SINOPSE:
A família do nobre Judah Ben Hur (Jack Huston) acolheu e criou o romano Messala (Toby Kebbell) como se fosse um filho.
Entretanto, a vida leva os dois a diferentes caminhos.
Depois de um mal entendido, Judah é acusado injustamente de traição pelo próprio irmão e condenado à ser um escravo.
Anos depois, ele consegue escapar de seu cárcere e promete vingar-se de Messala e do império romano, que oprime o povo de Jerusalém, no momento em que Jesus Cristo (Rodrigo Santoro) aparece como a nova esperança para todos.
CRÍTICA:
A novela best seller de Lee Wallace já tinha virado filme ainda no cinema mudo e, depois, uma superprodução dirigida por William Wyler e estrelada por Charlton Heston em 1959, que ganhou nada menos que 11 Oscar.
O feito jamais foi superado: recentemente, só 'Titanic' e 'O Senhor dos Anéis' conseguiram 11 estatuetas da Academia.
O feito jamais foi superado: recentemente, só 'Titanic' e 'O Senhor dos Anéis' conseguiram 11 estatuetas da Academia.
Como ninguém se lembrava do filme mudo, o longa de 1959 fez grande sucesso mundo afora e até hoje, os mais velhos relembram com emoção várias de suas cenas - principalmente a da 'corrida de bigas', feita numa época em que tudo era feito sem muitas trucagens ou efeitos especiais.
Se remakes de grandes clássicos não são vistos com bons olhos, o diretor Timur Bekmambetov sentiu na pele as críticas quando anunciou a ousada empreitada de "recriar" a produção de 1959 e lutou para calar a críticas - mas em vão.
Apesar do cineasta argumentar que 'Ben-Hur', em exibição em 807 salas em todo o Brasil, não é um remake do longa premiado e sim de uma nova adaptação da livro de Lew Wallace, as diferenças entre as duas versões são bem poucas e basicamente, o novo longa transforma a alegoria de vingança em uma história sobre perdão e redenção, deixando o filme ainda mais perto da categoria "bíblico" e praticamente acabando com seu impacto.
Jack Huston como Judah Ben-Hur, em cena do longa - fotos dessa postagem: Divulgação/Paramount Pictures do Brasil |
Na trama, o nobre Judah Ben-Hur (Jack Huston) e o romano Messala (Toby Kebbel) foram criados como irmãos, mas acabam seguindo caminhos diferentes.
Messala se torna um centurião do exército romano e tenta conseguir apoio de sua família de criação a favor de Roma.
Entretanto, ao perceber que Judah está mais inclinado a apoiar o povo judeu, ele usa de um mal-entendido para acusá-lo injustamente de traição e enviá-lo para ser escravizado nas galés dos romanos.
Anos depois, o protagonista consegue escapar e jura vingança.
O novo longa não consegue alcançar a magnitude do clássico de William Wyler e com duração bem menor, as grandiosas cenas de batalha e os combates em slow motion – ingredientes de todo épico que se preze – ficam de lado, sendo compensadas pela cena da corrida de bigas, quase ao final do longa, muito bem feita e que nada fica a dever ao filme de 1959.
No longa de 1969, Messala era vivido por um grande ator, Stephen Boyd, coisa que Toby Kebbell não é.
O ator se sai bem melhor em personagens onde faz captura de movimentos - como a recente versão de 'Planeta dos Macacos'.
O ator se sai bem melhor em personagens onde faz captura de movimentos - como a recente versão de 'Planeta dos Macacos'.
Toby Kebbell em cena como Messala |
Boyd deu ao personagem uma tensão sexual - que tinha combinado com o diretor Wyler mas não com Charlton Heston, que nunca toparia - e, assim, o espectador logo entendia que Messala era apaixonado por Ben-Hur e, por não ter esse amor correspondido, fez o que fez.
Toby Kebbell também não aparece como o antagonista que se espera e em nenhum momento convence de que terá coragem de trair o irmão.
Quanto ao protagonista, se o Ben-Hur vivido por Jack Huston (neto do lendário diretor John Huston) perdeu a característica de "macho alfa" que Charlton Heston sempre transmitia nas suas interpretações, ao menos consegue ser mais carismático, mesmo que fique difícil convencer o espectador da sua jornada por vingança.
Jack Huston em cena do longa |
Morgan Freeman aparece mais uma vez no papel do mentor do protagonista, e seu Ilderim não compromete o resultado final.
Morgan Freeman, em cena do longa |
Finalmente, o Jesus Cristo interpretado por Rodrigo Santoro aparece pouco, mas sua presença no longa é muito tocante, com o ator brasileiro arrasando em cada cena, principalmente na da crucificação, uma das mais emocionantes.
Poderia aparecer mais, o longa só teria a ganhar com sua interpretação segura e absolutamente cativante.
Rodrigo Santoro: arrebatador como Jesus Cristo |
Os efeitos são mais elaborados, só que sozinhos não conseguem segurar a trama, já que a verdade é que não havia necessidade de recriar uma produção desse porte e que não acrescenta nada à versão oscarizada.
Para quem não viu o 'Ben-Hur' de William Wyler, a versão de Bekmambetov pode até trazer certa emoção e divertir.
Mas para quem teve o prazer de ver, numa sala de cinema e em formato Cinemascope, toda a intensidade e grandiosidade do anterior, considerado até hoje um dos melhores filmes feitos por Hollywood em todos os tempos, não vai se impressionar.
O remake é um drama mediano e um épico meia boca, mas que vale por trazer essa boa história sobre traição e ressurreição para as novas gerações.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'BEN-HUR'
Título Original:
BEN-HUR
Gênero:
Drama
Direção:
Timur Bekmambetov
Roteiro:
John Ridley, Keith R. Clarke
Elenco:
Alan Cappelli Goetz, Ayelet Zurer, David Walmsley, Haluk Bilginer, Jack Huston, Julian Kostov, Marwan Kenzari, Moises Arias, Morgan Freeman, Nazanin Boniadi, Pilou Asbæk, Rodrigo Santoro, Sofia Black-D'Elia, Toby Kebbell, Yasen Atour
Produção:
Duncan Henderson, Joni Levin, Mark Burnett, Sean Daniel
Fotografia:
Oliver Wood
Duração:
123 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
18/08/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Paramount Pictures
Estúdio:
Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Paramount Pictures / Sean Daniel Company
Classificação:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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