terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A SEMANA NO CINEMA


Confira o check list dessa postagem:

TOP 10 BILHETERIAS - EUA
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TOP 10 - BILHETERIAS BRASIL
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'VENUS IN FUR': NO NOVO LONGA DE POLANSKI, SAI LOUIS GARREL E ENTRA MATHIEU AMALRIC
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'AMOR': DRAMA DE MICHAEL HANEKE LEVA PRÊMIOS DOS CRÍTICOS DE LONDRES
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DANIEL RADCLIFFE INTERPRETA SEU PRIMEIRO GAY NAS TELONAS
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WARNER QUER REMAKE DE 'GREMLINS'
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'SIN CITY A DAME TO KILL': BRUCE WILLIS É CONFIRMADO NO ELENCO
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FESTIVAL DE SUNDANCE: SEXO, VIOLÊNCIA E ENTRETENIMENTO
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ARTIGO: POR QUÊ OS GLOBOS DE OURO E OS OSCAR SÃO IMPORTANTES
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MEMÓRIA: WALMOR CHAGAS
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Agora, vamos lá!

TOP 10 BILHETERIAS - EUA

Confira o Top 10 - EUA do final de semana - de 18 a 20 de janeiro de 2013:

1. Mama - US$ 28,1 milhões
2. A Hora Mais Escura - US$ 17,6 milhões
3. O Lado Bom da Vida - US$ 11,3 milhões
4. Caça aos Gângsteres - US$ 9,1 milhões
5. Broken City - US$ 9 milhões
6. Inatividade Paranormal - US$ 8,3 milhões
7. Django Livre - US$ 8,2 milhões
8. Os Miseráveis - US$ 7,8 milhões
9. O Hobbit: Uma Jornada Inesperada - US$ 6,4 milhões
10. O Último Desafio - US$ 6,3 milhões

No final de semana de 18 a 20 de janeiro, pudemos ver duas estreias norte-americanas com desempenhos bem diferentes - ao que parece, os músculos e o carisma de Arnold Schwarzenegger não foram suficientes para bater a beleza e atuação caprichada de Jessica Chastain.

'Mama', terror produzido por Guillermo del Toro, estreou em primeiríssimo lugar com US$ 28 milhões arrecadados, mais de US$ 10 milhões à frente do segundo colocado.
No longa, Jessica Chastain ('Histórias Cruzadas') e Nikolaj Coster-Waldau (o Jaime Lannister da série 'Game of Thrones') formam um casal que precisa proteger de entidades malignas duas garotinhas que encontram em uma cabana na floresta depois que seus pais são misteriosamente assassinados.

Jessica Chastain, em cena de 'Mama' - foto: Divulgação/Universal Pictures

Jessica deve estar sorrindo à toa, pois o segundo lugar também é um filme protagonizado por ela: 'A Hora Mais Escura', de Kathryn Bigelow, conseguiu mais US$ 17,6 milhões para sua conta, que já soma US$ 55,9 milhões ao todo.
O longa, que conta a caçada a Osama Bin Laden, deve estrear no Brasil no dia 15 de fevereiro.

Em terceiro lugar, o elogiadíssimo 'O Lado Bom da Vida'.
Estrelado por Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, o longa conseguiu US$ 11,3 milhões. A bilheteria total do longa chega a US$ 55,3 milhões nos Estados Unidos - no mundo todo, já são US$ 67,8 milhões arrecadados.

O drama de máfia 'Caça aos Gângsteres',estrelado por Sean Penn, Josh Brolin e Ryan Gosling, adicionou mais US$ 9,1 milhões à conta e ficou com a quarta posição.
A soma total do longa já chega aos US$ 41,3 milhões ao redor do planeta.
O elenco conta ainda com Emma Stone, Giovanni Ribisi e Anthony Mackie.
A trama, que se passa na Los Angeles de 1949, tem direção de Ruben Fleischer ('Zumbilândia').

O prefeito de Nova York Russel Crowe e o detetive particular Mark Wahlberg ficaram no quinto lugar do final de semana, com os US$ 9 milhões arrecadados por 'Broken City'
A estreia é dirigida por Allen Hughes, que também assina 'O Livro de Eli' (2010).

