SINOPSE:
Após a aparição do Superman, a agente Amanda Waller (Viola Davis) está convencida que o governo americano precisa ter sua própria equipe de meta humanos, para combater possíveis ameaças.
Assim, ela cria o projeto do Esquadrão Suicida, onde perigosos vilões encarcerados são obrigados a executar missões a mando do governo.
Caso sejam bem-sucedidos, eles têm suas penas abreviadas em 10 anos e caso contrário, simplesmente morrem.
O grupo é autorizado pelo governo após o súbito ataque de Magia (Cara Delevingne), uma das "convocadas" por Amanda, que se volta contra ela.
Desta forma, Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), El Diablo (Jay Hernandez) e Amarra (Adam Beach) são convocados para a missão.
Ao mesmo tempo, o Coringa (Jared Leto) aproveita a oportunidade para tentar resgatar o amor de sua vida, Arlequina.
CRÍTICA:
O que prometia ser o filme baseado em quadrinhos mais divertido já feito, com humor negro e violência na medida certa, não entrega nem a metade da subversão que prometia.
'Esquadrão Suicida', em exibição em 985 salas em todo o Brasil, tem bons momentos e personagens interessantes - especialmente o Pistoleiro (Will Smith, em seu melhor papel em anos) e Arlequina (Margot Robbie, sensacional e irresistível).
Só que o filme não inova e sua trama previsível impede a produção de satisfazer as expectativas dos fãs, que aguardavam a produção como a salvação dos heróis baseados em quadrinhos da DC Comics, desde a decepção recente de 'Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça', que se revelou bem melhor na versão estendida em DVD do que a versão exibida nos cinemas.
O esquadrão em ação - - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Warner Bros. |
Muito menos chato que 'Batman Vs. Superman', o longa tem diversos problemas e uma das prováveis causas foram as refilmagens para inserir humor e deixar as coisas mais leves.
Se sabemos que toda super produção geralmente precisa voltar ao set para ajustes, quando a ideia desse trabalho é mudar o núcleo da narrativa, as coisas desandam e aqui, fica absolutamente claro que a tentativa de mudar o tom da obra tirou muito do brilho que provavelmente a produção teria - Jared Leto praticamente confirmou isso (leia abaixo).
Assim,, a situação de 'colcha de retalhos' vem à tona, com o longa alternando boas piadas e momentos leves com situações sombrias e sérias, comprometendo a montagem e o ritmo finais.
Num começo truncado, a criação do Esquadrão é pouco desenvolvida e a apresentação dos personagens parece algo obrigatório, que precisava ser tirado do caminho logo e mesmo contando o passado de cada um - com direito a animações em 3D e canções pop escolhidas a dedo - nenhuma das sequências é muito atrativa.
A forma como o grupo se une para a missão que domina boa parte da história também é apressada e não tem o desenvolvimento necessário - e até por isso, a trama e o filme só melhoram na segunda metade.
Pistoleiro e Arlequina, a dupla protagonista do longa |
Logo de cara, a Força Tarefa X é apresentada por Amanda Waller (Viola Davis, só correta), oficial de inteligência dos EUA, aos chefes do governo como opção para proteger o país de meta-humanos.
Só que na hora de convencer os vilões a participar, o roteiro abdica de justificar a existência de cada um na equipe e eles são simplesmente jogados na ação, obrigados a cumprir a missão ou ter a cabeça explodida.
Tudo bem que essa premissa vem dos quadrinhos, mas no cinema, o diretor e roteirista David Ayer podia, ao menos, criar uma tentativa melhor de convencê-los e que funcionasse melhor em imagens de ação.
Basicamente mostrando porrada do começo ao fim, a narrativa segue na trilha de incontáveis filmes já vistos e revistos, que acompanham grupos de pessoas, muitas vezes muito diferentes entre si, unidos em apenas uma missão por boa parte da narrativa.
Só que aqui o termo 'filme de grupo' nunca acontece, já que apenas o Pistoleiro (Will Smith), Rick Flag (Joel Kinnaman) e Arlequina (Margot Robbie) tem espaço suficiente para desenvolverem os seus personagens e o resto apenas faz figuração, com Bumerangue (Jai Courtney) não justificando sua presença e Katana (Karen Fukuhara) quase não aparecendo, por exemplo.
A surpresa fica por conta de Magia (Cara Delevingne), uma personagem mais interessante do que esperávamos.
Magia (Cara Delevingne): uma das boas surpresas do longa |
Já a aparição do Batman (Ben Affleck) é pequena e justificada - o que esperávamos desde o trailer - mas seu melhor momento é na cena pós-créditos.
