quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

'FILHO DE SAUL': FAVORITO AO OSCAR MOSTRA HOLOCAUSTO EM NOVA E BRILHANTE VISÃO ESTARRECEDORA


SINOPSE:

Campo de concentração de Auschwitz, ano de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

Saul (Géza Röhrig) é um judeu obrigado a trabalhar como escravo para os nazistas, sendo um dos responsáveis em limpar as câmaras de gás após dezenas de outros judeus serem mortos.

Em meio à tensão do momento e às dificuldades inerentes desta tarefa, ele reconhece entre os mortos o corpo de seu próprio filho e a partir daí, luta para dar a ele um enterro judeu.

CRÍTICA:

Filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial são tão importantes que, através dos anos, já se tornaram um importante subgênero do cinema.

Agora, assim como em 'O Pianista' e 'O Menino Do Pijama Listrado', o diretor húngaro László Nemes, estreante em longas-metragens, focou seus esforços em um dos episódios mais cruéis desse período e da História da Humanidade, o Holocausto Nazista, aqui contado através do olhar de um dos judeus enclausurados em um campo de concentração.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
O protagonista Géza Röhrig como Saul - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Sony Pictures
A trama de 'Filho de Saul', em exibição em 16 salas em todo o Brasil, acompanha Saul Ausländer (Géza Röhrig), um dos prisioneiros que atuava no Sonderkommando, grupo de judeus que trabalhava como escravos na máquina de extermínio nazista, obrigados a contribuir com a morte de seus semelhantes.

Durante a triste e rotineira limpeza da câmara de gás, ele reconhece o corpo de seu filho pequeno e sabendo do tratamento animalesco dado aos corpos dos prisioneiros, ele resolve dar um enterro digno à criança, sem que seus tiranos comandantes percebam, iniciando assim uma caçada agonizante por um rabino que possa realizar os rituais necessários.

Quando se trata de filmes com temática de guerra, o realismo e a brutalidade são elementos quase impossíveis de se escapar - e o longa cumpre bem o seu papel.

Toda a atmosfera pesada e melancólica dos campos de concentração salta aos olhos (estarrecidos) do espectador.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
Cena do longa
As dependências claustrofóbicas do covil nazista se materializam na situação sufocante pela qual o protagonista é submetido e de quebra, o diretor László Nemes optou por um enquadramento mais fechado, com planos que quase sempre focam no rosto do protagonista, deixando claro que aquela história é contada a partir de seu ponto de vista - o que torna a experiência ainda mais pessoal.

O trabalho sonoro feito no filme é capaz de potencializar os horrores mostrados na telona.

Em uma das cenas, por exemplo, os judeus são levados para dentro da câmara de gás e podemos ouvir – em off – os sons de suas mãos batendo em busca de socorro aumentarem gradualmente para depois cessarem por completo, quando não há mais vida dentro da sala - uma das cenas mais perturbadoras do cinema recente.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
Cena do longa 
Se o desfecho pode parecer muito vago e sem respostas, fica claro que a intenção do diretor nunca foi trazer uma narrativa tradicional, contar uma história, e sim materializar a terrível experiência de um campo de concentração, num experimento sensorial.

Se no final, nunca ficamos sabendo ao certo se o filho de Saul era real ou apenas uma metáfora de seu desejo de liberdade e redenção, essa resposta é apenas um dos elementos que essa obra, tocante e pungente, nos deixa refletir.

Por tudo isso, 'Filho de Saul' já levou, entre muitos prêmios, a Palma de Ouro em Cannes 2015, o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e segue como o favorito na mesma categoria no Oscar 2016.

Filmaço.

TRAILER:


INDICAÇÕES AO OSCAR 2016:
Melhor Filme Estrangeiro

FICHA TÉCNICA:
'FILHO DE SAUL'
Título Original:
SAUL FIA
Gênero:
Drama
Direção:
László Nemes
Roteiro:
Clara Royer, László Nemes
Elenco:
Amitai Kedar, Attila Fritz, Christian Harting, Eszter Csépai, Géza Röhrig, Jerzy Walczak, Juli Jakab, Kamil Dobrowolski, Levente Molnár, Marcin Czarnik, Mendy Cahan, Molnar Levente, Sándor Zsótér, Todd Charmont, Urs Rechn, Uwe Lauer
Produção:
Gábor Rajna, Gábor Sipos
Fotografia:
Mátyás Erdély
Montador:
Matthieu Taponier
Trilha Sonora:
László Melis
Duração:
107 min.
Ano:
2015
País:
Hungria
Cor:
Colorido
Estreia:
04/02/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Sony Pictures
Estúdio:
Films Distribution
Classificação:
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

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