A decepção da bilheteria ficou por conta da volta definitiva de Arnold Schwarzenegger aos longas de ação: como protagonista de 'O Último Desafio', esperava-se que o interesse do público fosse maior.
O filme, dirigido pelo sul-coreano Kim Jee-Woon, conseguiu US$ 6,3 milhões, um dinheiro de pinga em se tratando de um filme com o astro.

TOP 10 - BILHETERIAS BRASIL

Confira o Top 10 - BRASIL do final de semana - de 18 a 20 de janeiro de 2013:

1. De Pernas Pro Ar 2 - R$ 3,9 milhões
2. Detona Ralph - R$ 3,2 milhões
3. Django Livre - R$ 2,6 milhões
4. O Último Desafio - R$ 1,87 milhão
5. A Viagem - R$ 1,82 milhão
6. As Aventuras De Pi - R$ 1,4 milhão
7. Uma Família Em Apuros - R$ 1,6 milhão
8. Jack Reacher - O Último Tiro - R$ 1,4 milhão
9. Sammy: A Grande Fuga - R$ 954 mil
10. Amor - R$ 522 mil

Em sua quarta semana, 'De Pernas pro Ar 2' destronou a animação 'Detona Ralph' e voltou à liderança do ranking, faturando R$ 3,9 milhões, com 325,2 mil ingressos vendidos e queda de apenas 29% em relação à semana anterior.

A comédia nacional, dirigida por Roberto Santucci e estrelada por Ingrid Guimarães estreou no dia 28 de dezembro na primeira posição, mas nos dois fins de semana seguintes ficou atrás da animação da Disney, mesmo vendendo mais ingressos.

Ingrid Guimarães e o diretor Roberto Santucci filmam em NY - foto: G1

Nesta semana, 'Detona Ralph' faturou R$ 3,1 milhões, o que representa uma queda de 45%, e ficou em segundo.
Ao todo, 2,8 milhões de pessoas foram ver o filme.

'Django Livre', faroeste de Quentin Tarantino, foi a melhor estreia do fim de semana, conquistando a terceira posição do ranking com R$ 2,6 milhões de bilheteria e 188 mil ingressos vendidos.
Lançado em apenas 194 salas, obteve a melhor média de espectadores: 974.

Confira a crítica do Blog sobre 'Django Livre', clicando aqui.

Se foi mal nos EUA, 'O Último Desafio' - que marca o retorno de Arnold Schwarzenegger como protagonista de um filme de ação - estreou logo em seguida, em quarto lugar, com renda de R$ 1,8 milhão e 153,3 mil ingressos.

'A Viagem' ficou em quinto, com mais R$ 1,8 milhão e 139 mil ingressos vendidos.

Outros dois lançamentos conquistaram posições entre o Top 10 Brasil do fim de semana: a animação em 3D  'Sammy – A Grande Fuga' estreou em nono e fez R$ 914 mil e o drama 'Amor', de Michael Haneke, indicado a cinco Oscars, estreou em 10º, com arrecadação de R$ 522 mil.

Confira a crítica do Blog sobre 'Amor', clicando aqui

As informações de Bilheteria são do Cineclick, um dos melhores sites de Cinema do Brasil.

'VENUS IN FUR': NO NOVO LONGA DE POLANSKI, SAI LOUIS GARREL E ENTRA MATHIEU AMALRIC

O novo projeto do cineasta Roman Polanski sofreu uma alteração no elenco principal.

Segundo o site AlloCine, o ator Louis Garrel foi substituído por Mathieu Amalric ('Cosmópolis').

O longa é uma adaptação de uma peça teatral chamada 'La Vénus à la fourrure', que apresenta a história de Thomas, um jovem dramaturgo que se desespera para encontrar uma atriz principal para sua nova peça.

Uma jovem atriz chamada Vanda atende o chamado no último momento e logo os dois se envolvem em uma relação de dominação e submissão.

O ator francês Mathieu Amalric, no último Festival de Cinema de Locarno, Suíça - foto: AFP

O roteiro é inspirado em um livro escrito para homenagear Sacher Masoch, escritor alemão que batizou o masoquismo.
Já a peça foi um dos grandes sucessos da temporada passada na Broadway.

