SINOPSE:
Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da Força Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite.
Inimiga declarada dos Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si, com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.
CRÍTICA:
Após os eventos de Vingadores - Ultimato, Capitã Marvel, que estreia nesta sexta, chega para se tornar a nova cara da Casa da Ideias.
Afinal, é esperada uma total repaginação do Universo Cinematográfico da Marvel.
Embora o filme procure se distanciar dos outros longas do estúdio, com tom diferenciado, algumas boas surpresas e ótima representatividade, ele deixa uma sensação de potencial desperdiçado, por não causar o impacto prometido.
Isso não significa que o filme é ruim, pelo contrário.
O longa mostra um belo clima de ficção científica dos anos 90, tem menos comédia do que os habituais filmes da Marvel e algumas reviravoltas interessantes.
Brie Larson é a protagonista, Carol Danvers - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Disney |
Aqui, o foco é mostrar a origem de Carol Danvers (Brie Larson) em forma de flashbacks, enquanto ela está em uma missão na Terra - seu local de origem, embora não se lembre disso - temos aqui um dos filmes mais aguardados do ano, até porque todos querem ver a heroína salvar o universo em Vingadores: Ultimato.
Carol Danvers apareceu pela primeira vez em 1968 como coadjuvante em Marvel Super-Heroes.
Ela é piloto da Força Aérea dos Estados Unidos e, nos quadrinhos, ganha seus poderes após uma explosão misturar seu DNA com a estrutura genética do então Capitão Marvel.
Com isso, ela adquiriu capacidade de voo, super-resistência e invulnerabilidade.
O filme não segue exatamente essa versão, mas as mudanças não são tão drásticas em tela.
Carol e Nick Fury: química perfeita |
Ambientado no ano de 1995, o filme traz a personagem já com poderes e unindo-se ao então agente Nick Fury ( Samuel L. Jackson) em sua missão para impedir os terríveis Skrulls de encontrarem uma arma que pode desestabilizar a galáxia.
O bom é que a química da dupla - Larson/Jackson é ótima e os coadjuvantes são ótimos, com destaque para a atuação de Ben Mendelsohn como Talos.
Ben Mendelsohn, em cena como Talos |
A amizade da Carol com Maria Rambeau (Lashana Lynch) é um dos pontos altos do filme: a dupla, que poderia muito bem ser um casal LGBTQ+ pela forma como é apresentado (apesar de não ser algo confirmado), garante muita emoção ao longa, além de mostrar três mulheres fortes (a filha de Maria é incrível também) com uma dinâmica ótima.
Lashana Lynch e Brie Larson, em cena do longa |
E como não falar sobre Goose, o gato de Carol?
O bichano rouba a cena a cada aparição e junto com Nick Fury é motivo de gargalhadas para o público - especialmente no final.
Goose, o gato de Carol, rouba a cena |
O longa funciona bem ao evitar grandes explicações sobre o passado do Universo Cinematográfico da Marvel.
As novas informações aparecem naturalmente e isso é ótimo para um prólogo - mérito do roteiro redondo, com poucos furos, boas cenas, diálogos decentes em uma narrativa simples e capaz de sair da mesmice.
Curiosamente, até os vilões são interessantes - fiquem atentos a eles.
As cenas de ação são boas, mas o destaque está nas que mostram naves espaciais - justamente por isso, não foi à toa que a nave da heroína estava devidamente estacionada no red carpet da première mundial do longa, nessa semana, em Los Angeles.
As lutas corpo-a-corpo mereciam um pouco mais de atenção e criatividade, já que ficam um pouco repetitivas.
Outro problema é que o CGI escorrega em diversos momentos, com a Capitã parecendo um boneco digital em mais de uma cena, o que é uma pena.
Agora, a trilha sonora dos anos 90, com Nirvana, Garbage, No Doubt, entre outras, é um ótimo bônus e casa bem com o filme.
Clark Gregg retorna como o agente Coulson |
No final das contas, Capitã Marvel é um filme bem pensado para o MCU, mesmo que, com a divulgação dos trailers e cenas inéditas, a expectativa era de uma produção muito mais divertida.
Além disso, o longa poderia apresentar maior relevância na representatividade, ser mais bonito visualmente e ter uma protagonista mais carismática.
As cenas pós-créditos trazem um ar mais interessante para a trama, mas a verdade é que esse filme foi feito justamente para explicar quem é a salvadora do Universo em Vingadores - Ultimato, que estreia em abril.
Está de bom tamanho.
TRAILER:
CURIOSIDADES (SEM SPOILERS):
A HISTÓRIA
Uma das coisas mais legais de Capitã Marvel é poder incluir pela primeira vez no MCU os Skrulls – uma raça alienígena responsável por grandes arcos de sagas nos quadrinhos.
