'GOTHAM': CRÍTICA DA QUINTA E ÚLTIMA TEMPORADA

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Série que contou tão bem a gênese do Batman e de Jim Gordon tem temporada final confusa, divertida e genial

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CRÍTICA:

Gotham é um caos - tanto a cidade do Batman quanto a série de TV da Fox - o Warner Channel brasileiro exibiu ontem (14) seus últimos dois episódios da quinta e derradeira temporada.

Após anos conciliando a própria visão da mitologia do Homem-Morcego com apertados orçamentos televisivos e a falta de cooperação da Warner Bros., o seriado chega ao fim e se todos esperamos que o ano final de um seriado amarre toda a jornada até ali, infelizmente esse não foi o caso aqui - já que Gotham decide se despedir mergulhando ainda mais fundo no próprio caos.

As condições são boas pra isso, já que Batman: Terra de Ninguém - arco das HQs em que a cidade é isolada do resto do mundo - serve como grande inspiração, tornando a cidade uma espécie de apocalipse de gangues a lá Mad Max.

Usando isso como base, o foco muda do espetáculo da destruição causado anteriormente por Jeremiah/Coringa (Cameron Monaghan) para a dificuldade da polícia em lidar com as consequências e o peso de garantir a sobrevivência da população.

De certa forma, acompanhar Jim Gordon (Ben McKenzie) e seus colegas enfrentando a megalomania de vilões, falta de confiança do povo e tentando agir de pacificadores entre todos os antagonistas remete à premissa original do programa, que teria uma abordagem mais policial antes de se tornar uma enorme história de origem do Batman.

Mas, novamente, isso não dura muito.

Mesmo com metade dos episódios do que o costume, Gotham tem dificuldade em estabelecer uma trama como principal e focar-se nela.

Assim, todos os arcos secundários ganham destaque - de Bruce Wayne (David Mazouz) tentando ajudar Selina Kyle (Camren Bicondova) a recuperar-se; até o Charada (Cory Michael Smith) e o Pinguim (Oswald Cobblepot) planejando fugir da cidade em um submarino caseiro.

Isso cria algumas decisões questionáveis, como Bane (Shane West) sendo apresentado apenas nos últimos capítulos, ou então um episódio inteiro dedicado a Gordon, que junta forças para retornar à vida após ser baleado, em uma espécie de “tribunal metafísico”.

Nem mesmo com menos tempo de tela a produção teve a coragem de focar no que é o DNA da série - e é aí que fica claro que essa bagunça toda é, na verdade, o que faz Gotham ser o que é.

Ao longo dos anos, o programa decidiu que não se contentaria em apenas ser um procedural policial no mundo dos heróis, mas a jornada até conseguir desenvolver sua própria identidade foi cheia de problemas - muitos graças à Warner Bros., que não queria que a TV disputasse com os cinemas.

O que salva é o fato que Gotham aproveitou todo esse tempo, com tramas conflitantes e longas temporadas, para afinar seu elenco e criar novas versões do hall de personagens do Homem-Morcego, ao invés de apenas imitá-los.

E tudo isso, mesmo com ritmo acelerado dos desfechos - para se ter uma ideia, dois vilões ícones do Batman, Scarface e Croc, apareceram e morreram em questão de minutos, no mesmo episódio.

O ano final entende isso, dando conclusões satisfatórias e únicas para os protagonistas - ao mesmo tempo em que estabelece um universo muito parecido com o das páginas da DC Comics, chegando até a fechar com um episódio de fan service para quem tanto queria ver o Batman em ação.

No fim, Gotham termina do jeito que sempre funcionou: bagunçada e equilibrando muito mais coisas do que consegue, mas altamente original, carismática e divertida ao mesmo tempo.

Ainda que tenha se perdido aqui e ali entre mudanças bruscas de foco, o seriado deve ser o último a realmente existir em um universo contido, sem depender de outros projetos da emissora, como é o caso do Arrowverse e das produções do DC Universe.

Gotham usou e abusou dessa liberdade, nem sempre com resultados positivos - mas frequentemente absurdos e, assim como toda a identidade que construiu através desse exagero, únicos.

Ponto para o showrunner Bruno Heller e para o elenco excepcional, liderado por Ben McKenzie como Jim Gordon, no melhor da sua forma.

Por fim: vermos a Mulher-Gato em ação, mesmo que a cena em que a gata se estica toda para passar por um alarme de lasers e roubar um belo diamante tenha sido feita por uma atriz mais adulta que a habitual Camren Bicondova, já foi muito legal de se ver.

O Batman mesmo aparece nas sombras, socando capangas, conversando num telhado com Selina também nas sombras para finalmente aparecer, no topo de um prédio, com o rosto digitalizado de David Mazouz para parecer 10 anos mais velho.

Confira a cena final:

Valeu.

TRAILER:

GALERIA DE IMAGENS:

FICHA TÉCNICA:

Gotham
Título Original:

Gotham

Formato:

Série
Gênero:

Drama, Ação, Policial

Criador: 

Bruno Heller (Baseado nos personagens criados por Bob Kane e Bill Finger)
Elenco Principal:

Ben McKenzie, Morena Baccarin, David mazouz, Camren Bicondova, Donal Logue, Robin Lord Taylor, Cory Michael Smith, Erin Richards, Sean Pertwee, Cameron Monaghan
Duração de cada episódio:

40-49 minutos
País de origem:

Estados Unidos
Roteirista(s):

Bruno Heller, John Stephens, Megan Mostyn-Brown, Danny Cannon, Rebecca Perry Cutter, Rebecca Dameron, Ken Woodruff, Sue Chung, Jordan Harper, Ben Edlund, Robert Hull, Jim Barnes, Seth Boston
Tema de abertura:

Danny Cannon, Graeme Ravell e David E.Russo
Tema de encerramento:

Danny Cannon, Graeme Ravell e David E.Russo
Estúdio:

DC Entertainment, Primrose Hill Productions, Warner Bros. Television
Exibição EUA:
 FOX

Transmissão original Estados Unidos:

22 de setembro de 2014 - 25 de abril de 2019

Exibição Brasil:

Warner Channel

Transmissão Brasileira da última temporada:

16 de junho a 14 de julho de 2019
Formato de exibição:

1080i (HDTV)
N.º de temporadas:

5

N.º de episódios da última temporada:

10

N.º de episódios totais das 5 temporadas:

100 

COTAÇÃO DO KLAU: