro como ator.

Seu primeiro trabalho como autor de novelas foi “Éramos Seis”, adaptação dele e de Silvio de Abreu para a TV Tupi do romance homônimo de Maria José Dupré em 1977.

No ano seguinte, mudou-se para a TV Globo e escreveu “Gina”, outra adaptação de Maria José Dupré.

Também é autor de "Drácula, Uma História de Amor", "Iaiá Garcia" e “Casa de Pensão”, entre outras.

Rubens escreveu os roteiros de "A árvore dos sexos" (1977) e "Elas são do baralho" (1977), filmes dirigidos por Silvio de Abreu no auge das pornochanchadas.

Como ator, participou dos filmes "Amor Estranho Amor", “A casa das tentações”, "Independência ou Morte", “As gatinhas” e “A herança”.

Apaixonado por teatro, também dirigiu peças como “Querido mundo” - com texto de Miguel Falabella - e “Doce Veneno”.

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Com o grande amigo Silvio de Abreu - UOL
Rubens foi grande responsável por popularizar o papel de crítico, ao falar de maneira fácil e clara sobre filmes em vários canais da TV.

Foi diretor de programação e produção da HBO no Brasil e apresentador de programas em emissoras como Globo, TV Cultura, Record, Band e no canal pago TNT.

Tornou-se amplamente conhecido, porém, por comentar as cerimônias do Oscar, desde 1983 — primeiro na Globo, depois no SBT e, atualmente, no TNT.

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No Oscar 1994, com Bóris Kasoy, no SBT  - Arquivo pessoal
No Oscar de 2018, Ewald Filho se envolveu em uma controvérsia ao falar sobre a atriz transgênero Daniela Vega, do longa chileno Uma Mulher Fantástica.

O jornalista foi chamado de transfóbico por milhares nas redes sociais ao comentar: “Essa moça, na verdade, é um rapaz”.

Em entrevista a VEJA, o crítico se defendeu, afirmando tinha se confundido com “termos técnicos de expressão, mas nunca, em hipótese alguma, uma atitude sexista e transfóbica”.

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Na transmissão do Oscar no TNT
No começo deste ano, Ewald Filho ganhou um quadro no canal no YouTube do TNT.

Em Rubens Responde, o crítico falou sobre filmes, claro, mas também sobre música, empoderamento feminino e fofocas de Hollywood.

O ÚLTIMO EPISÓDIO NO YOUTUBE FOI ESTE:


Além da crítica, Rubens escreveu livros fundamentais para quem gosta de cinema - como "Dicionário de cineastas", , "Cinema com Rubens Ewald Filho", "Os 100 Maiores Cineastas", "O Oscar e eu" e "Os 100 Melhores Filmes do Século 20" - e atuou como consultor em projetos como o Pólo de Cinema de Paulínia (SP), entre outros.

Todo o conhecimento sobre cinema de Rubens Ewald Filho permanecerá, por várias e várias gerações,  nos vídeos que ele nos deixou e nos livros e textos fundamentais que eles escreveu.

Seu legado será sua rapidez de raciocínio, frases mordazes e, claro, o conhecimento total e absoluto que ele tinha sobre cinema.

Grande amante do cinema.

Grande amigo.


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