SINOPSE:
Depois dos eventos de 'Vingadores: Era de Ultron', Steve Rogers,o Capitão América (Chris Evans) lidera o recém formado grupo de Vingadores em seus esforços contínuos para proteger a humanidade.
Mas após outro incidente envolvendo os Vingadores resultar em danos colaterais, aumenta a pressão política para instalar um sistema de responsabilização, comandado por uma agência do governo para supervisionar e dirigir a equipe.
O novo status quo divide os Vingadores, resultando em duas frentes: uma, liderada por Steve Rogers e seu desejo de manter os Vingadores livres para defender a humanidade sem a interferência do governo; outra, que segue a surpreendente decisão de Tony Stark, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) de apoiar a responsabilização e supervisão do governo.
CRÍTICA:
Em exibição em 998 salas em todo o Brasil, 'Capitão América: Guerra Civil', se não é tão bem acabado quanto 'Soldado Invernal', nem tão divertido quanto o primeiro 'Vingadores', é, com folga, muito melhor do que 'Era De Ultron' e 'Homem-Formiga'.
E se o compararmos com outro longa recente, 'Batman Vs Superman', que também coloca herói contra herói, dá de dez a zero em ritmo da narrativa, diálogos impagáveis, desenvolvimento e motivações dos personagens, todos muito bem dirigidos pelos Irmãos Russo.
Sem falar que as produções da Marvel têm a vantagem de ter um clima leve e descontraído, capazes de transformar qualquer ida ao cinema em um evento muito divertido.
O Time do Homem de Ferro - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Disney |
Diferente dos quadrinhos, a questão aqui não é o registro de todos os super-humanos, mas sim a exigência dos líderes mundiais de que os heróis mais poderosos da Terra sejam supervisionados, após os eventos catastróficos dos filmes anteriores.
Esse controle vem na forma do Tratado de Sokovia - referência à cidade destruída em 'Era de Ultron' - e assinado por mais de 100 países e onde Os Vingadores passariam a ser controlados pela ONU.
Só que o Capitão América (Chris Evans) não concorda com esse controle governamental.
Steve Rogers (o nome civil do capita) tem medo de que interesses políticos interfiram na segurança de pessoas inocentes e, assim, decide não assinar o acordo.
Só que, quando seu amigo Bucky Barnes, o Soldado Invernal (Sebastian Stan), é acusado de um atentado, Rogers decide agir por conta própria e, assim, os membros dos Vingadores que ficaram a favor do tratado precisam impedi-lo.
O Time do Capitão América em ação |
Se essa é a trama básica da obra, o mais interessante do longa é vermos a relação dos personagens e como suas motivações ou ideologias os levam a um lado ou outro do confronto.
Cabe aqui um adendo: se a Guerra Civil dos quadrinhos foi uma das sagas mais épicas que lemos, de uma magnitude impressionante, o longa mostra o conflito em escala bem menor.
Só que a trama é bem construída e o roteiro justifica cada ação dos personagens, sem forçar a barra ou esquecer do elemento humano de cada um.
Pena que as discussões entre Capitão América e o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), começarem interessantes para depois sempre entregarem mais do mesmo, usando sempre o mesmo argumento, onde cada lado acredita estar certo e as conversas nunca avançam, como aconteceria num filme de drama político.
Só que sabemos que, se os argumentos fossem aprofundados, essas cenas acabariam atrapalhando a narrativa, por mais importantes que fossem - afinal, esse é um filme de super-heróis e o embate é explicado o suficiente para garantir os momentos mais esperados: as lutas.
Se vermos herói contra herói já é sensacional, aqui as cenas de combate são maravilhosas, incríveis, como nunca tínhamos visto antes num filme de super-herói, onde o grande destaque fica com a batalha do aeroporto , para mim uma das melhores lutas envolvendo super-heróis já filmadas.
Só quando teremos o Blu-ray em mãos será possível tentarmos ver o que é real e o que é CGI, de tão bem feitas, coreografadas e editadas.
Se o elenco todo está no auge de suas atuações e todos se mostram absolutamente confortáveis em seus papéis, o Visão (Paul Bettany) mostra uma bem vinda evolução, mostrando agora um lado mais humano.
Outro bom destaque é a primeira aparição do Pantera Negra: Chadwick Boseman está ótimo no papel e pelo pouco que mostrou aqui, o seu filme solo promete ser bem interessante.
Já o Barão Zemo (Daniel Brühl) é o vilão mais humano e realista da Marvel, interpretado no fio da navalha e deixando o espectador de respiração suspensa a cada aparição.