Emmanuelle Seigner, mulher de Polanski, também está no elenco - como Vanda.

Amalric também será visto em breve no próximo filme de Wes Anderson: 'The Grand Budapest Hotel', que está sendo filmado atualmente.

'Venus in Fur' ainda não tem previsão de estreia.

'AMOR': DRAMA DE MICHAEL HANEKE LEVA PRÊMIOS DOS CRÍTICOS DE LONDRES

O drama do diretor austríaco e estrelado por duas lendas da cinematografia francesa continua amealhando prêmios pelo mundo.

Depois de ter levado o Globo de Ouro 2013 de Melhor Filme Estrangeiro, 'Amor' foi na semana passada o grande ganhador dos prêmios concedidos pela Associação dos Críticos de Londres (London Critics'Circle Awards), que coroou mais uma vez uma produção francesa como melhor filme do ano: em 2012, “O Artista” também faturou na categoria principal.

Os prêmios foram entregues no May Fair Hotel, no centro de Londres.

Embora Haneke seja austríaco, “Amor” foi rodado em Paris com atores franceses: os veteranos Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva.

Por seu delicado e tocante papel no filme, Riva ganhou como melhor atriz.
Aos 85 anos, a eterna Elle de “Hiroshima, Meu Amor” deixou para trás fortes concorrentes, como Jessica Chastain (“A Hora Mais Escura”), a também francesa Marion Cotillard (“Ferrugem e Osso”), Helen Hunt (“The Sessions”) e Jennifer Lawrence (“O Lado Bom da Vida”).

Haneke ganhou como melhor roteiro, mas ficou de mãos vazias na categoria de direção - Ang Lee levou o prêmio por “As Aventuras de Pi”.

Jean-Louis Trintignant, por sua vez, não teve tanta sorte e perdeu o prêmio de melhor ator para Joaquim Phoenix, em “O Mestre”.

O diretor Michael Haneke - foto: Divulgação/Imovision

Parceiro de Joaquim Phoenix no filme de Paul Thomas Anderson, Philip Seymour Hoffman venceu como melhor ator coadjuvante.

Anne Hathaway repetiu o feito do Globo de Ouro e foi aplaudida ao receber o prêmio de melhor atriz coadjuvante por “Os Miseráveis”.

A premiação também trouxe categorias especialmente britânicas: espelhados pela British Academy Film, Toby Jones venceu como melhor ator em “Berberian Sound Studio”, que também ganhou como melhor filme britânico e Andrea Riseborough foi eleita melhor atriz por seu papel em “Shadow Dancer”.

Não esquecendo que 'Amor' é o mais forte concorrente ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro - a ser entregue em fevereiro.

DANIEL RADCLIFFE INTERPRETA SEU PRIMEIRO GAY NAS TELONAS

O ator Daniel Radcliffe assume outro papel adulto em seu caminho para fugir da imagem de ídolo bonitinho do universo adolescente por causa de suas atuações como o bruxo Harry Potter.

Depois de ficar nu na peça de teatro 'Equus' e de viver um pai viúvo no longa de terror 'A Mulher de Preto', Radcliffe estreou na última sexta-feira o filme 'Kill Your Darlings', no Festival de Sundance, em Utah.

O ator vive Allen Ginsberg, poeta gay participante da geração beat, um movimento de contracultura do começo dos anos 1960 - no longa, Daniel fica novamente nu e protagoniza duas cenas de sexo com homens, um deles mais velho.

Daniel Radcliffe, nas filmagens de 'Kill Your Darlings' - foto: The Hollywood Reporter

Segundo o diretor John Krokidas, o jovem ator não teve problema com as cenas homossexuais, mas antes pediu conselhos do próprio diretor.
“Radcliffe simplesmente me perguntou, ‘John, você é gay. Como isso funciona?’”, contou Krokidas ao The Huffington Post e complementou falando que o ator lidou com muito profissionalismo com cada cena, sem timidez ou ansiedade.

Ao que parece, produções do tipo ainda não foram o suficiente para afastar as fãs da saga Harry Potter, que continuam a perseguir o ator por todos os lados e causaram frenesi durante o Festival Sundance, geralmente tranquilo mesmo quando recebe grandes estrelas.

