quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

RIP MARY TYLER MOORE: DIVA DA TV E GANHADORA DO EMMY MORRE AOS 80


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Quem viveu nos anos 1970 como eu, lembra com muita saudade de uma das séries americanas mais legais que a Globo já exibiu, 'The Mary Tyler Moore Show'
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Interpretada por Moore na série, Mary Richards, a mulher solteira, produtora de um fictício telejornal de Minneapolis e dona de sua carreira e da sua vida,  foi um achado, pois surgiu junto com o movimento feminista, tornando-a exemplo para todas as gerações de atrizes de comédia que vieram posteriormente, de Tina Fey a Ellen DeGeneres.

Surpreendentemente, Moore nunca se considerou uma feminista.

O programa era o contraponto exato a duas séries também sucesso dos anos 60/70, 'A Feiticeira' e 'Jeannie é um Gênio', que em todos os episódios, mesmo que divertidos, colocavam suas protagonistas submissas aos seus homens.

Mary, ao lado dos seus companheiros de elenco - vários deles, com o sucesso da série, partiram para protagonizar suas próprias séries - CBS

O programa da CBS foi um sucesso absoluto não só nos EUA - onde foi exibido de 1970 a 1977 -  e ganhou 29 Emmys, recorde só quebrado anos depois, quando “Frasier” conquistou a 30ª estatueta.

A série também gerou três spin offs - os coadjuvantes Edward Asner, Cloris Leachman e Valerie Harper, graças ao sucesso também dos seus personagens, partiram para protagonizar suas próprias séries.

No vídeo abaixo, você confere a primeira abertura de 'The Mary Tyler Moore Show', a última cena do último episódio e takes de vários atores e atrizes que passaram - e brilharam - nela.

Assista:


Além de quatro prêmios por 'The Mary Tyler Moore Show' , a atriz ganhou um quarto por “The Dick Van Dyke Show” e um sexto, pelo telefilme “Stolen Babies” (1993).

Uma reviravolta e tanto, já que na série 'The Dick Van Dyke Show' (1961-1966),Moore interpretava Laura Petrie, que seguia o padrão estabelecido para personagens femininos na época, o de uma mãe que não trabalhava fora e se dedicava a cuidar do marido e dos filhos.

Com Dick Van Dyke e o ator que interpretava o filho de ambos Larry Mathews, na série 'The Dick Van Dyke Show' - Divulgação

Embora fosse mais conhecida pelo seu trabalho na TV, a atriz atuou em diversos filmes a partir dos anos 60, como o de uma freira no último filme de Elvis Presley, “Ele e as Três Noviças” (1969) e principalmente “Gente Como a Gente” (1980), onde, dirigida por Robert Redford, teve a única indicação ao Oscar de Melhor Atriz, vivendo uma mãe que perdeu um dos filhos num acidente.

Ao lado de Timoty Hutton que interpretava seu filho, em cena de “Gente Como a Gente” (1980) - Paramount Pictures
Também foi indicada nove vezes ao Globo de Ouro, vencendo três vezes.

Moore nasceu no Brooklyn, em Nova York, em 29 de dezembro de 1936, filha mais velha de três irmãos.

Quando tinha 8 anos, a família se mudou para Los Angeles, onde foi criada numa comunidade católica.

Aos 17 anos, ela decidiu seguir carreira na dança e conquistou o primeiro emprego, como dançarina em comerciais da marca “Hotpoint”.

O trabalho acabou quando ela engravidou do seu primeiro e único filho.

Mary Tyler Moore morreu nesta quarta (25), aos 80 anos.

"Hoje, nosso amada e icônica Mary Tyler Moore faleceu aos 80 anos na companhia de amigos e de seu marido por 33 anos, Dr. S. Robert Levine", disse sua agente Mara Buxbaum à ABC News.

"Uma grande atriz, produtora e apaixonada defensora da Fundação pela Pesquisa da Diabetes Juvenil, Mary vai ser lembrada como uma destemida visionária que transformou o mundo com seu sorriso."

A atriz morreu no hospital em que estava internada, em Connecticut, nos Estados Unidos, após complicações decorrentes da diabetes, doença que foi diagnosticada quando ela tinha apenas 33 anos e da qual se tornou uma porta-voz da prevenção.

No início de 2011, a atriz passou por uma cirurgia para remover um tumor benigno no cérebro.

Na vida pessoal, Mary foi casada primeiro com Richard Carleton Meeker, com quem teve um filho, Richard Jr., que morreu em 1980 ao atirar em si mesmo por acidente enquanto manipulava uma arma de fogo.

Foi baseado nessa trágica história de vida que Robert Redford escreveu o roteiro e produziu 'Gente Como a Gente/Ordinary People (1980), dizendo a ela que ele fora adaptado de romance homônimo de Judith Guest, com trama muito parecida, só para tê-la, em desempenho excepcional, como a mãe que perde seu filho, interpretado por Timoty Hutton.

Foi a primeira das muitas brilhantes direções de Robert Redford  e o filme fez muito sucesso, ganhando muitos prêmios - Oscar inclusive.

O segundo marido de Mary foi o executivo da rede CBS Grant Tinker, de quem se divorciou em 1981.

Ao lado do seu ultimo marido, Robert Levine
Dois anos depois, ela se casou com Robert Levine, seu marido até o final da vida.

Pela importância história da série, pelo desempenho de Mary em diversas obras e por tudo que ela representou, realmente, foi uma perda e tanto.


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