Agora, o melhor de tudo, o mais sensacional, o que por si só já paga com folga o ingresso do filme é o Homem-Aranha interpretado por Tom Holland.
O jovem ator, que já tinha mostrado seu imenso talento em papéis memoráveis - como o Lucas de 'O Impossível' (2012) e o grumete Thomas de 'No Coração do Mar' (2014), rouba cada cena que aparece.
Quando o primeiro 'Homem de Ferro' foi lançado, escrevi aqui que Downey Jr. "era Tony Stark", pela entrega e total verdade que o ator deu ao papel.
Aqui, o mesmo acontece com Holland, que entrega, sem dúvidas, a melhor interpretação cinematográfica do Cabeça de Teia, um dos personagens mais legais da Marvel de todos os tempos.
E tudo isso, mesmo que o personagem apareça pouco, já que vem aí o filme solo 'Spider-Man: Homecoming', com produção e roteiro da Marvel/Disney e distribuição da Sony Pictures, onde o herói foi interpretado por Tobey Maguire e Andrew Garfield nos últimos tempos.
Tom Holland: melhor Homem-Aranha do cinema, disparado |
Claro que mostrar um herói por poucos minutos é muito mais fácil do que criar uma narrativa de duas horas com ele.
Só que, pelo que vimos aqui, a Marvel Studios acertou em cheio na escolha do ator, no visual e na atitude de Peter Parker.
Em compensação, Downey Jr. interpreta Tony Stark aqui de forma ainda mais sombria.
O personagem tem perdido seu carisma e humor desde 'Homem De Ferro 3'.
Em 'Era de Ultron' já o vemos bem mais sério e em 'Guerra Civil' o personagem beira a depressão.
Se existem razões dramáticas para isso, o que o espectador vê é que Tony não tem mais o mesmo apelo e capacidade de divertir e aqui, sua teimosia deixa o filme arrastado.
Mas a maior falha são os muitos ganchos abertos para o futuro, o que faz com que o longa pareça mais uma introdução à Fase 3 do que um filme contido em si mesmo.
Scarlett Johansson retorna como a Viúva Negra |
Essa é a maior falha da Marvel desde sempre - o estúdio parece mais preocupado em preparar o terreno para o próximo lançamento do que se preocupar em fechar completamente os arcos de cada história.
Esse é um dos efeitos colaterais ao se criar um universo coerente e expandido no cinema, já que essa quantidade de ganchos funcionaria bem numa série de TV, mas não na telona.
No mais, temos aqui um ótimo filme, cujos destaques são as relações entre os personagens e as cenas de ação.
O roteiro funciona, mesmo com alguns furos - especialmente quando analisamos melhor o plano do vilão Zemo - pois, afinal, a Marvel continua fazendo obras para os fãs de seu Universo Cinematográfico e, nesse ponto, acertou novamente.
SPOILERS:
1.
O filme tem duas cenas pós créditos
Você pode não reparar imediatamente, mas o cenário das brasileiríssimas Cataratas do Iguaçu aparece ao fundo, na primeira cena pós-créditos do longa, onde Bucky Barnes, Steve Rogers e T'Challa aparecem juntos em Wakanda.
Temendo perder novamente o controle sobre si mesmo, Bucky decide entrar em hibernação novamente.
Para manter o seu paradeiro secreto, Steve e Bucky pedem ajuda para T'Challa, que concorda em hospedar o corpo congelado de Bucky em Wakanda.
O Capitão agradece T'Challa e diz que tanto seu pai, T'Chaka, quanto Bucky foram vítimas e que ele espera encontrar paz para ambos.
O Capitão avisa que se alguém descobrir onde Bucky está sendo mantido, virão buscá-lo.
T'Challa responde: "Deixe-os tentar" enquanto a câmera revela uma selva esplendorosa e uma estátua enorme de uma pantera, pronta para atacar.
Em seguida, vemos parte do belo país de Wakanda e na cena, aparecem as Cataratas do Iguaçu.
A segunda cena pós-créditos é a que a Marvel estava tentando esconder, por ter o Homem-Aranha numa prévia do seu filme solo.
Normalmente a Marvel gosta de fazer uma prévia de seu próximo filme nessa cenas, mas como o trailer de 'Doutor Estranho' já foi lançado, eles decidiram concentrar-se no Homem-Aranha.
Na última vez que vemos o Cabeça de Teia no filme, ele está exausto após a grande batalha no aeroporto.
Na cena pós-créditos, Peter Parker está de volta em sua casa no Queens, experimentando alguns dos novos 'gadgets' que Tony Stark fez para ele.