Quando perguntado sobre a presença de fãs em produções que nada têm a ver com os mágicos filmes de Potter, Radcliffe diz não se importar sobre o motivo que leva pessoas ao cinema, mesmo se o motivo for sua fama.
“Sinto que eu tenho a oportunidade de capitalizar a fama de Harry Potter fazendo trabalhos que provavelmente não receberiam tanta atenção. Se eu puder ajudar um filme como este a ficar famoso, sem dúvida acho isso ótimo”, revelou.

Daniel já arrebentou em 'A Mulher de Preto' e deve arrebentar nesse longa também.

Torço por ele!

WARNER QUER REMAKE DE 'GREMLINS'

Há quase uma década, especula-se sobre uma refilmagem do clássico 'Gremlins'.

Agora, o Vulture revela que a Warner Bros. está novamente em negociações com a Amblin Entertainment, produtora de Steven Spielberg, para dar inicio ao remake.

No contrato, Spielberg, que produziu dois filmes com as criaturinhas, teria liberdade criativa total sobre o remake, além de produzir.

Em 2011, o diretor Joe Dante falou sobre o projeto - ele foi o responsável por alguns dos maiores clássicos dos anos 80, como 'Piranha', 'Gremlins' e 'Grito de Horror'.
"Ainda não tive quaisquer negociações formais, ou mesmo conversas informais, com eles [Warner Bros.] sobre isso. É uma franquia que, mais cedo ou mais tarde, vai ser reexplorada. Você não pode, obviamente, fazer uma sequência para o segundo filme, porque o elenco é muito velho e não é o que o estúdio quer. Eu acho que eles provavelmente vão reiniciar a coisa toda e começar tudo de novo", afirmou em entrevista.

Os Gremlins são bichinhos fofos, mas não podem ser molhados porquê viram monstrinhos muito feios, se multiplicam com a água e também não gostam da luz forte - a luz do Sol pode matá-los também.

Os Gremlins são fofos - mas bota na água pra você ver! fotos: Arquivos do Klau

A partir daí, os monstrinhos têm uma risada sinistra e diabólica e, com sua inteligência, destroem casas e lojas, causam incêndios, explosões, acidentes no trânsito, matam pessoas e aterrorizam toda a cidade de Kingston Falls.

Embora destruam tudo o que vêem pela frente, são bem engraçados - na linha do humor negro, claro.

Aguardando!

'SIN CITY A DAME TO KILL': BRUCE WILLIS É CONFIRMADO NO ELENCO

A segunda parte de 'Sin City' ganhou uma grande novidade: Robert Rodriguez confirmou o retorno de Bruce Willis ao elenco - novamente no papel do policial Hartigan.

O diretor falou ainda sobre o personagem de Joseph Gordon-Levitt, recém confirmado no longa.
"Ele vive um jogador cheio de si que chega a Sin City para tentar vencer o maior vilão da cidade em seu próprio jogo. O nome da história em que ele aparece é The Long Bad Night", revelou em entrevista à MTV.

O próprio Gordon-Levitt comentou sobre o filme.
"Eu escolho meus projetos primeiro pelo diretor envolvido. Decidi fazer Sin City 2 porque adoro os filmes de Robert Rodriguez. E também porque o roteiro é simplesmente muito divertido", disse ao Deadline.

O cartaz do longa - Divulgação

Para fechar, Rodriguez revelou que ainda não escolheu a atriz para viver a personagem título.
"Ainda não temos nossa Dama Fatal, Ava Lord. A personagem só será filmada dentro de algumas semanas e temos algumas atrizes em mente", revelou à MTV.

"A única história que acabamos é a introdução. Essa está completamente pronta. As outras vamos encaixando aos poucos, conforme os atores ficam disponíveis".

Além de Gordon-Levitt e Willis, já estão confirmados no elenco Mickey Rourke, Jessica Alba, Rosario Dawson, Jaime King, Dennis Haysbert e Jamie Chung.

'Sin City - A Dame to Kill For' tem estreia prevista nos EUA para o dia 4 de outubro de 2013.