E o visual das criaturas ficou ótimo – encabeçados por Talos (Ben Mendelsohn).
Boa parte da trama do primeiro filme solo da Capitã Marvel é baseada no arco das histórias da Guerra Skrull – Kree.
A CRONOLOGIA
A história se passa na década de 1990, em 1995 mais precisamente.
Desta forma, este é o segundo filme do MCU, ocorrido após Capitão América – O Primeiro Vingador (2011).
Aqui, ainda não existem os Vingadores e Nick Fury (Samuel L. Jackson) está mais jovem, com os dois olhos.
Como este é um filme passado na década de 1990, os personagens de Samuel L. Jackson e Clark Gregg (o Agente Coulson – em sua primeira aparição no cinema desde Os Vingadores, de 2012) tiveram que ser rejuvenescidos digitalmente – como a Marvel tem se especializado em fazer.
Este, no entanto, é o primeiro filme no qual o processo é aplicado nos personagens durante toda a projeção e não apenas em trechos envolvendo flashbacks – como em Homem-Formiga (Michael Douglas), Guerra Civil (Robert Downey Jr.), Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Kurt Russell) e Homem-Formiga e a Vespa (Michelle Pfeiffer).
EMILY BLUNT TAMBÉM QUERIA O PAPEL
Por falar em protagonista, antes de Brie Larson (vencedora do Oscar por O Quarto de Jack) ser a eleita da Marvel, diversas outras atrizes foram cogitadas pelo estúdio – como de costume.
Uma que chama bastante atenção é Emily Blunt, que parece ter constante azar no que diz respeito aos filmes do MCU.
Não que a carreira da moça vá mal e esteja precisando também, mas é que em 2010, ela seria a Viúva Negra em Homem de Ferro 2, ficando de fora devido aos compromissos no fiasco As Viagens de Gulliver.
Não sabemos se Blunt foi apenas cogitada ou qual o nível de seu envolvimento com Capitã Marvel.
Outras atrizes cujos rumores apontavam para o papel foram: Natalie Dormer (Game of Thrones), Katheryn Winnick (Vikings), Rebecca Ferguson (Missão Impossível – Efeito Fallout), Yvonne Strahovski (The Handmaid´s Tale) e Katee Sackhoff (Battlestar Galactica).
BRIE LARSON, A HEROÍNA DA VEZ
Brie Larson treinou por 9 meses após ser escolhida para viver Carol Danvers, alter ego da Capitã Marvel.
A atriz aprendeu judô, boxe e luta livre, além de visitar bases aéreas das forças armadas e conversar com experientes e graduados profissionais.
Fora isso, existia preocupação em torno da idade da atriz – pois aos 29 anos, poderia ser considerada muito jovem para ser uma piloto experiente.
No entanto, profissionais da área garantiram ser possível um piloto experiente na faixa dos 28 a 34 anos.
O ADEUS A STAN LEE
Embora este seja o vigésimo primeiro filme do MCU, Capitã Marvel guarda um triste marco.
É o primeiro a ser lançado após a morte do icônico Stan Lee, um dos responsáveis (o principal) pelo universo Marvel como temos hoje.
O saudoso mestre havia conseguido gravar toda a sua participação no filme - então, aguardem muitas homenagens.
A MULHERADA
Além de ser o primeiro filme da Marvel protagonizado por uma Mulher (Homem-Formiga e a Vespa trouxe o protagonismo igual de um homem e uma mulher), Capitã Marvel também conta com a primeira diretora mulher de um filme da empresa (Anna Boden, dividindo os créditos com o marido Ryan Fleck – segunda dupla que dirige um filme do MCU depois dos irmãos Russo).
Fora isso, é o primeiro filme do gênero com o roteiro escrito por mulheres em sua maioria.
Mulher Gato (2004) também contou com uma roteirista feminina, porém, tinha outros três roteiristas homens.
Aqui, embora conte com o diretor Ryan Fleck também no roteiro, o texto teve as mãos de Anna Boden, Nicole Pearlman, Geneva Robertson-Dworet e Meg LeFauve (que escreveu a história).
Não à toa, Capitã Marvel teve como data de lançamento este 8 de março, o Dia Internacional na Mulher.
SUCESSO NA PRÉVIA
Em apenas 24 horas de seu lançamento online, o trailer de Capitã Marvel teve 109 milhões de visualizações mundiais, se tornando assim o 11º trailer mais assistido de todos os tempos.