Tia May aparece em seu quarto e Peter tem que esconder seus novos atiradores de teia, além de justificar alguns dos ferimentos que recebeu na luta.
Quando ela finalmente sai, Peter começa a testar o novo 'Sinal-Aranha' recebido de Stark.
No fim, surge o texto: "O Homem-Aranha retornará".
2.
Homem-Formiga ou Gigante?
Na batalha do aeroporto, mostrada nos trailers de "Guerra Civil", o Homem-Formiga aciona um mecanismo diferente em seu traje e aumenta de tamanho, ao invés de diminuir.
A transformação é semelhante aos poderes do Gigante, um dos alter-egos nas HQs mais conhecidos de Hank Pym, criador da tecnologia do Homem-Formiga e interpretado por Michael Douglas no filme de 2015.
Scott Lang ganha muita força física em sua nova forma e consegue bater de frente com os super-heróis mais poderosos do time do Homem de Ferro, o Homem-Aranha.
A falta de agilidade pesa e o Gigante acaba derrotado pelo Homem-Aranha, que usa uma tática que ele viu num "filme velho" chamado "Star Wars – Episódio V: O império Contra-Ataca".
Para derrubar Lang - o aracnídeo amarra as pernas do Gigante com sua teia - e ele cai.
3.
O Soldado Invernal matou os pais de Tony
"Guerra Civil" também amarra alguns fatos do universo Marvel que estavam no ar desde o primeiro "Homem de Ferro" (2008) e revela que Bucky Barnes é o responsável pela morte dos pais de Tony Stark em uma missão como o Soldado Invernal.
Barnes é enviado pela organização Hydra para roubar a maleta que Howard Stark carregava.
Ele intercepta o veículo do engenheiro e de sua esposa e, após o acidente, executa os dois de forma bastante cruel - o Capitão América sabia de tudo e não contou.
4.
O Máquina de Combate não morre, mas...
Sabe aquela cena do trailer em que o Máquina de Combate (Don Cheadle) é atingido e aparece desacordado nos braços do Tony Stark?
Se todos pensavam que o coronel James Rhodes, o Rhodey, melhor amigo de Tony, estava morto, saibam que ele não morre, mas fica paraplégico.
Essa condição sugere uma aproximação do personagem com sua fase atual nas HQs, em que ele é quase um ciborgue.
O autor do ataque, no entanto, não é um membro do time do Capitão América, como seria óbvio de imaginar.
Preocupado com Wanda Maximoff, seu par romântico nos gibis, Visão erra o disparo ordenado pelo Homem de Ferro, que deveria acertar o Falcão, e acerta Máquina de Combate.
5.
Cena icônica igual aos quadrinhos
Mais um "easter egg" do que um spoiler mesmo.
Em certo momento do combate final entre Steve Rogers e Tony Stark, os dois colidem de frente e reencenam a capa da edição final de "Guerra Civil" nos quadrinhos.
TRAILERS:
COMERCIAL:
FICHA TÉCNICA:
'CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL'
Título Original:
CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR
Gênero:
Ação
Direção:
Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro:
Christopher Markus, Jack Kirby, Joe Simon, Stephen McFeely
Elenco:
Chris Evans como Steve Rogers / Capitão América
Robert Downey, Jr. como Tony Stark / Homem de Ferro
Scarlett Johansson como Natasha Romanoff / Viúva Negra
Sebastian Stan como Bucky Barnes / Soldado Invernal
Anthony Mackie como Sam Wilson / Falcão
Don Cheadle como James Rhodes / Máquina de Combate
Jeremy Renner como Clint Barton / Gavião Arqueiro
Chadwick Boseman como T'Challa / Pantera Negra
Paul Bettany como Visão
Elizabeth Olsen como Wanda Maximoff / Feiticeira Escarlate
Paul Rudd como Scott Lang / Homem-Formiga
Emily VanCamp como Sharon Carter / Agente 13
Tom Holland como Peter Parker / Homem-Aranha
Frank Grillo como Brock Rumlow / Ossos Cruzados
William Hurt como General Thadeus "Thunderbolt" Ross
Daniel Brühl como Barão Helmut Zemo
Martin Freeman como Everett Ross
Produção:
Kevin Feige
Fotografia:
Trent Opaloch
Montador:
Jeffrey Ford
Trilha Sonora:
Henry Jackman
Duração:
146 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
28/04/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Walt Disney Pictures
Estúdio:
Marvel Entertainment / Marvel Studios
COTAÇÃO DO KLAU:
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