FESTIVAL DE SUNDANCE: SEXO, VIOLÊNCIA E ENTRETENIMENTO

A jornalista Fernanda Ezabella, da Folha, está cobrindo Sundance 2013 e relata que já perdeu a conta dos filmes que viu, que falam sobre ou mostram explicitamente sexo (“Don Jon’s Addiction”, “Two Mothers”, “The Look of Love”, “Leather. Interior Bar” etc).

Mas o assunto que corre nas beiradas é ainda violência no cinema, ainda que tenha ela tenha visto em Sundance apenas um filme no qual armas são disparadas: o excelente “Mud”, com Matthew McConaughey no papel de um fugitivo romântico escondido numa floresta e que recebe ajuda de dois garotos.

Confira o trailer de 'Mud':


Na coletiva de imprensa, o tema surgiu para o cofundador do festival, Robert Redford
“Será que minha indústria pensa que armas vão ajudar a vender ingressos? Não é uma pergunta que eu tenha a resposta”, disse.

“Mas me parece uma pergunta razoável a se fazer já que tantas armas aparecerem nos anúncios.”

Na semana passada, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso que financie uma pesquisa de US$ 10 milhões sobre o impacto nas “mentes dos jovens” de videogames e imagens da mídia.

Ontem, chegou em Sundance uma edição especial da Variety sobre “violência e entretenimento” - são 78 páginas e 40 contribuidores escrevendo sobre o assunto.

A edição especial da Variety - capa e contracapa - fotos: Fernanda Ezabella

Tem, por exemplo, Vince Gilligan, criador de “Breaking Bad”, justificando e explicando a complexidade das passagens violentas do seriado, tão intrínsecas na história:
“Queremos que estes momentos de violência toquem o telespectador de forma profunda, mas nunca os pensamos de forma sensacionalista”, escreveu Gilligan.

“Na maior parte das vezes, a violência na história tem como objetivo ser um efeito transformador em nossos personagens”.

A edição traz um amontoado de opiniões diversas: James Stern, produtor de “Looper” e diretor de um documentário sobre armas nos EUA, é entrevistado, assim como Callie Khouri, roteirista de “Thelma & Louise” e criadora do seriado “Nashville”, e Mike Hammond, do grupo Gun Owners America.

Larry Flynt, do império Hustler - que ficou paraplégico após uma tentativa de assassinato - também participa e defende a Segunda Emenda da Constituição americana (aquela que permite portar armas e se defender).
“Mas não acho que os ‘founding fathers’ queriam dizer [com a segunda emenda] pessoas com bazucas e lançadores de granadas”, ponderou.

Três filmes que Fernanda gostou bastante não poderiam ser mais diferentes: uma comédia romântica (“Austenland”), um drama misterioso (“Mud”, com Matthew McConaughey) e um filme de estrada viajante (“Crystal Fairy”).

'Austenland' – É sobre uma americana (Keri Russell) obcecada pelos livros de Jane Austen que decide gastar uma grana numa viagem imersiva ao universo da escritora inglesa.
É como um parque temático na Inglaterra, onde tudo é ambientado/organizado para lembrar “Orgulho e Preconceito”, Mr. Darcy e outros livros/personagens.

Romances são arranjados, mas os limites entre ficção e realidade ficam cada vez mais confusos.
O filme tem um certo problema de ritmo no começo, umas piadas meio fora do tom, mas, segundo Fernanda, o resultado é uma comédia romântica bem original e graciosa.

Cena de 'Austenland' - foto: Divulgação

“Mud” - É o segundo longa do diretor Jeff Nichols, um cara para ficar de olho.
Seu primeiro foi “O Abrigo”, com Michael Shannon.

O ator volta para “Mud”, mas apenas numa ponta, pois o astro mesmo é Matthew McConaughey, no papel de um fugitivo romântico à espera de seu amor numa floresta/ilha, morando num barco encalhado nas árvores.

Ele é ajudado por dois garotos, que acabam aprendendo um bocado sobre amor.
Lembra bem aquela camaradagem de “Conta Comigo” (1986).

No lugar da paranoia de “O Abrigo”, tem um sentimento forte de amizade, confiança.

É um filme bem peculiar (e longo) - Reese Witherspoon faz uma ponta bem convincente.

