quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TELEVISÃO - CRÍTICAS DA SEMANA


Nessa semana, teremos duas críticas: o começo da segunda temporada de 'Girls' e o final da segunda temporada de 'Homeland'.

Confira:

'GIRLS': ESTREIA DA SEGUNDA TEMPORADA

Em 1994, quando Quentin Tarantino lançou seu segundo longa, "Pulp Fiction", queria chama-lo de "O Primeiro Era Melhor" - segundo ele, para facilitar a vida dos críticos.
Ele vinha do sucesso de "Cães de Aluguel" e sabia que o mundo - e os críticos - estariam, todos, de olho.

Lena Dunham, criadora e protagonista da série "Girls" está no mesmo momento:a
primeira temporada surpreendeu com uma protagonista toda errada, Hannah Horvath, aspirante a escritora desinibida e de caráter maleável, que conduziu a série como parecia conduzir a vida: com saídas "over-racionalizadas" para problemas simples, e soluções simplórias para problemas complexos (depois de ver o namorado ser atropelado por sua culpa, come um pedaço de bolo diante do mar).

Já a segunda temporada estreou em ritmo mais lento: a história dá um salto de umas três semanas, os conflitos estão todos lá, só um pouco mais aprofundados, mas, antes de estampar o título que Tarantino queria para "Pulp Fiction", espere uma semana, pois o segundo episódio mostra de novo que Lena é gênio.

A atriz, roteirista e escritora Lena Dunham, criadora da série "Girls", no Globo de Ouro 2013 - foto: Carlo Allegri/Reuters
A novidade agora é o novo 'ficante' de Hannah, um estudante negro e republicano, com quem ela fica sem contar ao ex, Adam (que ainda não sabe que é ex) e Hannah mente com a mesma facilidade com que aparece nua.

Se você é um daqueles que ainda compara "Girls" com "Sex and the City", desista: os dois têm coisas em comum - são quatro amigas que discutem abertamente as suas vidas, em Nova York, num seriado ultrarrealista em relação a referências da cidade (no caso atual, do Brooklyn).

Mas, ao contrário de "Girls", "Sex and the City" foi sempre um negócio, pois começou com uma coluna de jornal que virou livro, teve os direitos comprados por um produtor de TV, que contratou uma atriz principal - Sarah Jessica Parker - que já era uma estrela.

Aqui, Dunham está mais para Jerry Seinfeld do que para  "Sex and the City" - Seinfeld também chegou à TV como criador, roteirista, diretor e protagonista de uma série que girava em torno de um personagem baseado nele mesmo, pegou a sitcom, que parecia fadada ao enfado nos anos 1990, e a renovou, simplesmente porque tinha um talento único.

Como prêmio, a segunda temporada da série traz na bagagem dois prêmios Emmy - de Melhor Comédia e Melhor Atriz de Comédia (Lena Dunham) - e dois Globos de Ouro -como Melhor Série de Comédia e Melhor Atriz para Lena Dunham.

'GIRLS'
Onde: HBO
Quando: Domingos
Cotação do Klau:

*****
'HOMELAND': FINAL DA SEGUNDA TEMPORADA

Dez anos após o 11 de Setembro, a série "Homeland" - que tem o terrorismo como tema central - estreou e arrebatou público e crítica mundiais, com uma trama cheia de reviravoltas.

Já a segunda temporada, que terminou no último domingo aqui no Brasil, dividiu opiniões.

Ágil como no primeiro ano, o enredo ganhou algumas histórias improváveis, como a de Abu Nazir, o terrorista mais procurado do mundo, escondido em um galpão nos Estados Unidos para colocar em prática seu plano de matar o vice-presidente à distância, desligando seu marca-passo via computador.

O romance entre a agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes, espetacular) e o sargento Nicholas Brody (Damian Lewis, magnífico), que ganhou espaço na segunda temporada, também não foi unanimidade entre os espectadores.

