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Quarta temporada chega nesta sexta (30) ao Globoplay, cinco anos após a anterior - ator e diretor, Mello diz que ela 'tem a alma de uma TV que tinha tempo e não um ritmo acelerado'
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Selton Mello se dedicou por três anos a “Sessão de Terapia” até se ver exausto.
Queria alta.
Após cinco anos longe, sem protagonista e com dezenas de novas propostas, o ator teve que contar com antigos parceiros e uma nova plataforma para trazer a série de volta.
Mas por quê?
“Acho que é porque o mundo está precisando de psicólogo”.
A quarta temporada estreia nesta sexta (30), no Globoplay.
Após o hiato de meia década, ela volta com uma nova cara: Selton, também diretor, assume o papel de protagonista e muda a dinâmica da história.
Zé Carlos Machado, que interpretou o terapeuta Theo nas três primeiras temporadas, fez uma participação emocionada na nova - mas não podia voltar.
Selton, então, tentou alguns atores amigos (Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Alexandre Nero, por exemplo), mas não teve sorte.
Ou teve, pegou ele mesmo o papel de Caio Barone, novo terapeuta.
“O Caio é mais sanguíneo e cascudo. Vai dar mais trabalho”, disse o ator durante lançamento da série.
Mas sua casca dura não é à toa:
“Ele está vivendo coisas duríssimas.”
Para Selton, fazer “Sessão de Terapia” é voltar no tempo.
É também a prova definitiva de que menos é mais.
“Não queremos inventar a roda. A série tem a alma de uma TV que tinha tempo e não um ritmo acelerado”.
Ele usa a calma que tanto gosta a seu favor.
O G1 acompanhou um dia de gravação da série, em um estúdio de São Paulo.
Dirigindo uma cena em que atuava, comandou tudo por uma câmera de chão e levou quase meia hora para finalizar um cena de três minutos.
Queria profundidade e dramatização e distribuía ordens aos operadores e cinegrafistas enquanto entrava e saía do personagem sentado no divã.
À sua frente, sentava Morena Baccarin, serena e disposta a refazer as cenas após os toques de direção do colega.
Em seu primeiro trabalho aqui, a atriz brasileira, sucesso em Hollywood em filmes como 'Deadpool' e séries como 'Homeland' e 'Gotham', vive Sofia, terapeuta supervisora do personagem de Selton.
Selton e Morena são velhos amigos.
Foi na casa dela, em Los Angeles, que ele teve o desprazer de assistir à derrota por 7 a 1 da seleção brasileira na Copa de 2014, último ano de “Sessão de Terapia”.
Quando resolveu voltar a gravar, pensou logo na amiga para ajudar no desafio.
Ela já conhecia a versão americana da série.
Por isso (e pela amizade), sequer pensou em recusar quando Selton telefonou com o convite - a atriz havia acabado de gravar a última temporada de 'Gotham' e tinha um raro espaço na sua concorrida agenda.
Morena, nascida no Brasil mas alfabetizada nos Estados Unidos, estava insegura em relação ao português e à introspecção do papel, diferentemente das séries e filmes que costuma fazer.
Quis passar por uma preparação intensa - e também moderna: durante várias noites, leu e releu à exaustão o roteiro com Selton por Skype.
Desembarcou no Brasil uma semana antes das gravações, aproveitou para visitar o Rio e a família brasileira e depois encarou os poucos dias de gravação de seus episódios, em SP.
“Foi exaustivo: Eu ri, chorei e sofri de ansiedade. A cada capítulo parece que passou um filme inteiro”, disse, muito acessível e simpática, sem maquiagem e almoço, após gravar a última cena de sua personagem.
Quem faz terapia nesta temporada?
Fabiula Nascimento, David Junior, Cecília Homem de Mello e Livia Silva sofreram com as angústias de seus personagens:
Chiara (Fabiula) é a paciente de segunda, uma comediante que não aceita o diagnóstico de depressão;
Guilhermina (Lívia), às terças, é uma pré-adolescente filha de um casal inter-racial. Sofre bullying, mas esconde questões mais profundas;
Nando (David), às quartas, é um executivo que perde interesse pela mulher conforme ela cresce na carreira;
Haidée (Cecília), paciente das quintas, procura terapia por sentir vazio após morte do marido.
Para parir estes personagens, a roteirista principal, Jaqueline Vargas, precisou matar muitos outros.
“Sofro como se fosse uma morte”, resume ela.
Ela esboçou poucas dezenas de arquétipos.
E, com Selton e o produtor Roberto D’Avila, garimpou e fundiu alguns até chegar aos quatro finais.
O critério é o quanto cada personagem pode ser representativo para o público e quanto aderiam ao arco do protagonista.
Nesta temporada, para entender Caio, é preciso colher fragmentos de todos os pacientes.
Com os perfis selecionados, Jaqueline passou o bastão dos personagens para quatro roteiristas assistentes e se dedicou a desenvolver os dois terapeutas.
A roteirista é formada em psicanálise, mas não dispensou a consultoria de um psicólogo ao escrever as histórias.
Nesta temporada, o consultor segue a linha do psicanalista francês Jacques Lacan.
Relembre o trailer:
FICHA TÉCNICA:
SESSÃO DE TERAPIA
Diretor:
Selton Mello
Roteiro:
Jaqueline Vargas
Elenco:
Selton Mello,Morena Baccarin, Fabiula Nascimento, David Junior, Cecília Homem de Mello e Livia Silva, entre outros
Onde:
Globoplay
Número de Episódios:
35
Duração de cada Episódio:
Aproximadamente 25 minutos
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