Cena de 'Mud' - foto: Divulgação

'Crystal Fairy' - O filme do diretor chileno Sebastián Silva (do sensacional “La Nana”) traz Michael Cera como um turista americano meio mala que parte em viagem de carro com três amigos chilenos ao deserto do Atacama para tomar mescalina.

A turma encontra pelo caminho uma outra “gringa” - a tal Crystal Fairy do título - uma pseudo hippie que empata um pouco a aventura.

O filme seria mais legal se o personagem de Cera não ficasse tão insuportável, obcecado com o cactus e toda a preparação da droga.

Ainda assim, Fernanda gostou - é despretensioso, e a hippie é hilária, rouba as cenas.

Cera está com outro filme no festival com o mesmo diretor, “Magic Magic”.
Este é mais “planejado”, feito com roteiro e mais grana, ao contrário de “Crystal Fairy”.

Cena de 'Crystal Fairy' - foto: Divulgação

Sundance vai até dia 27 e tem três filmes que abordam uso de armas: o documentário “Valentine Road”, sobre um tiroteio numa escola da Califórnia, o longa de ficção “Blue Caprice”, baseado em ataques de 2002, e o curta “Gun”, sobre um homem que compra uma arma para proteção própria e fica obcecado com seu novo senso de poder.

ARTIGO: POR QUÊ OS GLOBOS DE OURO E O OSCAR SÃO IMPORTANTES

Uma das mais aclamadas jornalistas especializadas em Cinema do Brasil, Ana Maria Bahiana publicou dias atrás um ótimo texto sobre a importância dos prêmios da indústria  de Cinema americana.

Confira:

Algumas coisas são sempre importantes de serem lembradas quando se fala de temporada de prêmios, especialmente quando se está no auge desta fogueira de vaidades:

Como disse antes, todo prêmio é, em essência, a expressão da opinião de um grupo de pessoas num determinado momento.

Para quem é indicado ou vence, prêmios são importantes como: reconhecimento de seus pares; ferramenta de marketing; upgrade ou viabilização de carreira. Mas quem dá o devido valor a qualquer obra são o tempo e a história.
Que o digam Kubrick, Chaplin, Hitchcock, Altman e Kurosawa, entre muitos outros.

Para quem escolhe, prêmios são importantes como: ferramenta para estabelecimento e ampliação de sua posição no meio; ritual de consolidação de seus integrantes; fonte de renda.
Desde 1953, quando o Oscar foi televisionado pela primeira vez nos Estados Unidos, os prêmios evoluíram de uma festa entre colegas para um show de mídia.
Uma entidade que tem um prêmio televisionado sabe que ali está sua principal fonte de renda para o ano todo, viabilizando suas atividades, programas, doações e apoios.

Uma entidade que tem seu prêmio televisionado está constantemente preocupada com a qualidade e popularidade de seu evento - seria muito irresponsável de sua parte não faze-lo.

Quando, 70 anos atrás, um grupo de correspondentes estrangeiros em Los Angeles criou o que viria a ser a Hollywood Foreign Press Association, seu primeiro objetivo era por um ponto final à xenofobia e paranoia que dominavam o país em plena Segunda Guerra Mundial.

A ideia de criar um prêmio que expressasse as preferências desse grupo – o Golden Globe, Globo de Ouro, enfatizando o aspecto universal das artes visuais – era uma forma de usar de outro modo a moeda corrente que a Academia, fundada 16 anos antes, já tinha descoberto: o prêmio como bilhete de entrada e afirmação no meio.

A Academia, em 1927, tinha um problema: a disputa entre produtores e estúdios e os sindicatos e entidades de classe por melhores salários e condições de trabalho.

A HFPA, em 1943, tinha outro: não ser mais discriminada como “um bando de estrangeiros” que talvez estivesse espionando para o inimigo.

Acho incrível que, 70 anos depois, ainda tenha gente que continue nos chamando de “um bando de estrangeiros”, denegrindo nosso trabalho, insultando a mim e a meus colegas. Xenofobia é uma erva daninha difícil de exterminar.

Felizmente, esta turma é uma minoria cada vez menor.
Quando cheguei a Los Angeles em 1987, passei muitos anos ouvindo coisas como “esta entrevista só está disponível para territórios importantes, você não pode fazer” ou “ não temos mais lugar neste evento, é apenas para imprensa norte americana”.

