SINOPSE:
Na década de 1980, Maria Altmann (Dame Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação.
Nessa batalha, ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista, Randy (Ryan Reynolds).
CRÍTICA:
As grandes tragédias da humanidade causam consequências imediatas e reverberações tardias.
Agora, temos mais um drama sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial, 'A Dama Dourada', em exibição em 43 salas em todo o Brasil e que mostra esses dois tipos de males na mesma história.
O resultado é um banho de emoção e um dos longas mais instigantes de 2015.
Baseado em uma história real, o roteiro se passa nos anos 1980, quando Maria Altmann (a sensacional Dame Helen Mirren, Oscar por 'A Rainha') entra em contato com o advogado Randol Schoenberg, o Randy (Ryan Reynolds, o Deadpool 'live action' do vindouro longa da Marvel) com um pedido ingrato: processar o Governo da Áustria para que eles devolvam à sua família a posse do quadro de Gustav Klimt, 'A Dama Dourada'.
Dame Hellen Mirren como Maria Altmann, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Diamond Films |
A pintura é o retrato da tia de Maria (Antje Traue, a Faora de 'O Homem de Aço'), que foi encomendada ao artista no período entre guerras.
Maria é uma austríaca judia que fugiu para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
Na opressão dos nazistas, o quadro foi retirado da casa da família dela e depois entregue a uma galeria.
A grandiosidade da missão se explica porque a obra de Klimt é considerada "a Monalisa da Áustria", como diz a certa altura da trama o jornalista Hubertus Czernin (Daniel Brühl, de 'Rush - No Limite da Emoção') que ajuda a dupla de protagonista.
Assim, as batalhas jurídicas se dão contra o governo austríaco e se arrastam por anos.
Ryan Reynolds como o advogado Randy |
A disputa pela pintura revela novamente aos olhos do público a perseguição nazista aos judeus e ao mesmo tempo, o longa mostra as consequências imediatas dos sonhos megalomaníacos de Hitler - com flashbacks da juventude de Maria, aqui interpretada por Tatiana Maslany (da série 'Orphan Black').
As manobras inteligentes que o advogado Randy executa para continuar na luta são instigantes o suficiente para manter o espectador ligado da primeira à última cena.
Pena que o longa aparentemente não acredita no seu próprio roteiro e esses flashbacks emotivos acabam cansando um pouco o espectador e tirando o ritmo da trama.
Apesar de retratarem momentos-chave de sua jornada pessoal, as lembranças de Maria se alongam e tiram o foco do que deveria ser o centro da dramaturgia, sem trazer qualquer elemento novo ao tema do Holocausto, explorado em inúmeros filmes à exaustão.
Daniel Brühl (direita) interpreta o jornalista Hubertus Czernin |
É compreensível a inclusão de dramas mais pessoais em um filme de tribunal para temperar a história e a própria relação barulhenta entre os dois protagonistas funciona como alívio cômico.
A química entre Dame Mirren e Ryan Reynolds funciona, com a veterana inglesa levantando uma bola redonda para Reynolds começar a resgatar sua boa carreira agora - antes de 'Deadpool' - com um personagem intenso e que funciona na telona.
A dupla tem química perfeita em todas as cenas |
Por outro lado, as dificuldades que Randy enfrenta por se dedicar demais ao trabalho funciona no sentido de humanizar a trama – nesse ponto entra em cena o apoio moral de sua esposa, Pam - vivida por Katie Holmes em seu melhor papel no cinema em muitos anos.
Katie Holmes em cena como Pam, a mulher de Randy |
Enfim, esse certo estresse causado pelo prolongamento das memórias de Maria são prova de que o interesse do espectador está mesmo no desfecho da batalha judicial.
Filme intenso, com direção, personagens, performances e cenas maravilhosas, que vale a pena ser visto.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'A DAMA DOURADA'
Título Original:
WOMAN IN GOLD
Gênero:
Drama
Direção:
Simon Curtis
Roteiro:
Alexi Kaye Campbell
Elenco:
Allan Corduner, Antje Traue, Charles Dance, Daniel Brühl, Elizabeth McGovern, Frances Fisher, Dame Helen Mirren, Henry Goodman, Katie Holmes, Max Irons, Moritz Bleibtreu, Nina Kunzendorf, Ryan Reynolds, Tatiana Maslany, Tom Schilling
Produção:
David M. Thompson, Kris Thykier
Fotografia:
Ross Emery
Montador:
Peter Lambert
Trilha Sonora:
Hans Zimmer, Martin Phipps
Duração:
109 min.
Ano:
2015
País:
Reino Unido
Cor:
Colorido
Estreia:
13/08/2015 (Brasil)
Distribuidora:
Diamond Filmes
Estúdio:
2nd District Filmproduktion / BBC Films / Origin Pictures
Classificação:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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