sábado, 10 de agosto de 2019

'THE OA': NETFLIX CANCELA A SÉRIE, APÓS DUAS TEMPORADAS

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Série de ficção científica era estrelada pela atriz Brit Marling
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The OA, série de ficção científica da Netflix, não estará de volta para uma terceira temporada.

O serviço de streaming anunciou o cancelamento da série cinco meses após o lançamento da segunda temporada.

O suspense de mistério é estrelado por Brit Marling, uma mulher cega que desapareceu há sete anos e que, de repente, voltou com a visão restaurada.

Agora se referindo a si mesma como a OA, ou Anjo Original, ela então recruta uma pequena equipe para ajudar a resgatar outras pessoas que desapareceram abrindo um portal para outra dimensão.

Além de estrelar, Marling co-criou a série junto com Zal Batmanglij.

Os dois também foram produtores executivos, juntamente com Brad Pitt, Dede Gardner, Jeremy Kleiner e Sarah Esberg, da Plan B Entertainment, e Michael Sugar, da Anonymous Content.

"Estamos incrivelmente orgulhosos dos 16 capítulos hipnotizantes de 'The OA', e somos gratos a Brit e Zal por compartilharem sua visão audaciosa e por realizá-la através de sua incrível arte", disse Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo original da Netflix .

"Estamos ansiosos para trabalhar com eles novamente no futuro, nesta e talvez em muitas outras dimensões", completou.

Além de Marling, a série também trazia no elenco nomes como Emory Cohen, Patrick Gibson, Jason Isaacs, Alexander Ian, Phyllis Smith, Brendan Meyer, Brandon Perea, Will Brill, Sharon Van Etten, Wilson Scott, Alice Krieg e Paz Vega.

O cancelamento da série pegou os fãs despreparados, deixando-os à deriva, sem um final para a narrativa.

E após o fatídico anúncio feito pela gigante do streaming, Brit Marling falou sobre o assunto pela primeira vez, desabafando em uma publicação feita em sua conta oficial do Instagram:

“Talvez alguns de vocês já saibam ou talvez alguns descubram por meio dessa carta que a Netflix não dará sequência a The OA.

Uma vez alguém me perguntou em um painel: ‘Porque você é tão obcecada por sci-fi?’. Eu nunca havia me dado conta de que eu era ‘obcecada’ ou que até mesmo a maioria das narrativas que já escrevi até hoje se enquadravam no gênero de ficção especulativa. Eu fui pega desprevenida. A pergunta veio de alguém que não curte o gênero, então eu acho que só disse algo do tipo ‘hum, é divertido construir mundos?’. Mas pensei naquela pergunta por muito tempo desde então e eu creio que uma resposta bem próxima da verdade seria isso:

É difícil ser inspirada para escrever histórias sobre o mundo ‘real’, quando você nunca se sentiu livre nele. Como uma mulher que escreve personagens para mim mesma e para outras mulheres, sempre me pareceu que as estradas já pavimentadas para percorrer em uma narrativa são limitadas. Talvez um dia eu esteja bem evoluída como uma escritora para pavimentar minhas próprias estradas na ‘realidade’ (Elena Ferrante), mas hoje eu normalmente me sinto travada.

Eu posso escrever sobre algumas mulheres que estão ‘no topo’, mas então eu estaria perpetuando as mesmas hierarquias que nos oprimem (e apenas pedindo para mudar a opressão para outra pessoa ). Eu poderia escrever sobre a vasta maioria das mulheres na base econômica, mas o poder de mover imagens e atrizes carismáticas normalmente glamourizam ou perpetuariam os mesmos estereótipos que os filmes almejam criticar. Eu poderia escrever sobre mulheres que se auto depreciam, que expõem a abundante falta de igualdade entre gêneros, criando boas risadas, mas então, como Hannah Gatsby pontuou em sua brilhante história Nanette, eu estaria – em algumas maneiras – trocando minha humilhação por um cheque e pela chances de poder ser aceita.

A ficção científica limpa o mundo ‘real’ como uma lousa mágica. A ficção científica diz ‘imagine qualquer coisa nesse lugar’. E foi o que fizemos.

Nós imaginamos que coletivo é mais forte que individual. Imaginamos que não há heróis. Imaginamos que as árvores de San Francisco e um polvo gigante do Pacífico tinham vozes que poderíamos entender e escutar. Imaginamos humanos como uma espécie entre outras e não necessariamente a mais sábia ou mais evoluída. Nós imaginamos movimentos que juntaram pessoas improváveis no mesmo cômodo, colocando-as para se mover colocando-as a arriscar se tornar vulneráveis pela chance de pisar em outro mundo.

É isso o que The OA foi para mim, Zal e todos os outros artistas que se juntaram a nós. A chance de pisar em outro mundo e nos sentirmos livres nele. Nós sentimos profunda gratidão pela Netflix e pelas pessoas com quem trabalhamos para tornar possíveis as Partes I e II. Nós sentimos orgulho dessas descompromissadas 16 horas. Em grande parte, milhões e milhões de vocês nos deram esse senso de orgulho ao assistir – com comentários que deixaram, artes que fizeram, teorias do Reddit que semearam, movimentos que performaram em praças públicas, quartos, boates e quintais pelo mundo.

Embora não possamos terminar essa história, prometo que contaremos outras. Não descobri nenhum outro mecanismo eficaz para lidar com estar vivo no antropoceno. E talvez, de algumas formas, não é ok não concluir esses personagens. Steve Winchell ficará suspenso em nossas imaginações, evoluindo infinitamente, correndo eternamente atrás e finalmente alcançando a ambulância e OA.

Com amor, Brit”.

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A Atriz Britt Marling - The Daily Beast
A primeira temporada de The OA estreou em dezembro de 2016, enquanto a segunda temporada estreou quase três anos depois, em março deste ano.

A série recebeu críticas positivas, com as duas temporadas de oito episódios apresentando uma média de aprovação de 84% no Rotten Tomatoes.

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