Ou recebendo — depois de muita insistência– copias xerocadas das notas de produção enquanto os coleguinhas norte-americanos – muitos dos quais são os que ainda dizem todas essas coisas acima – eram mimados com luxuosas encadernações, camisetas e lugares reservados nos cinemas.

Ah, como isso mudou!
A bilheteria internacional representa hoje 70% da renda combinada de todos os grandes estúdios e principais distribuidores.

Carreiras inteiras – Tom Cruise que o diga – dependem dos mercados internacionais. Projetos são escolhidos e aprovados baseados em suas perspectivas internacionais.

A jornalista Ana Maria Bahiana - foto: Jangadeiro On Line

A evolução, a popularidade e o prestígio crescentes dos Globos de Ouro devem ser entendidos, em primeiro lugar, à luz desse fenômeno.

Os colegas norte americanos podem dizer que somos um “bando misterioso” de jornalistas que “ninguém conhece”, mas estúdios, produtores, divulgadores, atores e qualquer pessoa que lide com mídia internacional nos conhece muito bem: nós somos a voz dos BRICs, a ponte com a Europa, a Ásia, o Oriente Médio.

Nossa presidente, a extraordinária Aida Takla O’Reilly, nascida no Egito, escreve para Dubai, um dos maiores financiadores atuais do cinema.
Da França à Coréia, da Australia ao México, o que reportamos repercute nos mercados que, hoje, mais interessam aos realizadores de todos os tamanhos.

E – o que na verdade pode ser ainda mais interessante – as escolhas que fazemos, nos Globos, são as da platéia, de certa forma as nossas plateias, as culturas, os idiomas e os países que representamos.

Vemos e consumimos cinema como o mundo vê e consome.
Isso, hoje, vale mais do que qualquer outra coisa. (Inclusive, segundo este estudo, mais do que um Oscar, como ferramenta de marketing – uma vitória nos Globos adiciona, em média, mais 14 milhões de dólares à bilheteria de um filme, enquanto um Oscar traz em média mais 3 milhões de dólares.)

O mito de que “os Globos influenciam os Oscars” começou na mesma salada de especulações e “experts” que hoje assolam a mídia.

Por conta de nosso calendário profissional – ei, somos jornalistas, temos que acabar logo com essa farra para voltar a trabalhar! – e da agenda das emissoras que transmitem o evento, os Globos há muitos e muitos anos estão firmemente no segundo domingo de janeiro.
O resto do nosso calendário se prende a isso.

Nossas escolhas são de natureza diversa da dos Oscars.
São escolhas de quem, sim, viu praticamente todos os filmes lançados no ano (porque é nosso dever profissional) e está lançando indicações como tal.
Estamos na plateia. Uma plateia privilegiada, mas uma plateia.

O que acredito que fazemos, para os Oscars e os demais prêmios, é exatamente isso: criar um balaio, uma lista preferencial de quem realmente importa a cada ano.

Isso não mudou.
As listas de indicados aos Globos e aos Oscars é praticamente a mesma.
As escolhas finais são sempre marcadamente diferentes, porque estamos olhando e selecionando de modo diferente.

Este ano tivemos a nosso favor um planejamento rigoroso do evento do dia 13 de Janeiro, que tomou praticamente o ano inteiro e envolveu as escolhas das hosts Tina Fey e Amy Poehler, o prêmio especial a Jodie Foster e um vasto trabalho online e em midias sociais do qual, digo sem falsa modéstia, participei ativamente (mas não aqui, é claro – não seria correto. No site da Associação).

O resultado foi nossa melhor audiência em seis anos – 20 milhões de espectadores — tornando os Globos o show de prêmios mais visto desta temporada, até agora.

Não creio que isso tenha impacto algum sobre os Oscars.
Os Oscars tem sua própria, longa e ilustre história e vão fazer sucesso ou não, este ano, dependendo de seus próprios méritos, do quanto Seth McFarlane vai funcionar como host, e o quão dinâmico for seu telecast.

