segunda-feira, 25 de junho de 2018

'SUPERGIRL' - CRÍTICA - 3ª TEMPORADA

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Série finaliza arco de vários personagens e abre possibilidades para o futuro
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A série 'Supergirl', produzida e exibida pelo canal The CW nos EUA e aqui no Brasil, exibida pelo Warner Channel, tem temporadas longas, com mais de 20 episódios de 40 minutos em cada temporada.

Assim, ao chegar ao seu terceiro ano, o desgaste é certo, pois os personagens já passaram pelos percalços os mais variados, enfrentaram vários vilões e se desenvolveram junto com o público.

Por tudo isso, é que a terceira temporada da série protagonizada por Melissa Benoist - para mim, a mais perfeita tradução recente de como uma super-heroína deve ser num live action - caminhou para frente, encerrando o ciclo de vários personagens e deixando novas possibilidades para uma eventual quarta temporada.

Nessa terceira, Kara (Melissa Benoist) começou sua jornada, sofrendo com a partida de Mon-El (Chris Wood, bom ator e namorado de Melissa na vida real).

Só que, apesar do retorno do rapaz vulnerável ao chumbo, a relação dos dois continuou num vai, não vai, estressante - e isso, durante todos os 23 episódios, o que foi, sem dúvida, a maior bola fora de toda a temporada.

Foto Chris Wood, Melissa Benoist
Chris Wood e Melissa Benoist, em cena da terceira temporada - Fotos dessa Postagem: Divulgação/The CW
Embora Mon-El tenha vivido tramas próprias, a falta de uma resolução final sobre o relacionamento e a confusão de sentimentos do casal gerou um cansaço do público com o casal - uma pena, pois Melissa e Chris tem uma química das mais absurdas em cena.

É que esse retorno de Mon-El se transformou num problema: se voltar para Kara e viver feliz com ela seria uma replay da segunda temporada, matá-lo poderia ser demais para um seriado jovem do canal CW e deixá-lo na Terra apenas como um membro da Legião dos Super-Heróis continuaria com o clima estranho com a Supergirl.

Assim,depois de idas e vindas, os roteiristas tomaram a melhor decisão: encontrar uma nova missão para o personagem e deixá-lo, finalmente, seguir seu caminho.

Agora, com a confirmação de que Chris Wood não estará no quarto ano da série, temos finalmente uma solução definitiva para o romance - e isso combina muito bem com a nova fase da história.

Se na parte amorosa a trama deixou a desejar, a série acertou ao tratar dos dilemas kryptonianos de Kara Zor-El.

Quando descobre que ainda há um pedaço de seu planeta no espaço, a heroína mostra seu lado mais frágil, o fato de ser uma refugiada na Terra.

Ao contrário de Kal-El, o Superman, que foi lançado de Krypton ainda bebê, Kara tem lembranças da infância em seu planeta natal e isso torna sua saudade ainda mais densa.

O reencontro com a mãe Alura (Erica Durance, a Lois de 'Smallville'), rendeu momentos emocionantes, que poderiam ser melhor abordados se esse arco não tivesse sido deixada de lado no decorrer da temporada.

Como já aconteceu antes, Kara tem uma crise de identidade ao rever parte de seu planeta: não quer mais ser a responsável por salvar a Terra - e o vislumbre de uma vida comum em Krypton parece ser bem legal.

Evidentemente, quando seus amigos entram em perigo, ela segue “seu chamado” e volta a ser a heroína que todos conhecem, tudo muito antigo e repetido - mas o fato disso fazer total sentido com a história da personagem releva o que poderia ser outra bola fora na temporada.

Reunir Kara e Alura foi apenas um dos momentos em que a série focou no tema da família, um dos pontos centrais do terceiro ano.

J’onn (David Harewood) enfrenta seu maior medo ao se despedir do pai, que deixou o seriado na hora certa, antes de se tornar um personagem mais cansativo e perdido do que já era.

Foto David Harewood, Melissa Benoist
J’onn (David Harewood), em cena da série
M’yrnn (Carl Lumbly) parte com um propósito claro e isso torna todos os seus ensinamentos ainda mais importantes.

A relação entre Ruby (Emma Tremblay) e Alex (Chyler Leigh) se torna tão profunda, que a agora diretora do DEO percebe que quer ser uma mãe solo, por mais difícil que seja conciliar o trabalho com a vida pessoal.

Essas pequenas descobertas e mudanças dos personagens mostram muito bem o amadurecimento de cada um deles.

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Ruby (Emma Tremblay) e Alex (Chyler Leigh), em cena da série
Apesar de ser uma série sobre a Supergirl, os dilemas apresentados são extremamente humanos e isso cria uma conexão tão profunda com o público, que é quase impossível não se emocionar com certos acontecimentos - e os momentos de emoção foram vários.

A série também encontrou tempo nessa terceira temporada para abordar dois temas atuais: o preconceito racial e o problema do porte de armas nos EUA.

Perdido no arco romântico com Lena (Katie McGrath), Jimmy Olsen (Mehcad Brooks) se saiu melhor ao falar dos dois temas, demonstrando o medo de revelar sua identidade e ser vítima do preconceito, ao mesmo tempo em que fala sobre o perigo do uso negligente de armas de fogo.

Com tantos casos de tiroteios nos EUA (principalmente em escolas), seria fácil mostrar apenas um lado da discussão, mas a série mostrou maturidade ao incluir também os argumentos daqueles que se sentem protegidos com os objetos, como Lena: “Nossas armas unem famílias”, diz um executivo preocupado com os funcionários de sua empresa.

No fim, a série escolhe seu lado na discussão, mas deixa claro que é um tema difícil, sem uma resposta definitiva.

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Lena Luthor (Katie McGrath) e Jimmy Olsen (Mehcad Brooks), em cena da série
Mas o melhor foi reservado para “Battles Lost and Won”, último episódio do terceiro ano, que foi um dos pontos altos de toda a história.

Com um grande clima de despedida, o capítulo tem uma cena de ação muito bem feita para o padrão de séries de super-heróis - deve ser por isso que a série teve um hiato excepcional nessa temporada, para fazerem os efeitos espetaculares que vimos - e ainda introduz duas possíveis vilãs para o futuro: Lena Luthor, que pode deixar sua ambição ser maior do que a sua bondade, e o melhor, um clone da Supergirl, que aparece na Sibéria em uma já confirmada homenagem ao arco das HQs 'Entre a Foice e o Martelo'.

Dessa forma, ao fechar as pontas soltas que abriu com o decorrer dos anos e concluir a jornada de vários personagens, 'Supergirl' termina seu terceiro ano com uma necessária renovação e possibilidades ousadas para o futuro.

O que se espera é que todo esse potencial seja bem trabalhado - e que as histórias de Kara, Alex e Lena não terminem tão cedo.

CONFIRA AS CENAS FINAIS DE 'BATTLES LOST AND WON':


SUPERGIRL - TERCEIRA TEMPORADA
Criado por:
Andrew Kreisberg, Allison Adler, Greg Berlanti, Blake Neely
Elenco Principal:
Melissa Benoist, Chris Wood, Chyler Leigh, Katie McGrath, Mehcad Brooks, David Harewood
Produção:
Warner Bros. Television, Berlanti Productions, DC Entertainment
Exibição EUA:
The CW
Exibição Brasil:
Warner Channel

COTAÇÃO DO KLAU:

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