sábado, 1 de junho de 2019

'CINE HOLLIÚDY - A SÉRIE' - CRÍTICA

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‘Cine Holliúdy’ é uma daquelas propostas ousadas que o produtor, quando recebe o projeto em mãos, fica na dúvida se é pra levar aquilo a sério ou não
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CRÍTICA:

Ainda bem que alguém encarou o desafio, e hoje, Cine Holliúdy é uma das franquias de comédia de maior sucesso no Brasil - que virou filme em 2012, ganhou um primeiro spin-off em 2016, com ‘O Shaolin do Sertão’, depois ganhou continuação em 2018 com Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral’, e agora ganha o formato de série televisiva, já em exibição na Rede Globo.

Fotos dessa Postagem: Divulgação-Globo
Francisgleydisson (Edmilson Filho) é um ingênuo rapaz que vive na pacata cidade de Pitombas, no interior do Ceará.

Cinéfilo de carteirinha, ele é dono e proprietário do Cine Holliúdy, o único cinema da cidade e única forma de divertimento que aquele povo tem.

Com a ajuda de seu fiel amigo, o afetado e caricato Munízio (Haroldo Guimarães), os dois buscam formas de atrair o público para a sala de cinema.

Porém, um dia a tecnologia chega a Pitombas: o prefeito salafrário Olegário () decide comprar uma televisão para agradar a futura esposa recém-chegada de São Paulo, Maria do Socorro (Heloísa Perrissé) e sua filha, Marilyn (Letícia Colin).

Porém, como descobrem que a TV foi comprada com o dinheiro do povo, o prefeito decide colocar a televisão na praça, para o povo assistir as novelas ali.

Começa assim, a briga do cinema com a televisão, esse “diabo de futuro que me persegue”, como diz o próprio Francis.


Baseada na história de Halder Gomes, que levou meio milhão de pessoas aos cinemas em 2012, a série de Marcio Wilson e Claudio Paiva diverte e tem questionamentos profundos.

Por exemplo, a trama se passa nos anos 1960, e o embate entre a TV e o cinema foi realmente uma questão delicada, que atravessou toda uma década, e que nos faz pensar no quanto que a tecnologia e a modernidade não fizeram morrer alguns costumes das cidades pequenas.

A corrupção política, como já dito, é apontada ao longo dos capítulos, com direito a um episódio com intervenção militar (participação de Chico Diaz) e o prefeito gritando ‘Não vai ter golpe!’, e outro em que o prefeito é transformado em vampiro.

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

A série é toda divertida e com episódios curtinhos, e o melhor: dá pra ver fora de ordem porque cada episódio tem uma história que se fecha. 

Os destaques são o primeiro episódio, em que a trama é explicada; o 3º, em que marcianos invadem o sertão! (um claro desdobramento do filme); o 2º, em que há uma noiva cadáver, interpretada pela Ingrid Guimarães; o 8º, que faz menção ao ‘Shaolin do Sertão’; o 7º, com participação de um Sherlock Holmes fictício; o 4º, que demonstra a fé do povo brasileiro. Bom, basicamente todos.


Mas o grande trunfo da série é a combinação perfeita de edição ágil, uma montagem precisa e diálogos afiadíssimos.

Tudo isso ajuda a fazer com que o ritmo seja muito, muito rápido, quem pescou, pescou, quem não entendeu vai ficar sem entender.

Sem contar todo o cuidado que os roteiristas e a direção artística de Patricia Pedrosa tiveram em caracterizar a história como se fala e vive no nosso querido sertão.

‘Cine Holliúdy’, agora como série, é uma pequena obra prima.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:


COTAÇÃO DO KLAU:

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