Como esperado, quem rouba todas as atenções é mesmo a Arlequina.
Margot Robbie está simplesmente sensacional como a maluca parceira de Coringa e é, de longe, a personagem mais bem desenvolvida, ficando evidente que ela foi elevada ao papel de protagonista após as primeiras reações dos fãs.
Ela começa sua jornada como a Dra. Harley Queen, Psiquiatra do Asilo Arkam, que acaba sendo envolvida pelo palhaço psicopata e se tornando ela mesma uma espécie de versão feminina dele, com mais humor e a mesma letalidade - e a transformação da personagem já paga o ingresso, de tão boa.
A psiquiatra que se apaixona e se submete ao seu insano paciente |
O que se espera agora é que a DC Films faça um filme só com ela - pois Robbie construiu uma persona com tanta verdade que o público certamente fará fila para vê-la novamente no papel.
Em contrapartida, a interpretação mais badalada e aguardada do longa não se sustenta.
Ganhador do Oscar de Coadjuvante pela excepcional atuação como uma transexual em 'Clube de Compras Dallas', Jared Leto tenta, mas não encontra um tom para o seu Coringa.
Sua loucura parece forçada e a interpretação de gângster de rua não tem o mesmo impacto do mafioso megalomaníaco de Jack Nicholson (em 'Batman', de 1989) ou o psicopata de Heath Ledger (de 'O Cavaleiro das Trevas', de 2008) - ainda o melhor Príncipe Palhaço do Crime das telonas.
Jared Leto como o Coringa: artificial |
Nessa montagem feita para o cinema, as falas de Leto, e até mesmo a risada, soam forçadas - pode ser consequência de seu pequeno espaço na tela e subtrama dispensável e embora ele não seja o vilão da vez, a produção se beneficiaria se ele fosse.
Hoje, em meio às críticas desfavoráveis, Jared Leto colocou mais lenha na fogueira ao revelar que rodou várias cenas que não estão no filme.
"Há várias cenas que não estão na versão final. Espero que um dia elas vejam a luz do dia. Quem sabe", disse, aparentemente contrariado, divulgando o longa na Inglaterra.
Essa declaração do ator só referenda que o longa idealizado por Ayer seria bem mais sombrio e mórbido, o que teria assustado os executivos da Warner, especialmente após o resultado aquém do esperado de 'Batman Vs Superman' nas bilheterias - daí as refilmagens e o desandar da trama.
Diante desta situação, já existe a expectativa de que no futuro seja lançada uma versão estendida do longa-metragem, assim como aconteceu com o filme dirigido por Zack Snyder - muito melhor na versão estendida em DVD.
O Batman aparece na cena pós créditos |
Felizmente, 'Esquadrão Suicida' é bem diferente de 'O Homem De Aço' e 'Batman Vs Superman' e por se distanciar do tom sério e sombrio de Zack Snyder - que eu particularmente não gosto - é o longa que a DC Films precisava neste momento para se firmar como uma importante produtora de conteúdo baseado em quadrinhos.
Embora seja divertido, o longa tem problemas, amenizados por boas cenas e protagonistas interessantes, mesmo que muitas vezes o filme soe genérico, principalmente o plano dos vilões.
Mas como cinema pipoca, o longa cumpre seu papel e agora, só nos resta aguardarmos a versão estendida em DVD, para vermos se o longa e sua trama melhoram - bem como os longas da DC Films que ainda estão por vir, como 'Liga da Justiça' e 'Mulher-Maravilha'.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'ESQUADRÃO SUICIDA'
Título Original:
SUICIDE SQUAD
Gênero:
Ação, Aventura
Direção e Roteiro:
David Ayer
Elenco:
Adam Beach, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Alex Meraz, Alyssa Veniece, Amanda Brugel, Ariane Bellamar, Ben Affleck, Brianna Goldie, Cara Delevingne, Common, Corina Calderon, Darryl Quon, David Harbour, Ike Barinholtz, Jai Courtney, Jared Leto, Jay Hernandez, Jim Parrack, Joel Kinnaman, Karen Fukuhara, Kevin Hanchard, Margot Robbie, Michael Murray, Sabine Mondestin, Scott Eastwood, Viola Davis, Will Smith
Produção:
Charles Roven, Richard Suckle
Fotografia:
Roman Vasyanov
Montador:
John Gilroy
Duração:
123 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
04/08/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Warner Bros
Estúdio:
Atlas Entertainment / DC Entertainment / Lin Pictures
Classificação:
12 anos
Informação complementar:
Baseado nos personagens da DC Comics
COTAÇÃO DO KLAU:
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