Suas escolhas finais serão, tenho certeza, absolutamente diferentes, porque o olhar do pool de votantes é necessariamente diferente.
(Por exemplo: os Globos escolheram 'Brokeback Mountain' e os Oscars ficaram com 'Crash-No Limite'. Para dar um exemplo.)

Nesse ano, os Globos apontaram 'Argo' e 'Os Miseráveis'.
Vejo 'Lincoln' e 'O Lado Bom da Vida' despontando nos Oscars - e seria assim não importa em que dia Globos ou Oscars acontecessem.

Falo tudo isso com absoluto conforto.
Meu filme favorito (e de Ben Affleck também), 'O Mestre', não ganhou nem biscoitinho de polvilho nem da minha Associação, nem da Academia.

Mas esse é o mistério e o fascínio dos prêmios – o contraponto entre nossas escolhas e paixões e as escolhas e paixões dos outros.

MEMÓRIA: WALMOR CHAGAS

Gaúcho da cidade de Alegrete, Walmor Chagas nasceu no dia 28 de agosto de 1930.

Ele se mudou para São Paulo nos anos de 1950 para apostar no cinema - seu primeiro filme já foi "São Paulo S.A." (1965), de Luís Sérgio Person, ao lado de Eva Wilma, uma das obras-primas da cinematografia brasileira.

Além de "Cara ou Coroa", no ano passado, Walmor pôde ser visto também em "A Coleção Invisível", de Bernard Attal.

No cinema, deixou como legado os longas "Valsa para Bruno Stein" (2007), "Asa Branca - Um Sonho Brasileiro" (1980) e "Beto Rockfeller" (1970), entre outros.

Na TV, ele começou com uma participação no programa "Grande Teatro Tupi", da TV Tupi, em 1953 - mas sua estreia como ator foi na Globo, em 1974, na novela "Corrida do Ouro".

Entre os folhetins da Globo em seu currículo estão "A Favorita" (2008), "Pé na Jaca" (2006), "Esperança" (2002), "Selva de Pedra" (1986) e "Vereda Tropical" (1984).

Em 1992, ele também foi apresentador do programa "Você Decide", na Globo.

Na Record, ele fez "Os Mutantes: Caminhos do Coração" (2007).

Walmor fundou, em 1952, o Teatro das Segundas-Feiras, com Ítalo Rossi.
A primeira peça foi "Luta Até o Amanhecer", de Ugo Betti.

Entre as principais peças em que Walmor atuou, estão "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?" (1965), "Esperando Godot" (1969) e "Um Equilíbrio Delicado" (1999).

Com mais de 60 anos de carreira, ele atuou em cerca de 40 peças, 20 filmes e 30 novelas.

Walmor era viúvo da atriz Cacilda Becker, com quem teve uma filha, Maria Clara Becker Chagas.

Infelizmente,Walmor foi encontrado morto na última sexta(18) em seu hotel fazenda, na cidade de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, com um tiro na cabeça.
Ele estava sentado em uma cadeira e portava um revólver calibre 38 sobre o colo.

A Polícia Civil de Guaratinguetá divulgou nesta segunda (21) um laudo provisório que indicou vestígios de pólvora na mão direita do ator, o que sustenta a hipótese de suicídio.

Segundo Antonio Luiz Marcelino, delegado do 2° Distrito Policial de Guaratinguetá, "o perito ainda vai dar o laudo definitivo, mas não resta dúvidas de que foi suicídio", afirmou.

O caseiro João Arteiro de Almeida, única pessoa na casa e que encontrou o corpo de Walmor, também passou pelo exame residuográfico e o resultado foi negativo.

Para o empresário e amigo de Walmor, Antônio Carlos Cardoso, o ator tirou a própria vida porque estava muito doente e não queria dar trabalho para amigos e parentes. 
"Acredito que seu suicídio foi resultado da sua teimosia, não queria ser um peso para ninguém. Ele na verdade quis escolher a hora de sua própria morte", disse ele.

O corpo de Walmor foi cremado em uma cerimônia reservada para amigos e parentes no Cemitério Parque das Flores, em São José dos Campos, no sábado (19).

Por tudo o que fez nos palcos, nas telonas e nas telinhas, a postagem de hoje é dedicada ao seu talento e à sua memória.

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Até +!

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