SINOPSE:
A região de Azeroth sempre viveu em paz, até a chegada dos guerreiros Orc.
Com a abertura de um portal, eles puderam chegar à nova Terra com a intenção de destruir o povo inimigo.
Cada lado da batalha possui um grande herói, e os dois travam uma disputa pessoal, colocando em risco seu povo, sua família e todas as pessoas que amam.
Baseada no jogo de estratégia em tempo real lançado pela Blizzard Entertainment em 1994, e no famoso MMORPG, World of Warcraft.
CRÍTICA:
'Warcraft - O Primeiro Encontro De Dois Mundos' - desde hoje em cartaz em 672 salas em todo o Brasil - poderia ser o filme capaz de mudar a tristeza que vimos até agora nas adaptações de videogames.
Se o longa tinha um universo rico e bem desenvolvido para explorar, visual inspirado e personagens marcantes, a obra de Duncan Jones ('Lunar') não consegue atingir seu potencial.
O resultado final ficou parecendo um filme 'B" que teve verba de produção e CGI demais e inspiração de menos.
Cena do longa - Fotos dessa postagem - Divulgação/Universal Pictures do Brasil |
Em termos de computação gráfica, por sinal, nesse ano não tem pra ninguém: o longa tem mais CGI que 'Batman Vs Superman' (que já era exageradíssimo) e até mesmo cenários reais, desses construídos de fato no set de filmagens, parecem estar carregados de efeitos.
Embora o visual dos Orcs seja bem feito, a pós-produção exagerou ao tentar criar um ar fantástico e colorido demais, com abuso de luzes e brilhos e retoques por computador, mesmo quando estes não eram necessários - e esse nem é o maior problema do filme.
A trama, baseada na invasão Orc em busca de um novo mundo, Azeroth, e sua luta para trazer sua raça inteira para o novo lar, era uma boa premissa, até pelas tensões internas da Horda e da Aliança diante da nova realidade de ambos os lados.
Só que a narrativa está repleta de clichês, as motivações dos personagens não fazem sentido, os diálogos são ridículos e até os combates são toscos, mal coreografados e ruins.
mas o que irrita, mesmo, e é o vai e vem de personagens: o longa não sabe como usar o recurso das magias de teletransporte, que poderiam agilizar a trama, mas apenas a deixam mais arrastada.
O Guardião (Ben Foster) é o personagem que mais viaja dessa forma, sempre por motivos supérfluos, fazendo o personagem ir para sua torre e para o campo de batalha constantemente, sem motivo real.
O Guardião (Ben Foster) |
O elenco também foi muito mal escalado.
Aqui, Travis Fimmel repete o mesmo personagem que faz na série 'Vikings', sem a mesma seriedade, o que o deixa caricato demais como Anduin Lothar.
Travis Fimmel como Anduin Lothar |
Paula Patton como Garona está mais interessada em ser sexy com sua maquiagem verde do que em justificar as repentinas mudanças de atitude de sua personagem.
Paula Patton como Garona |
Ben Foster não convence como Guardião e Dominic Cooper é tão bonzinho como Rei Llane Wrynn que fica difícil de engolir que ele é mesmo o líder de alguma coisa.
Dominic Cooper como Rei Llane Wrynn |
O pior personagem, porém, é o Khadgar de Ben Schnetzer, mago que decide investigar a magia negra conhecida como Vilania e acaba sendo o escolhido por uma entidade esquisita para salvar o mundo.
O ator é fraco e seu arco não faz o menor sentido, sua existência parece apenas uma justificativa fraca para mostrar mais poderes mágicos nas lutas e explorar superficialmente lugares famosos da franquia, os quais não teriam espaço de outra forma, como a cidade da facção dos magos Kirin Tor.
Ben Schnetzer como Khadgar |
Curiosamente, os Orcs se safam também das críticas de interpretação, apesar de os atores estarem escondidos pelo CGI.
O arco de Durotan (Toby Kebbell) é mais interessante do que de todos os personagens da Aliança juntos, embora a trama paralela dos invasores também sofra com momentos aleatórios e atitudes inexplicáveis.
Durotan (Toby Kebbell) |
Esse é mais um dos problemas de roteiro presentes ao longo de toda a obra,que sofre com a necessidade autoimposta de agradar aos fãs do MMORPG, fenômeno mundial até hoje, mas faz tudo isso de um jeito simplório, sem, de fato, ser capaz de capturar a atenção desses jogadores, modificando demais alguns elementos e incluindo outros desnecessários.
Parece que, em um determinado momento, algum produtor resolveu que era preciso incluir todas as referências possíveis na tentativa de agradar.
A necessidade de atrair novos públicos e de encher o longa de elementos reconhecíveis pelos fãs são os principais problemas de praticamente todos os filmes baseados em videogames, que são mídias complexas, com diversos pontos a serem explorados e capazes de atrair pessoas por motivos diferentes.
Agora, tentar enfiar tudo isso num longa de duas horas é um erro absurdo, capaz apenas de criar obras desconexas e confusas, como temos visto acontecer faz tempo.
'Warcraft' possui um universo incrível, assim como Marvel e DC nos quadrinhos, e o melhor jeito de explorá-lo era começar de forma discreta e ir crescendo a cada novo filme.
Aqui, a pressa de apresentar tudo ao mesmo tempo faz esse filme absolutamente dispensável, que não vai agradar, nem os fãs e muito menos quem não conhece o universo do game..
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'WARCRAFT - O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS'
Título Original:
WARCRAFT
Gênero:
Aventura
Direção:
Duncan Jones
Roteiro:
Charles Leavitt, Duncan Jones
Elenco:
Andre Tricoteux, Anna Van Hooft, Ben Foster, Ben Schnetzer, Burkely Duffield, Callum Keith Rennie, Clancy Brown, Dan Payne, Daniel Cudmore, Daniel Wu, Dean Redman, Dominic Cooper, Donnie MacNeil, Dylan Schombing, Jill Morrison, Kyle Rideout, Michael Patric, Paula Patton, Raj Lal, Robert Kazinsky, Ruth Negga, Ryan Robbins, Terry Notary, Toby Kebbell, Travis Fimmel, Valérie Wiseman
Produção:
Alex Gartner, Charles Roven, Jon Jashni, Thomas Tull
Fotografia:
Simon Duggan
Montador:
Paul Hirsch
Trilha Sonora:
Ramin Djawadi
Duração:
123 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
02/06/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Universal Pictures Brasil
Estúdio:
Universal Pictures
Classificação:
10 anos
Informação complementar:
Adaptação do MMORPG de sucesso da Blizzard 'World of Warcraft'
COTAÇÃO DO KLAU:
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