quarta-feira, 3 de junho de 2020

R.I.P.: MARIA ALICE VERGUEIRO, ATRIZ E DIRETORA BRASILEIRA

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A atriz e diretora morreu na manhã desta quarta-feira (3), em São Paulo
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Maria Alice estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UT) do Hospital das Clínicas, com quadro de grave de pneumonia.

Ela lutava contra o mal de Parkinson desde 2003.

"Dizem que não mexe com a sua cabeça, mas mexe um pouco. Não tenho tremedeira, mas o Parkinson me trouxe a limitação da fala. Minha voz era clara e o pensamento, rápido. Não tenho mais aquela espontaneidade. Portanto, não são todos os papéis que posso fazer agora", contou ela em entrevista à revista Quem, em 2015.

Ela deixou dois filhos, a musicista Maria Silvia Vergueiro e o empresário Roberto Vergueiro, de seu casamento com o promotor público Silvio Barros de Almeida.

A causa da morte foi broncoaspiração por conta do Mal de Parkinson.

"Ela morreu hoje bem cedinho. Vai ter um velório porque não foi Covid e a cremação será amanhã em um crematório longe de São Paulo, tipo Itapecerica", disse Maria Silvia à Quem.

Maria Alice Vergueiro é uma das damas do teatro brasileiro, com mais de 50 anos de carreira, tendo passado por grandes grupos teatrais de São Paulo, como o Teatro de Arena, Teatro Oficina e o Teatro do Ornitorrinco.

Como atriz, fez parte do elenco de grandes montagens teatrais brasileiras, como "O Rei da Vela" (1967), "Galileu Galilei" (1975) e "A Ópera do Malandro" (1978).

Uma das fundadoras do grupo Ornitorrinco ao lado de Luiz Roberto Galízia e Cacá Rosset em 1977, estreou no palcos na peça "A Mandrágora", do Teatro de Arena, em 1962.

No Teatro Oficina, no qual passou a integrar em 1971, participou da peça e do filme de "O rei da vela", de Oswald de Andrade, dirigidos por José Celso Martinez Corrêa.

Em uma viagem a Portugal, onde começou a dar aulas, atuou na montagem de "Galileu Galilei", também comandada pelo dramaturgo, no exílio.

Depois de retornar, esteve ainda em peças como "A ópera do malandro", de Chico Buarque, e "O Percevejo".

Em 1986, trabalhou em "Katastrophé", reunião de quatro peças curtas de Samuel Beckett, com direção de Rubens Rusche.

Com o diretor Gerald Thomas, atuou em "Eletra Com Creta".

Três anos depois, participou de "O Doente Imaginário", nova criação com o Ornitorrinco.

Dirigiu e atuou em "Dom Pirlimplim com Belisa em seu Jardim", de Federico García Lorca, em 1992.

Em 1995, retornou à direção com "Quíntuplos", de Luis Rafael Sanches.

Ao longo dos anos, ganhou o título de dama do underground no teatro paulistano.

Apesar da longa carreira nos palcos, se aventurou também em outros meios.

Com isso, ficou conhecida do grande público ao protagonizar o curta-metragem de ficção "Tapa na Pantera" um dos primeiros virais da internet brasileira, em 2006.

Dirigido por Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes, o vídeo foi apresentado no 14° Festival de Gramado, na categoria independente.

Através de adaptações de piadas populares, mostra com humor a relação de uma mulher sexagenária com o uso da maconha e é considerado o primeiro viral da internet brasileira.

Reveja 'Tapa na Pantera':


Na televisão, participou de poucos projetos, como a novela "Sassaricando", em 1987, e a série "O Sistema", em 2007.

No cinema, a atriz participou de filmes como "Maldita Coincidência" (1979) e "Romance" (1988), de Sérgio Bianchi, "Perfume de Gardênia" (1992), de Guilherme de Almeida Prado (1954) e "Urubus e Papagaios" (1985), de José Joffily Filho.

CONFIRA A REPERCUSSÃO:

Giovanna Lancellotti, atriz: 
"R.I.P. Maria Alice Vergueiro."

Matheus Nachtergaele, ator: 
"Sem palavras. Gratidão por cada gênio do Brasil com S que tive a honra de amar. Fica um beijo na tua alma, Maria Alice Vergueiro. E um beijo no Lucci, teu amor da vida."


Dadá Coelho, atriz: 
"Perdemos a dama atriz e diretora Maria Alice Vergueiro. Descanse em paz, rainha."

Armando Babaioff: 
"Maria Alice Vergueiro obrigado! Uma operária do teatro. Obrigado por tudo, pela coragem, pela ousadia, pelo talento. O teatro agradece, nós agradecemos e sentiremos a sua falta. Salve, Maria Alice Vergueiro!"

Marcelo Médici, ator: 
"Morre Maria Alice Vergueiro, atriz histórica do teatro brasileiro."

Fernando Oliveira, apresentador: 
"Grande perda a partida de Maria Alice Vergueiro. Que ela dê muitos tapas na pantera onde estiver agora."

André Grecco, ator e diretor: 
"Muito amor e muita luz para a atriz e pedagoga, grande mulher de teatro, Maria Alice Vergueiro. #ripmariaalicevergueiro."

Jandira Feghali, deputada federal: 
"A talentosíssima Maria Alice Vergueiro saiu de cena hoje. Atriz fenomenal. Minha solidariedade à família e aos amigos."

Angela Dippe, atriz e escritora: 
"#rip Maria Alice Vergueiro. Mestra. Obrigada."

Ivam Cabral, ator escritor: 
"Morreu Maria Alice Vergueiro, que foi o nosso oráculo. Seus ensinamentos sempre foram além da cena. Cabiam nas nossas vidas, sempre. Nos últimos anos foi figura central na minha vida e na trajetória da SP Escola de Teatro."

Alexandre Nero, ator, publicou um vídeo da amiga: 
"Música de Bolso - Maria Alice Vergueiro - Balada do Lírio do Inferno."

Paula Braun, atriz e cineasta:
 "Se foi Maria Alice Vergueiro. Atriz intensa, imensa! O teatro perde, mas o mundo perde mais e fica mais careta. Descanse em paz. Faça bagunça no além! Merda!"

Mariana Lima, atriz: 
"Maria Alice, ah, Maria Alice!!!! Vergueiro. Mulher da Vida do Teatro da Paixao. Vai fazer falta."

Renata Sorrah: 
"Maria Alice Vergueiro foi uma das maiores atrizes da nossa cena. Começou no Teatro de Arena e dedicou sua vida inteira ao teatro. Era emocionante e transformador ver ela em cena, sempre! Moderna e contemporânea até sua última peça. Sou fã de Maria Alice e serei sempre."

Jarbas Homem de Mello, ator:
 "Muito obrigado Maria Alice Vergueiro!"

Vau fazer uma falta imensa, pelo seu talento e principalmente, pelo seu bom humor.

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