sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DALIDA: A TRÁGICA TRAJETÓRIA DE UMA DIVA




A cantora Dalida nasceu em 17 de janeiro de 1933 em Shoubra, um distrito da cidade do Cairo, no Egito.
Filha de pais italianos, seu nome de batismo era Yolanda Cristina Gigliotti. Seu pai era violinista de ópera,e desde menina passou a receber lições de música.

"Bella Donna",em 1954 ganhou o concurso de Miss Egito. Mudou-se a seguir para Paris para tentar carreira como atriz de cinema.

Apesar de sua exótica beleza, seus primeiros filmes não tiveram sucesso, e ela passou a cantar em salões de música, teatros e cabarés, apresentando músicas em francês, italiano e outras línguas.

Já com o nome artístico DALIDA , passou a gravar discos. Seu segundo álbum,"Bambino", estourou nas paradas de sucesso na França e em toda a Europa, onde permaneceu em primeiro lugar por muitas semanas.
Finalmente Dalida alcançava o estrelado, de onde nunca mais saiu.



Em 1957, apresentou-se no Teatro Olympia de Paris, na abertura de um show de Charles Aznavour, ídolo maior da música francesa. Ainda em 57 ,apresentou-se num show de abertura de Gilbert Bécaud, outro grande ídolo da época.

Passou a gravar em diversas línguas - francês, italiano, espanhol e inglês, e fazendo excursões por todo o mundo. Um dos momentos altos da sua carreira foi uma série de shows no Carneggie Hall em Nova York ,com lotação esgotada, fato inédito para uma cantora estrangeira.

Lotou várias vezes o Palais des Sports, em Paris, fato também inédito para uma cantora solo.

Dalida gravou mais de 500 músicas em francês, 200 das quais foram traduzidas para o italiano e 200 para outras línguas. Vendeu mais de cento e vinte milhões de discos em todo o mundo, ganhando inúmeros prêmios, inclusive 55 Discos de Ouro. Foi a primeira cantora no mundo a receber um DISCO DE DIAMANTE em 1981, comemorando seus 25 anos de carreira e de sucessos ininterruptos.

Mas apesar da fama e da fortuna, sua vida pessoal foi difícil e recheada de dramas e tragédias.

Em 1961, ela se casou com seu mentor Lucien Morisse, mas o casamento durou apenas alguns meses, quando ela o abandonou após se apaixonar pelo pintor Jean Sobieski ( pai da atriz americana Leelee Sobieski , a lolita do filme de Stanley Kubrick).

Anos depois, Morisse, já casado pela terceira vez, cometeu suicídio ,abalando profundamente a cantora, a essa altura já separada de Sobieski e que acabara de perder seu grande amor, o cantor italiano Luigi Tenco, que também se suicidou, em sinal de protesto após sua apresentação no Festival de San Remo, na Itália, em 1967.


Dalida ,em desespero também tentou o suicídio, permanecendo 5 dias em coma.

A seguir passou a viver com um playboy de reputação duvidosa , Richard Chanfray ( conhecido como Conde de St. Germain). Ele também se suicidou em julho de 1983.

Dalida recuperou-se parcialmente destas perdas e continuou a cantar, mas para ela, a vida não tinha mais sentido.

Tentou buscar paz interior, com uma longa viagem ao Nepal para estudar a religião Hindu, e a adoção não concretizada de uma menina brasileira chamada Maria, a quem ela amava profundamente,pois seu grande sonho era a maternidade.

Ainda em 83, Dalida esteve no Brasil pela última vez, comemorando seus 50 anos de vida e cantando, entre outros sucessos, "Rio do Brasil" e "Tico-Tico no Fubá", em francês, ao lado de sua "filha brasileira",na época com20 anos. Maria era uma bela mulher e atriz talentosa, com uma promissora carreira .

Retomou sua carreira como atriz em 1986 no filme egípcio "Le sixième Jour" de Youssef Chaine.


Em 3 maio de 1987, desesperada e deprimida, ela se matou com uma overdose de comprimidos para dormir .

Tinha 57 anos de idade.

Ao lado do seu corpo,deixou escrito um bilhete: "A vida se tornou insuportável para mim...perdoem-me ".

A filha Maria, desde então também desapareceu misteriosamente .

Seu irmão, Orlando, detém os direitos de imagem e músicas da cantora, que mesmo após sua morte, continua sendo um fenômeno de vendas.

Vários de seus discos lançados após sua morte ganharam Discos de Ouro.

Dalida esta enterrada no Cemitério de Montmartre em Paris, onde foi erguida uma bela estátua em seu túmulo.



Em 1997, os moradores do bairro de Mommartre, onde ela morou desde 1962, juntamente com a prefeitura de Paris, fizeram à cantora uma bela homenagem, criando a "Praça Dalida", nas esquinas das ruas Girardon e Abreuvoir. Nessa praça está um busto em bronze da cantora.



