SINOPSE:
Alice (Mia Wasikowska) retorna após uma longa viagem pelo mundo e reencontra a mãe na Inglaterra.
No casarão, em meio a uma grande festa, ela percebe a presença de um espelho mágico.
A jovem atravessa o objeto e retorna ao País das Maravilhas, onde descobre que o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) corre risco de morte após fazer uma descoberta sobre seu passado.
Para salvar o amigo, Alice deve conversar com o Tempo (Sacha Baron Cohen) para voltar às vésperas de um evento traumático e mudar o destino do Chapeleiro.
Nesta aventura, também descobre um trauma que separou as irmãs Rainha Branca (Anne Hathaway) e Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).
CRÍTICA:
'Alice No País Das Maravilhas' (2010) de Tim Burton, não foi muito bem recebido pela crítica e público, especialmente por quem a legião de leitores que venera a obra espetacular de Lewis Carroll.
Uma das maiores reclamações foi o visual sombrio, característico do diretor, que não combinava com o colorido mundo do livro, além de personagens rasos demais.
Apesar disso, a segunda parte da aventura, 'Alice Através do Espelho', que estreia hoje em em 804 salas em todo o Brasil, chega aos cinemas sem corrigir os erros do primeiro e adicionando novos problemas à lista.
Um dos novos tropeços é a falta de ritmo.
A narrativa tenta ser mais ágil, fazendo uso do visual mais colorido e da chance de explorar viagens no tempo, mas não melhora muito em relação ao primeiro filme.
Além da falta de fluidez, a viagem temporal, maior trunfo da obra, é mal utilizada e frustrante e o roteiro nada tem a ver com o livro 'Através do Espelho'.
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| Mia Wasikowska é a protagonista Alice - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Disney |
Alice (Mia Wasikowska) acaba de voltar de sua viagem ao mar - a mesma do final do último filme - e quando seu ex-noivo, Hamish I(Leo Bill) ameaça tirar o navio de seu poder, a moça decide voltar ao País das Maravilhas.
Lá, descobre que o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) está prestes a morrer porque ninguém acredita que seus pais estão vivos.
Sim, aparentemente é possível morrer disso nesse mundo de fantasia, embora apenas seja a desculpa encontrada para fazer Alice viajar no tempo.
Com isso, a protagonista age de forma intempestiva e ganha um novo inimigo, o Tempo em pessoa (Sacha Baron Cohen).
Só que ele não é um vilão de fato, quer apenas manter a ordem do universo e Baron Cohen mais uma vez mostra o incrível ator que é, com uma atuação que consegue eclipsar até a Alice de Wasikowska.
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| Johnny Depp é o Chapeleiro Maluco |
Deve ser por isso que o bom diretor James Bobin ('Os Muppets'), percebendo o problema, decidiu dar um jeito de enfiar a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter), vilã muito mais fácil de identificar, na trama.
Só que seu envolvimento deixa tudo mais sem sentido e o espectador começa a ficar inquieto na poltrona, sem ter como acompanhar a trama a sério.
Nem a incrível interpretação de Alan Rickman como a Lagarta, ao lado do Gato Risonho (Stephen Fry) e Michael Sheen (Coelho Branco) , todos em CGI, salvam o longa - e olhe que esse é o último trabalho de Rickman nas telonas, já que o estupendo ator morreu recentemente.
A narrativa funciona melhor quando as coisas ficam mais pé no chão e a trama se resume a um dia do passado de pessoas chave - e falar que qualquer adaptação de Carroll funciona somente quando tem os pés no chão é um grave erro de conceito por definição.
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| Helena Bonham-Carter é a Rainha Vermelha |
Aqui, quando as coisas poderiam ser mais interessantes, não são e quando personagens tomam atitudes impensadas a fim de evoluir a trama, a loucura é a desculpa.
Além disso, os personagens continuam rasos e a família do Chapeleiro ganha mais atenção do que o próprio Chapeleiro ou outros amigos de Alice.
Anne Hathaway (retornando como a Rainha Branca) e a já citada Helena Bonham Carter até tentam salvar seus papeis, mas suas personagens não permitem fazer muito.
No caso de Mia Wasikowska, suas melhores cenas são no mundo real, quando enfrenta homens destinados a fazer dela uma mulher bela, recatada e do lar, bem longe de capitanear seu próprio navio.
Isso evidência, novamente, o maior problema da obra: as melhores cenas de Alice não poderiam ser em cenas pé no chão e muito menos fora do País das Maravilhas.
Ainda bem que o longa se destaca visualmente, durante as cenas de viagem através do tempo, criativas e bem construídas, como se os dias fossem ilhas em um mar.
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| Sacha Baron Cohen é o Tempo |
Outros momentos inspirados acontecem em algumas cenas do passado e no castelo do Tempo, onde os seguidores robóticos do antagonista, os segundos, se unem para se tornar robôs maiores, os minutos, até que formam a hora.
É aí que visual fica mais próximo do esperado para uma adaptação de Carroll e o longa até supera o original - ao menos nesse quesito.
Pena que o roteiro falho torne o longa como um todo cansativo e frustrante.
Enfim, se mais uma vez não vemos o verdadeiro potencial do País das Maravilhas nos cinemas, não custa sonhar com essa possibilidade num possível reboot ou sequência.
Bonito - e só.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO'
Título Original:
ALICE THROUGH THE LOOKING GLASS
Gênero:
Aventura
Direção:
James Bobin
Roteiro:
Linda Woolverton
Elenco:
Alan Rickman, Andrew Scott, Anne Hathaway, Ed Speleers, Frances de la Tour, Geraldine James, Helena Bonham Carter, Joanna Bobin, John Sessions, Johnny Depp, Karol Steele, Leo Bill, Lindsay Duncan, Matt Lucas, Mia Wasikowska, Michael Sheen, Rhys Ifans, Sacha Baron Cohen, Stephen Fry, Timothy Spall
Produção:
Jennifer Todd, Joe Roth, Suzanne Todd, Tim Burton
Fotografia:
Stuart Dryburgh
Montador:
Andrew Weisblum
Trilha Sonora:
Danny Elfman
Ano:
2016
País:
Estados Unidos / Inglaterra
Cor:
Colorido
Estreia:
26/05/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Disney
Estúdio:
Estúdio Shepperton
COTAÇÃO DO KLAU:
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