KEANU REEVES BATEU NA TRAVE
Antes de Jude Law entrar para o elenco (e pegar dicas com seu colega de Sherlock Holmes, Robert Downey Jr. para um filme de ação), o astro Keanu Reeves recebeu o convite para viver o guerreiro Kree, Yon-Rogg - que muitos acreditavam ser Mar-Vell antes.
Infelizmente, o astro de John Wick recusou a oferta - mas teria sido muito legal ver Reeves treinando Brie Larson no filme, em cenas que remeteriam imediatamente a Matrix (1999), quando o ator foi treinado por Laurence Fishburne.
A UNIÃO FAZ A FORÇA
Capitã Marvel marca o quarto trabalho no cinema entre a dupla Brie Larson e Samuel L. Jackson, ou seja, a química está mais do que consolidada.
Seu primeiro filme juntos foi a comédia de animação A Farsa dos Pinguins (2006), no qual apenas dublaram seus personagens.
Depois vieram o blockbuster Kong – Ilha da Caveira (2017), da Warner, e o independente e ainda inédito Unicorn Store (2017), primeiro filme dirigido por Brie Larson e que deve estrear na Netflix dos EUA em Abril.
DANÇA DAS CADEIRAS NA DIREÇÃO
Antes da confirmação da dupla de marido e mulher Ryan Fleck e Anna Boden (diretores dos ótimos independentes Half Nelson – Encurralados, Sugar e Parceiros de Jogo), outras cineastas foram cogitadas, entre elas: Jennifer Kent (O Babadook), Rachel Talalay (Tank Girl), Lorene Scafaria (A Intrometida), Rebecca Thomas (A Fita Azul), Niki Caro (Terra Fria), Elizabeth Wood (Branquinha) e Jennifer Yuh Nelson (Mentes Sombrias).
ANNETE BENING, FINALMENTE NUM FILME DE SUPER-HERÓI
A estrela Annette Bening atua pela primeira vez num filme do gênero de super-heróis.
Seu personagem é misterioso, descrito apenas como Inteligência Suprema, um sistema de inteligência artificial do planeta Kree, que ganhe as formas de alguém querido para quem se conecta com ela.
Assim, ela será provavelmente alguém do passado da Capitã.
Mas este não foi o primeiro encontro da atriz indicada 4 vezes ao Oscar com um filme do gênero.
Em 1992, ela quase foi a Mulher Gato de Batman, o Retorno, filme de Tim Burton.
Bening foi a primeira escolha para a personagem, mas teve que se ausentar devido a uma gravidez.
Assim, foi substituída por Michelle Pfeiffer.
Curiosamente, Pfeiffer também faz parte do MCU agora, personificando Janet Van Dyne, a primeira Vespa, em Homem-Formiga e a Vespa – papel que reprisará em Vingadores: Ultimato este ano.
DISNEY+ X NETFLIX
Se você achou estranho a Marvel ter acabado a parceria com as séries da Netflix, mas percebe que existe algo mais por trás do fato, está completamente certo.
Não apenas isso - já foi oficializado que Capitã Marvel será o primeiro filme do estúdio a não ser exibido na Netflix.
Até lá, a empresa terá lançado a Disney+, sua própria plataforma de streaming, que irá exibir todos os filmes do estúdio e todos da Marvel também, com direito a estreia exclusiva do filme da super-heroína.
Por isso, os filmes do MCU estão com os dias contados na Netflix.
PÔSTERES INDIVIDUAIS:
FICHA TÉCNICA:
CAPITÃ MARVEL
Título Original:
CAPTAIN MARVEL
Gênero:
Ação
Diretores:
Anna Boden, Ryan Fleck
Elenco:
Algenis Perez Soto, Annette Bening, Ben Mendelsohn, Brie Larson, Clark Gregg, Colin Ford, Connor Ryan, DaJuan Rippy, Damon O'Daniel, Danny Wendt, DJ Jenkins, Djimon Hounsou, Gemma Chan, Jude Law, Kenneth Mitchell, Lashana Lynch, Lee Pace, Mckenna Grace, Robert Kazinsky, Rune Temte, Samuel L. Jackson, Vik Sahay
Roteiro:
Anna Boden, Carly Mensch, Gene Colan, Geneva Robertson-Dworet, Liz Flahive, Meg LeFauve, Nicole Perlman, Roy Thomas, Ryan Fleck
Produção:
Kevin Feige, Lars P. Winther
Fotografia:
Ben Davis
Montador:
Debbie Berman, Elliot Graham
Estúdio:
Marvel Studios
Distribuidora:
Disney
Ano de Produção:
2019
Duração:
126 min.
Estréia:
08/03/2019
COTAÇÃO DO KLAU:
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