Discografia (1956-1987)
Em ordem alfabética:

À ma manière (1980)
À qui (1967)
Aghani Aghani (1982)
Am tag als der Regen Kam (1959/1982)
Americana (1981)
Amore Scusami (1964)
Amoureuse de la vie (1977)
Anima Mia (1974)
Aranjuez la tua voce (1967)
Avant de te connaître (1970)
Avec le temps (1971)
Bambino (1956)
Bang Bang (1966)
Besame Mucho (Embrasse-moi) (1976)
Buenas Noches mi Amor (1957)
C'est mieux comme ça (Le Parrain 2) (1975)
C'était mon ami (1984)
Captain Sky (1977)
Chanteur des années 80 (1980)
Chaque instant de chaque jour (1964)
Ciao Amore, Ciao (1967)
Ciao, Ciao Bambina (1959)
Come Prima (Tu me donnes) (1958)
Comme disait Mistinguett (1979)
Concerto pour une voix (1970)
Confidences sur la fréquence (1982)
Ça me fait rêver (1978) - com Bruno Guillain
Dan Dan Dan (1968)
Dans le bleu du ciel bleu (1958)
Danza (1982)
Darla Dirladada (1970)
El Cordobes (1966)
Et de l'amour… de l'amour (1975) - com Richard Chanfrey como St-Germain
Eux (1963)
Femme (1983)
Femme est la nuit (1977)
Fini, la comédie (1981)
Gamil El Soura (1983)
Garde-moi la dernière danse (1961)
Génération 78 (1978) - com Bruno Guillain
Gigi l'amoroso (1974)
Gigi in paradisco (1980)
Gondolier (1958)
Guitare et tambourin (1958)
Hava Naguila (1958)
Helwa Ya Baladi (1979)
Hene Ma Tov (1965)
Histoire d'un amour (1957)
Il faut danser reggae (1979)
Il pleut sur Bruxelles (1981)
Il silenzio (Bonsoir mon amour) (1965)
Il venait d'avoir 18 ans-18 Anni-He must have been eighteen (1973)
Ils ont changé ma chanson (1970)
Itsi bitsi petit bikini (1960)
J'ai rêvé (1959)
J'attendrai-Tornerai (1975)
Je l'attends (1962)
Je m'endors dans tes bras (1968)
Je pars (1958)
Je reviens te chercher (1967)
Je suis malade (1973)
Je suis toutes les femmes (1980)
Jouez Bouzouki (1982)
Kalimba de Luna (1984)
L'amour et moi (1981)
L'An 2005 (1969)
L'Arlequin de Tolède-Arlecchino (1960)
L'Innamorata (1984)
L'ultimo valzer (1967)
La chanson du Mundial '82 (1982)
La colpa e tua (1971)
La Danse de Zorba-La Danza di Zorba (1965-1986)
La leçon de Twist (1962)
La Mamma (1975, inédito 1996)
La Sainte Totoche (1965)
La vie en rose (1965-1976)
Lady d'Arbanville (1970)
Le Flamenco (1965)
Le jour du retour (1963)
Le jour le plus long (1962)
Le jour où la pluie viendra (1958-1982)
Le Lambeth Walk-The Lambeth Walk (1978)
Le petit bonheur (1976)
Le petit Gonzalès (1962)
Le promesse d'amore (1969)
Le restaurant italien (1983)
Le sixième jour (1986)
Le temps d'aimer (1985)
Le temps des fleurs (1968)
Le Vénitien de Levallois (1985)
Les anges noirs (1968)
Les choses de l'amour (1971)
Les enfants du Pirée (1960)
Les Gitans (1958)
Les hommes de ma vie (1986)
Les grilles de ma maison (1967)
Les p'tits mots (1983)
Love in Portofino (1959)
Lucas (1983)
Ma vie je la chante (1974)
Mama (1967)
Maman, la plus belle du monde (1957)
Marjolaine (1981)
Mein Lieber Herr (1975)
Milord (1960)
Monday, Tuesday… Laissez-moi danser-Let me dance tonight (1979)
Mourir sur scène (1983)
Ne lui dis pas (1975)
Nuits d'Espagne (1961)
Nostlagie (1981)
Oh! Lady Mary (1969)
O Sole Mio (1960)
Parce que je ne t'aime plus (1986)
Parle plus bas (Le Parrain) (1972)
Parlez-moi de lui (1966)
Paroles… Paroles… (1973) - com Alain Delon
Petit homme (1966)
Pour ne pas vivre seul (1972)
Pour te dire je t'aime (1984)
Problemorama (L'argent… l'argent…) (1979)
Quand je n'aime plus je m'en vais (1981)
Quand on n'a que l'amour (1957/1979)
Quand s'arrêtent les violons (1977)
Que sont devenues les fleurs? (1962)
Remember… c'était loin (1977) - com Richard Chanfrey como St-Germain
Reviens-moi (1985)
Rio do Brasil (1980)
Romantica (1960)
Salma Ya Salama (1977)
Si j'avais des millions (1968)
Soleil-Mediterraneo (1984)
T'aimer follement (1960)
Ta femme (1974)
Ti Amo (Je t'aime) (1977)
Tony (1982)
Tu croiras (1963)
Tu n'as pas très bon caractère (1957)
Un enfant (1965)
Un po' d'amore (1968)
Une femme à quarante ans (1981)
Vado Via (1973)
Vedrai Vedrai (1979)
Viva la pappa (1965)
Voilà pourquoi je chante (1978)


