sábado, 10 de agosto de 2013

'CÍRCULO DE FOGO': A MELHOR SURPRESA DO ANO, COM MONSTROS X ROBÔS GIGANTES,MUITA AÇÃO, EFEITOS CAPRICHADOS E DIREÇÃO SEGURA


Desde o início, botei fé nesse projeto.

Afinal, cresci vendo séries e filmes onde robôs gigantes enfrentam toda sorte de monstros - vide 'Godzilla', 'Jaspion', 'Changeman', os 'Ultras'...

Depois, fiquei ainda mais tranquilo quando soube que o comandante seria o intrépido Guillermo Del Toro, que não só soube lutar contra o rótulo simplista de 'cópia de Transformers' que queriam colar no seu projeto, como nos entregou simplesmente a melhor surpresa do ano até agora.

'Círculo de Fogo', que estreou ontem em 398 salas em todo o Brasil - uma semana depois dos EUA - é um longa sensacional, onde Del Toro mostra personalidade, supera com facilidade a trilogia de Michael Bay em todos os aspectos e entrega ao espectador muita ação e diversão - tanto, que muitos fãs de ação e ficção científica devem adicioná-lo à lista de favoritos.

Idris Elba como Stacker Pentecost, em cena do longa - fotos dessa postagem: Divulgação/Warner Bros.

Recheado de referências à cultura pop japonesa, o longa é uma versão 'live action' de animes e se a mulekada, que sempre lota os cinemas, vai adorar, também o público adulto - principalmente àqueles acostumados com 'Power Rangers' e 'Ultraman' - vão se deliciar com a guerra entre robôs (os Jaegers) e os monstros gigantes (os Kaiju).

E quem for capaz de captar referências a clássicos como 'Evangelion' e 'H.P. Lovecraft' - como eu - vai, com certeza, aproveitar ainda mais.

Na trama, quando legiões de criaturas monstruosas começaram a surgir do mar, iniciou-se uma guerra que custaria milhões de vidas e consumiria os recursos da humanidade por anos a fio.

Para combater os monstros gigantes, um tipo especial de arma foi inventada: enormes robôs, que são controlados simultaneamente por dois pilotos, cujas mentes estão trancadas em uma ponte neural.

Mas mesmo os Jaegers estão se mostrando quase indefesos diante dos Kaiju implacáveis.

À beira da derrota, as forças que defendem a Humanidade não têm escolha senão voltarem-se para dois heróis improváveis, que se juntam para dirigir um lendário, mas aparentemente obsoleto, Jaeger do passado.

Juntos, representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse que se aproxima.

O ator Charlie Day, em cena como o Dr. Newton Geizler

O longa é um espetáculo visual com cores fortes e efeitos de primeiríssima qualidade, onde os viscerais combates são claros e permitem entender cada movimento dos lutadores.

Tendo como principal destaque a direção de arte - que criou um universo em decadência totalmente adaptado à guerra global - mais impressionante ainda são os robôs e monstros.

Todos saídos da mente criativa de Del Toro - que recebeu carta branca da Warner Bros. para criar o projeto da sua vida - é possível sentir a animação do cineasta mexicano a cada cena, e nem mesmo a presença de personagens como Dr. Newton Geizler (Charlie Day) e Hannibal Chau (Ron Pearlman, protagonista de 'Hell Boy', longa que tornou Del Toro famoso) - que parecem ter saído de filmes de ação dos anos 80 - tira o brilho da trama.

Ron Pearlman como Hannibal Chau

Embora Stacker Pentecost (Idris Elba) e a dupla de protagonistas - Raleigh Antrobus (Charlie Hunnam) e Mako Mori (Rinko Kikuchi) -segurem a onda, os relacionamentos são muito superficiais e muito tempo é perdido com conversas desnecessárias, inclusive na rivalidade entre o recém-chegado herói e o melhor piloto da base, que lembram muito a tensão de 'Top Gun'.

Já os outros tripulantes dos Jaegers são estereotipados por demais e sua única função é garantir boas lutas.

Em contrapartida, o longa ganha profundidade com a melhor solução prática de um filme de ação dos últimos tempos: a conexão neural entre os pilotos e a máquina.

O protagonista Raleigh Antrobus é interpretado pelo ator Charlie Hunnam

Como os robôs são enormes, é preciso duas pessoas no comando e suas mentes precisam estar absolutamente conectadas para agirem como os dois hemisférios do cérebro humano.

Por isso, ambos dividem sensações e lembranças com ramificações interessantes - algumas das melhores cenas do cinema de ação recente nascem dessa ideia.

Conexão neural total entre os dois para mover os robôs gigantes

Questões atuais - como a preocupação ambiental - estão presentes, só que é a capacidade de união da Humanidade que mais se destaca, já que aqui, não existe patriotismo exacerbado e as nações servem apenas como inspiração visual para os robôs.

Aqui,  a crítica social sobra para os políticos, mostrados como inescrupulosos e incapazes de tomarem as decisões corretas por medo de perderem seus cargos – mesmo diante do apocalipse.

'Círculo de Fogo' funciona e diverte, apesar de possuir algumas falhas - é fácil ignorá-las enquanto estamos entretidos com robôs batendo em monstros.

A protagonista Mako Mori é interpretada pela atriz Rinko Kikuchi

Mesmo assim, uma das melhores ações do cinema recente merece ser vista, principalmente em Imax e ao lado de uma boa galera.

Diversão garantida.

Confira o trailer do longa:

*****
'CÍRCULO DE FOGO'
Título Original:
Pacific Rim
Gênero:
Ação
Direção:
Guillermo del Toro
Roteiro:
Travis Beacham
Elenco:
Alan Tang, Brad William Henke, Burn Gorman, Charlie Day, Charlie Hunnam, Clifton Collins Jr., David Richmond-Peck, Derek Herd, Diego Klattenhoff, Emerson Wong, Heather Doerksen, Idris Elba, Jake Goodman, Joe Pingue, Justin Major, Larry Joe Campbell, Mark Baldessara, Max Martini, Milton Barnes, Phi Huynh, Rinko Kikuchi, Robert Kazinsky, Robert Maillet, Ron Perlman, Tyler Stevenson, William S. Wong
Produção:
Jon Jashni, Mary Parent, Thomas Tull
Fotografia:
Guillermo Navarro
Montador:
John Gilroy, Peter Amundson
Trilha Sonora:
Ramin Djawadi
Duração:
132 min.
Ano:
2013
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
09/08/2013
Distribuidora:
Warner Bros
Estúdio:
Legendary Pictures
Classificação:
12 anos
Cotação do Klau:

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