Claire Danes - Carrie - e Damian Lewis - Brody - protagonistas de 'Homeland'

Se, no ano de estreia, o objetivo de Carrie era provar que Brody tinha se tornado um terrorista islâmico, no segundo, a situação não poderia ser mais diferente.

Ela logo confirma a suspeita, mas, apaixonada, crê que ele se regenerou e a relação entre os dois, que começou por interesse, se fortalece e eles vivem uma história de amor proibido.

A segunda temporada foi filmada com Claire Danes já em adiantado estado de gravidez, o que não freou a reconhecida maneira da atriz acima da média de se entregar totalmente às suas personagens - para mim, ela é a melhor atriz da sua geração.

Claire está ainda melhor que na primeira temporada, o que levou o produtor da série a fazer um agradecimento especial a ela, quando todo o elenco da série subiu ao palco do Globo de Ouro 2013 para receber o prêmio de Melhor Série Dramática.

"Vocês não imaginam o que é ver Claire Danes se arrastando dentro de um tubo com uma barriga de oito meses de gestação", disse Alex Gansa - a série ainda levou os Globos de Drama de Melhor Atriz - Claire Danes - e Melhor Ator - Damian Lewis.

O último episódio da segunda temporada foi um dos melhores da TV recente: Carrie e Brody estão juntos e apaixonados, pretendem ficar juntos, a família de Brody não sabe por onde ele anda e a CIA sabe que o grupo terrorista de Abu Nazir vai atacar em breve.

O que eles não esperavam é que uma bomba fosse colocada no carro de Brody, que explode dentro do QG da CIA em Langley e mata muitas pessoas, inclusive o diretor da Agência.

Como é o agente mais antigo da CIA, Saul Berenson (Mandy Patinkin), mentor de Carrie, é nomeado novo diretor da Agência pelo presidente americano - as cenas de Saul, em meio aos escombros e mortos do atentado, foi uma das mais impactantes cenas da TV nesse ano.

Ciente de que Brody iria ser acusado pelo atentado, Carrie foge com ele até a fronteira do Canadá, não sem antes conseguir documentos falsos para ele.

Lógico, ela volta a Langley para - na terceira temporada - provar a inocência de Brody, e se reencontra com Saul no pavilhão lotado dos mortos no atentado.

A atriz brasileira Morena Baccarin, que interpreta Jessica Brody - mulher do protagonista vivido por Damian Lewis - não se importa com as críticas a respeito da veracidade do seriado.
"Acho incrível o que os roteiristas fizeram", disse ela à Folha na semana passada em um português sem sotaques.

Morena, que foi morar nos Estados Unidos ainda criança, alertou no início da entrevista que, caso se esquecesse de alguma palavra, apelaria para o inglês -recurso que usou uma única vez.
"É difícil numa série dessas manter a história certinha e surpreender as pessoas."

"No início era mais um thriller, claro", reconhece Morena.
"Esta temporada tem um foco na relação entre eles, mas ainda tem a ação. Tem um pouco de tudo."

Morena revela que, segundo os planos iniciais, Nicholas iria morrer na segunda temporada, mas que os roteiristas mudaram de ideia.
"No início do ano, a gente soube mais ou menos o que ia acontecer. Mas mudou a história toda", conta.

"O 'show' estava indo tão bem, é meio difícil tirar um papel principal."

Sobre os rumos da terceira temporada, Morena afirma que sabe tanto quanto o público. 
"Os roteiristas me falaram que também não sabem como vai ser o terceiro ano", diz.

"Eles começaram a escrever nesta semana, estão discutindo a história."

Pela maneira como a segunda temporada acabou, vem aí mais momentos espetaculares para os fãs de 'Homeland', que não vão se sentir órfãos por muito tempo: a partir de domingo (27), o canal FX exibirá, no horário, a sexta temporada de 'Dexter', que também promete ser eletrizante.

'HOMELAND' - SEGUNDA TEMPORADA
Cotação do Klau:

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