Filmografia (em Francês)

1954 Joseph et ses frères com Omar Sharif
1954 Le masque de Toutankhamon
1954 Un verre, une cigarette
1957 Brigade des mœurs
1958 Rapt au deuxième bureau
1960 Parlez-moi d'amour
1963 L'inconnue de Hong Kong com Serge Gainsbourg
1965 Ménage à l'Italienne com Ugo Tognazzi
1968 Io ti amo
1977 Comme sur des roulettes de Guy Lux
1977 Dalida pour toujours, documentário
1986 Le Sixième Jour de Youssef Chahine
2006 Dalida com Sabrina Ferilli


Mourir sur scène
Viens, mais ne viens pas quand je serai seule
Quand le rideau un jour tombera
Je veux qu'il tombe derrière moi
Viens, mais ne viens pas quand je serai seul
Moi qui ai tout choisi dans ma vie
Je veux choisir ma mort aussi
Il y a ceux qui veulent mourir un jour de pluie
Et d'autres en plein soleil
Il y a ceux qui veulent mourir seuls dans un lit
Tranquilles dans leur sommeil
Moi je veux mourir sur scène
Devant les projecteurs
Oui je veux mourir sur scène
Le cœur ouvert tout en couleurs
Mourir sans la moindre peine
Au dernier rendez-vous
Moi je veux mourir sur scène
En chantant jusqu'au bout
Viens, mais ne vient pas quand je serai seule
Tous les deux on se connaît déjà
On s'est vu de près souviens-toi
Viens, mais ne viens pas quand je serai seule
Choisis plutôt un soir de gala
Si tu veux danser avec moi
Ma vie a brûlé sous trop de lumières
Je ne peux pas partir dans l'ombre
Moi je veux mourir fusillée de lasers
Devant une salle comble
Moi je veux mourir sur scène
Devant les projecteurs
Oui je veux mourir sur scène
Le cœur ouvert tout en couleurs
Mourir sans la moindre peine
Au dernier rendez-vous
Moi je veux mourir sur scène
En chantant jusqu'au bout
Musique
Mourir sans la moindre peine
D'une mort bien orchestrée
Moi, je veux mourir sur scène
C'est là que je suis née.


Morrer em Cena
(tradução livre feita por mim)
Venha, mas não veja quando estou sozinho
Quando a cortina cair um dia
Eu quero que ela caia atrás de mim
Venha, mas não veja quando estou sozinho
Eu que escolhi tudo na minha vida
Eu quero escolher a minha morte também
Há aqueles que querem morrer em um dia de chuva
E outros em pleno sol
Há aqueles que querem morrer sozinho na cama
Quieto em seu sono
Eu quero morrer em cena
Com projetores à frente
Sim, eu quero morrer em cena
O coração aberto a todas as cores
Morrer sem dor
No último espetáculo
Eu quero morrer em cena
Cantar ao fim
Venha, mas não venha quando estou sozinho
Tanto que nós já sabemos
Foi só lembrar
Venha, mas não venha quando estou sozinho
Escolha uma noite de gala
Se você quiser dançar comigo
Minha vida levemente queimada ao sol
Eu não posso ir à sombra
Eu quero morrer com um tiro de laser
Diante de uma platéia lotada
Eu quero morrer em cena
Com projetores à frente
Sim, eu quero morrer em cena
O coração aberto a todas as cores
Morrer sem dor
No ultimo espetáculo
Eu quero morrer em cena
Cantar ao fim
Música
Morrer sem dor
Em uma morte bem orquestrada
Eu quero morrer em cena
Este é o lugar onde eu nasci

3 comentários:

camilla miss disse...

o maoir fenomeno de todos os tempos...dalida...trabalho em interpretar shows de divas, e dalida com certeza sera uma interpretacao justa a sua divindade....i love you dalida....

Unknown disse...

Apesar de seu fenômeno, é difícil lermos notícias sobre Dalida. Adoro essa cantora. E não sabia sobre uma filha adotiva.

Anônimo disse...

Acho que apesar da bela voz e carisma sucumbiu a revolução musical dos anos 60 e 70 ,mesmo tendo continuado a carreira principalmente na frança onde sempre foi a estrela maior ,uma pena seu fim ,assim como o de tantos outros que não se bastam naquilo que são e preferem morrer ao encarar suas limitações e frustrações,as vezes tenho vontade de praticar isso ,mas não temos esse direito e sempre podemos superar as adversidades de forma racional e objetiva.

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