sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

ANDANDO PELA NOVA YORK CINEMATOGRÁFICA!

Até para quem bota os pés pela primeira vez em Nova York, é muito difícil não ser tomado por uma forte memória cinéfila.

Já no desembarque, seja na Grand Station - usada como locação em "Os Intocáveis", de Brian de Palma -, seja no aeroporto JFK , a sensação é de que "já vimos esse filme". E essa impressão continua quando caminhamos pelas ruas e parques, vemos as pontes sobre o rio Hudson e os seus prédios. O metrô e os Yellow Cabs também estão nesse filminho que passa em nossas cabeças.

Afinal, a cidade é, ainda hoje, uma das mais mostradas em telinhas e telonas por todo o mundo.

Quando no dia 11 de setembro de 2001, os atentados terroristas destruiram as torres gêmeas do World Trade Center e apagou milhares de vidas, desapareceu também o cenário de dezenas de longas-metragens -" Homem Aranha", de Sam Raimi, em produção, teve que refazer cenas em onde apareciam os prédios.


Felizmente, o Empire State Building ainda está lá, firme e forte, servindo de cenário tanto para o romance de Cary Grant e Deborah Kerr em "Tarde Demais Para Esquecer", quanto para o primeiro - de 1933 - e o último "King Kong" - de Peter Jackson.


Bater perna por Manhattan, com um mp4 cheio de músicas inspiradas na cidade mostra que, além das alusões ao cinema, Nova York tem trilha musical própria. E que trilha! A frase "New York, você é o cenário de todos esses filmes", cantada no show de Simon & Garfunkel no Central Park em 1981, quando a dupla se reencontrou, não poderia ser mais direta. A canção não é deles, e sim de Benny Gallagher e Graham Lyle. Mas na voz de Art Garfunkel, ela toma contornos de Big Apple.


Todo dia , em diferentes pontos da "metrópole que nunca dorme" -como Frank Sinatra cantou numa de suas mais famosas canções, aliás feita para Liza Minelli interpretar na cena final do ótimo filme "New York, New York", de Martins Scorsese - a gente vê alguma produção rodando algum filme, longa, média ou curta metragem, filmes publicitários e clips.

Ícone da vida nova-iorquina, o Subway, o metrô da cidade, foi aberto em 1904 e transporta diariamente 5 milhões de passageiros -e você, certamente, deve tê-lo visto em mais de uma cena de cinema. Aliás, o primeiro filme feito no sistema do NYC Transit teve como autor o inventor Thomas A. Edison (1847-1931), isso já em 1904.A câmara foi montada na frente de um carro do metrô e percorreu a linha da Lexington Avenue. A filmagem não tem som nem enredo, mas ali nasceu uma tradição, ou melhor dizendo, uma paixão literalmente cinematográfica.


A força cênica da metrópole ganhou contornos deliciosos, quando Marilyn Monroe apareceu em "O Pecado Mora ao Lado" (1955), de Billy Wilder, vestindo um esvoaçante vestido branco, levantado por um golpe de vento vindo de um respiro do metrô:




Os becos escuros da cidade também apareceram inúmeras vezes. Na última vez que me lembro, foi o cenário para o famoso beijo invertido de Peter/Homem Aranha e Mary Jane, debaixo de uma chuva que deixa sua atmosfera ainda mais bonita. Para mim, é um dos beijos mais legais da telona:




Macabro e surpreendente, "O Bebê de Rosemary" (1968), de Roman Polanski, foi rodado no prédio Dakota, o mesmo onde morou e morreu, assassinado na calçada defronte, o beatle John Lennon (1940-1980).

Edifício Dakota

Woody Allen, um dos mais notáveis nova-iorquinos de todos os tempos, fez ali diversas de suas obras-primas, como "Manhattan" (1979), retrato -em preto e branco - de uma Nova York lírica e romântica, emoldurada pela ponte Queensboro e que conta a história de Isaac Davis (Allen), personagem de meia-idade que se apaixona por uma menina de 17 anos chamada Tracy (Mariel Hemingway). Filme profético, já que logo depois ele, na vida real, trocou Mia Farrow pela filha adotiva dela...


Woody Allen

Já a ponte do Brooklyn aparece em "Mais e Melhores Blues", de Spike Lee, outro cineasta nova-iorquino, e teve uma cena inteira do cult "Os Embalos de Sábado à Noite", de 1977, rodada lá. Aliás, a cena de abertura desse filme, onde John Travolta anda por uma rua do Brooklin segurando uma lata de tinta, ao som de "Stay Alive" dos Bee Gees, é uma das cenas mais emblemáticas da cidade na minha memória:



Martin Scorsese, também nativo, ambientou na metrópole filmes violentos e vibrantes que viraram clássicos, caso de "Taxi Driver" (1976) e "Goodfellas" (1990).

Martin Scorsese

Em "The Sex and The City", série televisiva que virou filme de Michael Patrick King, em 2008, e que mostra a relação íntima de quatro amigas na cidade -a mais conhecida delas é Sarah Jessica Parker - a cidade aparece bastante. O filme terá continuação em 2010.



Se nos filmes do Batman, ela se chama Gotham City, nos do Superhomem ela se transforma na radiante Metrópolis. Quem não se lembra do Super de Christopher Reeve na cena de vôo com a Lois Lane de Margot Kidder sobre a cidade?




E todos os heróis da Marvel - Homem Aranha, Demolidor, Quarteto Fantástico, X-Men,Motoqueiro Fantasma - vivem em Nova York, mostrada à exaustão nos seus filmes, e que ainda aparecerá nos filmes do Thor e Capitão América, previstos para os próximos anos.

No Freebase - www.freebase.com - , um dos muitos sites dedicados a filmes que têm Nova York como locação, e que tem mais de 600 verbetes, você pode pesquisar o seu filme favorito!

É assim que a mais charmosa cidade americana é perpertuada, nas telinhas, telonas, no imaginário coletivo e em nossos corações.

Broadway

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