SINOPSE:
Greta (Lauren Cohan) é uma jovem americana que aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa.
Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco, que um casal cuida como se fosse um menino de verdade como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes.
Após violar uma lista de regras do 'garoto', uma série de eventos inexplicáveis transformam a vida dela em um pesadelo.
CRÍTICA:
'Boneco do Mal', em exibição em 237 salas em todo o Brasil, até que começa bem.
A americana Greta (Lauren Cohan) é contratada para ser a babá de um garotinho num casarão inglês, mas lá chegando, logo descobre que a criança, na verdade, é um boneco, criado como se fosse gente pelos pais idosos, que não conseguem aceitar a morte do filho verdadeiro, vinte anos atrás.
Diante do absurdo da situação, a reação de Greta é a mais verdadeira possível: ela ri, debocha, mas aceita o jogo em função da seriedade dos pais pois, eventualmente, sente pena por eles.
A primeira parte do terror motiva o espectador, por brincar com elementos da percepção: o brinquedo nunca se move diante de Greta, mas os objetos somem ou se deslocam quando ela não o observa.
Em todos os casos, persiste a dúvida: o boneco estaria assombrado, ou seriam apenas fatores possivelmente explicados pela ciência, como o vento derrubando objetos e o cansaço criando alucinações?
Explora-se a questão importante do conhecimento humano entre a razão e a fé, a lógica e o misticismo, com o diretor William Brent Bell executando um trabalho simples, mas cuidadoso na composição do ritmo e das imagens.
Esta boa impressão começa a desandar pelo segundo terço da história, quando entram em cena alguns truques já batidos dos filmes de terror: barulhos no quarto ao lado, efeitos sonoros destinados a provocar sustos baratos e pesadelos sombrios.
Se os melhores filmes de terror são aqueles que exploram a complexidade psicológica de seus personagens, aqui tudo soa genérico demais.
Esta escolha é ainda mais equivocada porque as atuações são competentes - Lauren Cohan e Rupert Sanders estão bem - especialmente a de Jim Norton, que demonstra vigor com os diálogos.
No terço final é que a coisa desanda por completo.
Na ânsia de querer surpreender a qualquer preço, oferecendo uma reviravolta impensável ao público que já viu de tudo, o roteirista Stacey Menear apresenta uma solução para o conflito tão absurda que desperta risos gerais na sala de cinema.
Neste momento, a história perde seu sentido, os personagens contradizem suas ações e entra em cena um ator pavoroso, Ben Robson, contribuindo para afunda de vez o projeto.
Se o longa serviria a um horror psicológico complexo, sucumbe à tentativa espetacular de estar um passo à frente de seu público – e também dos personagens e de qualquer sentido lógico.
Para piorar, o fraco roteiro abre a oportunidade para a possível sequência, algo que dificilmente acontecerá após os resultados da bilheteria.
Enfim, temos aqui mais um projeto que troca seu potencial narrativo pela tentativa de chocar, “viralizar”, funcionar como um genial golpe de marketing.
Mas como cinema, é tonto e vazio - a pegadinha com o boneco original no 'Programa Silvio Santos' do último domingo (14) foi bem mais legal.
esqueça
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'BONECO DO MAL'
Título Original:
THE BOY
Gênero:
Terror
Direção:
William Brent Bell
Roteiro:
Stacey Menear
Elenco:
Ben Robson, Diana Hardcastle, James Russell, Jett Klyne, Jim Norton, Lauren Cohan, Lily Pater, Rupert Evans, Stephanie Lemelin
Produção:
Gary Lucchesi, Jim Wedaa, Matt Berenson, Roy Lee, Tom Rosenberg
Fotografia:
Daniel Pearl
Montador:
Brian Berdan
Trilha Sonora:
Bear McCreary
Duração:
97 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
18/02/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Diamond Films
Estúdio:
Huayi Brothers Media / Lakeshore Entertainment / STX Entertainment / Vertigo Entertainment
Classificação:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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